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Migrações: Implicações Passadas, Presentes E - Unesp

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Paulo E. Teixeira; Antonio M. C. Braga;<br />

Rosana Baeninger (Org.)<br />

ou definitivo; as trajetórias migratórias e as durações dos deslocamentos<br />

estão muito mais matizadas. Além disso, a própria definição de<br />

residência pode ser problematizada, dado que o lugar de residência<br />

de um indivíduo depende de sua percepção subjetiva, do sentimento<br />

de pertencimento e de apropriação espacial, e nem sempre o “seu”<br />

lugar de residência coincide com o espaço geográfico no qual ele vive<br />

(ALMEIDA; BAENINGER, 2011, p.10).<br />

Dois aspectos podem ser destacados desse fragmento. Primeiro,<br />

as dificuldades das classificações ou as tipologias de migrações como<br />

temporárias ou definitivas e, acrescentaríamos de retorno, considerando<br />

a fluidez e plasticidade entre as fronteiras desses dois tipos, bem como<br />

o caráter, muitas vezes, circular das migrações nacionais e internacionais.<br />

Segundo, as ambiguidades da própria definição de lugar de residência.<br />

Embora os critérios de tempo de residência sejam válidos para a definição<br />

dessas tipologias, eles são insuficientes para compreender como os próprios<br />

agentes da migração – os migrantes – atribuem significados a esses lugares.<br />

Como demonstrado nas narrativas de Sr. Lázaro e D. Maria, a percepção<br />

dos lugares é mediada pelas memórias da família, das relações de poder<br />

local e das diferenças das relações de trabalho.<br />

Na literatura recente, enfatiza-se que é difícil separar o que<br />

é migração temporária do que é migração definitiva (ALMEIDA;<br />

BAENINGERA, 2011), tornando-se necessário estudar os espaços aonde<br />

circulam os indivíduos e situá-los na família ou na sua rede de relações<br />

sociais. Almeida e Baeninger (2011, p.12) propõem o conceito de campo<br />

e espaço migratório:<br />

A percepção de que o fenômeno migratório vai além da própria<br />

migração levou pesquisadores a formular os conceitos de campo<br />

migratório e de espaço migratório. As noções de campo e espaço<br />

migratório permitem ao pesquisador recompor os espaços percorridos<br />

e estruturados pelo conjunto dos fluxos relativamente estáveis e<br />

regulares dos migrantes, independentemente da origem ou do destino.<br />

Segundo Simon (2002), o aparecimento destes novos termos relacionase<br />

à uma insatisfação teórica frente aos conceitos de migração, fluxos<br />

migratórios e populações migrantes. 8<br />

8<br />

“SIMON, G. “Penser globalement les migrations”. Projet, n° 272, 2002. Disponível em: . Acesso em: 18/07/2011 (apud ALMEIDA; BAENINGER, 2011, p.19).<br />

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