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Migrações: Implicações Passadas, Presentes E - Unesp

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Paulo E. Teixeira; Antonio M. C. Braga;<br />

Rosana Baeninger (Org.)<br />

Ideias inconclusivas<br />

Nossa intenção não é jogar a criança com a água do banho, ou<br />

seja, abandonar as teorias, tipologias e conceitos, mas apenas um breve<br />

exercício de problematização teórica, que, sem dúvida, apresenta muitas<br />

lacunas e insuficiências. Assim, na sequência, são colocadas algumas ideias<br />

inconclusivas.<br />

Primeiro, quanto às tipologias, compartilha-se com outros<br />

autores a necessidade de questionar as classificações fixas e rígidas, o que<br />

exige um esforço teórico e metodológico na compreensão das modalidades<br />

migratórias contemporâneas. Não se está, aqui, propondo o fim das<br />

tipologias, mas a necessidade de constantes revisões e ajustamentos a fim<br />

de compreender as especificidades de mobilidade de grupos e espaços<br />

migratórios.<br />

Caso se opte pela análise de trajetórias migratórias individuais<br />

e intergeracional, observar-se-á uma diversidade de rotas migratórios,<br />

atividades profissionais e duração da migração. Em pesquisas realizadas no<br />

período de 1981 a 2000, verificam-se itinerários migratórios e trajetórias<br />

migratórias intergeracionais (MENEZES, 1985; 2002; 2004; 2008; 2010)<br />

de grupos de famílias do Sertão Paraibano que migravam, na década de<br />

1970-80, para a região do ABC paulista; e da região Agreste da Paraíba que<br />

migravam para o corte de cana-de-açúcar no estado de Pernambuco e para<br />

o Rio de Janeiro. Nessas trajetórias individuais e familiares havia diversas<br />

modalidades migratórias, com duração variada, bem como diferentes arranjos<br />

familiares. Alguns homens migravam sozinhos e, posteriormente, traziam a<br />

mulher e filhos menores; em outros arranjos, migravam toda a família; outra<br />

situação era quando os homens passavam toda a vida produtiva migrando<br />

temporariamente e a mulher ficava cuidando do roçado e dos filhos até esses<br />

alcançarem a maioridade, momento ritual de transição para a fase adulta e<br />

para a iniciação na migração (MENEZES, 1985; 2002; WOORTMANN,<br />

1990). No caso do objeto de estudo em foco, ou seja, os trabalhadores<br />

migrantes temporários provenientes do Sertão Paraibano que trabalham em<br />

usinas de cana-de-açúcar, observa-se que, embora predomine a migração<br />

temporária de homens sozinhos; há também diversas outras modalidades,<br />

como a migração de famílias: homens casados com mulheres e filhos; redes<br />

familiares de tios, sobrinhos, pai e filho.<br />

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