22.01.2015 Views

Versão PDF - correio de venezuela

Versão PDF - correio de venezuela

Versão PDF - correio de venezuela

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

10 VeNezuela CORREIO DE CARACAS - 9 DE JUNHO DE 2005<br />

Avelino Ferreira<br />

Joao Fernan<strong>de</strong>z<br />

portugueses iniciaram<br />

a activida<strong>de</strong> comercial em rio chico<br />

Nesta zona costeira, habitam mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z famí lias lusitanas que <strong>de</strong>cidiram viver<br />

numa área tranquila e cheia <strong>de</strong> harmonia.<br />

Jean Carlos De Abreu<br />

<strong>de</strong>abreujean@yahoo.com<br />

Río Chico, povo costeiro do Estado<br />

Miranda que está localizado<br />

a 130 quiló metros <strong>de</strong> Caracas,<br />

<strong>de</strong>staca-se pela mistura <strong>de</strong><br />

raças e pela hospitalida<strong>de</strong> da sua população.<br />

A influência europeia marcou a importâ<br />

ncia econó mica da região para o ano<br />

<strong>de</strong> 1800, pois na zona se concentraram os<br />

gran<strong>de</strong>s comerciantes <strong>de</strong> origem espanhola.<br />

Depois da chegada dos italianos, franceses,<br />

alemães, árabes e marroquinos espanhó<br />

is, Rio Chico converteu-se num centro<br />

comercial e econó mico muito importante.<br />

Mas o <strong>de</strong>scuido dos gran<strong>de</strong>s<br />

empresários <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> várias décadas <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>de</strong>veu-se ao esquecimento da região<br />

na histó ria.<br />

A <strong>de</strong>scoberta do petró leo e a nacionalização<br />

do mesmo também contribuiu para<br />

que o local e as activida<strong>de</strong>s agropecuárias<br />

que ali se realizavam per<strong>de</strong>ssem força.<br />

Para a década <strong>de</strong> 80, sente-se mais uma<br />

vez a emigração neste sector do país. E é<br />

nesta altura que os emigrantes portugueses,<br />

a procura <strong>de</strong> tranquilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> uma melhoria<br />

da sua estabilida<strong>de</strong> econó mica, se<br />

implantam e forma os seus "impérios" comerciais<br />

neste povo.<br />

Em gran<strong>de</strong> parte graças ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>mográfico da coló nia portuguesa,<br />

abriram-se oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego<br />

para os nativos da zona, pois não havia no<br />

local o intercâ mbio comercial industrializado.<br />

A vida em Río Chico é agradável e,<br />

muitas vezes, monó tona, conforme nos<br />

comentam alguns habitantes locais. Para<br />

além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar da praia, que fica a vinte<br />

minutos do povo, há pouca oferta <strong>de</strong><br />

activida<strong>de</strong>s recreativas.<br />

Em Río Chico, há quase 90 mil pessoas,<br />

que constituem todo o Município Páez<br />

do Estado Miranda. A activida<strong>de</strong> econó -<br />

mica mais importante do sector é o cultivo<br />

do cacau como fruto primordial para a realização<br />

do chocolate <strong>venezuela</strong>no.<br />

Trabalhar e Trabalhar<br />

Juan Fernán<strong>de</strong>z é um português que<br />

chegou à zona há 25 anos. É natural da Ribeira<br />

Brava, Ma<strong>de</strong>ira, e chegou à Venezuela<br />

há 31 anos. Diz que a vida do emigrante<br />

luso é trabalhar <strong>de</strong> sol a sol, sem<br />

horário estabelecido.<br />

A activida<strong>de</strong> económica mais importante do sector é o cultivo do cacau<br />

Os momentos <strong>de</strong> distracção, passa-os<br />

na companhia dos amigos ou familiares,<br />

mas a maior parte do tempo fica no seu<br />

estabelecimento a aten<strong>de</strong>r o pú blico e os<br />

fornecedores.<br />

Chegou a esta zona, povoada maioritariamente<br />

por árabes e zambros, para ter<br />

uma vida mais tranquila e sem tanto frenesim.<br />

Gosta do lugar porque as pessoas<br />

são amistosas e conhecem-se todas umas às<br />

outras.<br />

A relação entre o português e o <strong>venezuela</strong>no<br />

é <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>, lealda<strong>de</strong> e gratidão,<br />

pois os lusitanos têm dado emprego nos<br />

seus negó cios a centenas <strong>de</strong> habitantes da<br />

zona.<br />

As festas e as tradições portuguesas<br />

mantêm-se na família, mas não no povo.<br />

A ú nica expressão festiva que comemoram<br />

com os nativos é a da Nossa Senhora<br />

<strong>de</strong> Fátima.<br />

"A comunida<strong>de</strong> portuguesa é unida,<br />

mas cada um está nas suas activida<strong>de</strong>s e<br />

quando nos vemos falamos e mantemos a<br />

amiza<strong>de</strong> que nos une como nação e como<br />

amigos", <strong>de</strong>stacou Juan.<br />

Há trinta anos que não viaja a Portugal<br />

porque a rotina do trabalho o tem impedido.<br />

Mas aceita que se <strong>de</strong>cidisse ir para Portugal<br />

não regressaria por questões econó -<br />

micas ou até políticas".<br />

"Não hásíTios para espairecer<br />

Nem um clube"<br />

Avelino Ferreira é um português natural<br />

<strong>de</strong> Câ mara <strong>de</strong> Lobos, Ma<strong>de</strong>ira, que<br />

chegou a Río Chico há 38 anos. Concorda<br />

com Juan quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a vida quotidiana<br />

na zona consiste em trabalhar e <strong>de</strong>dicar-se<br />

aos seus negó cios.<br />

Os portugueses que resi<strong>de</strong>m no povo<br />

já tentaram abrir um Centro Português<br />

numa casa, mas o plano falhou porque nem<br />

todos estavam entusiasmados com a i<strong>de</strong>ia.<br />

Chegaram a reunir-se no local durante alguns<br />

meses, "mas estes encontros <strong>de</strong>sapareceram<br />

logo <strong>de</strong> seguida".<br />

A comunida<strong>de</strong> mostra sinais <strong>de</strong> união,<br />

mas ao mesmo tempo cada um está na sua,<br />

pois têm que tratar dos seus negó cios.<br />

"Quando nos encontramos na rua ao domingo<br />

nos reunimos em família para jogar<br />

cartas ou falar", comenta-nos Avelino.<br />

A maioria dos negó cios que há em Río<br />

Chico é padarias, vendas e lojas <strong>de</strong> álcool<br />

que são normalmente geridas por portugueses.<br />

Também há comércios <strong>de</strong> roupa<br />

<strong>de</strong> árabes e <strong>de</strong> outros emigrantes.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!