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CORREIO DE CARACAS - 9 DE JUNHO DE 2005 PORTUGAL 19<br />

Indústrias perigosas na Ma<strong>de</strong>ira<br />

Indústria transformadora e agro-indústrias são os maiores inimigos do ambiente<br />

Sónia Gonçalves/Sí lvia Ornelas<br />

(DN-Ma<strong>de</strong>ira)<br />

No Dia Mundial do Ambiente (4<br />

<strong>de</strong> Junho), o director regional<br />

que tem esta pasta na Região<br />

Autó noma da Ma<strong>de</strong>ira mostrou-se<br />

preocupado com a insistência <strong>de</strong> alguns<br />

investidores, que não querem adaptarse<br />

à nova realida<strong>de</strong> e teimam em não mudar<br />

a mentalida<strong>de</strong> retró grada que vê o ambiente<br />

como "um capricho e um aborrecimento".<br />

Domingos Abreu lamenta que haja uma<br />

geração <strong>de</strong> investidores que, em termos <strong>de</strong><br />

conhecimento dos problemas e da importâ<br />

ncia da salvaguarda do ambiente, <strong>de</strong>monstre<br />

falta <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, essencialmente<br />

por ausência <strong>de</strong> formação ambiental.<br />

O responsável aponta os sectores da indú stria<br />

transformadora e da agro-indú stria como os mais<br />

insensíveis nesta matéria e aponta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

haver uma mudança <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>, "sobretudo<br />

porque vêem o ambiente como os empatadores",<br />

refere.<br />

O problema resi<strong>de</strong> no facto <strong>de</strong> estes investidores<br />

ainda não terem percebido que<br />

não basta ter em conta os aspectos sociais e<br />

econó micos para ser bem sucedido. A área<br />

ambiental revela-se, também, fundamental<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento, assegura Domingos<br />

Abreu.<br />

Mas se estes sectores ainda se mostram<br />

"estagnados", outros há que já se aperceberam<br />

da importâ ncia do ambiente. E o responsável<br />

da tutela do Ambiente na Ma<strong>de</strong>ira<br />

exemplifica com o caso do sector hoteleiro.<br />

Conforme nos explica, este era também<br />

um sector on<strong>de</strong> não havia respeito pelo ambiente.<br />

Contudo, actualmente, as coisas inverteram-se<br />

<strong>de</strong> tal forma que os pró prios<br />

hoteleiros zelam pelas questões ambientais e<br />

procuram reconhecimento junto <strong>de</strong> empresas<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do ambiente.<br />

No passado, as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento<br />

quase sem limites favoreceram o<br />

crescimento no sector da hotelaria, e houve<br />

uma fase em que havia também um <strong>de</strong>srespeito<br />

quase total pelas questões ambientais,<br />

estando os factores econó micos e sociais<br />

acima dos ambientais.<br />

Esta fase crítica foi, no entanto, ultrapassada<br />

e, hoje, urge que os sectores da indú<br />

stria transformadora e da agro-indú s-<br />

tria sigam o exemplo da hotelaria.<br />

Até porque, <strong>de</strong>termina o responsável,<br />

"ou interiorizam as questões ambientais e<br />

passam a ser competitivas ou este tipo <strong>de</strong><br />

investimentos <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser viável <strong>de</strong> todo,<br />

pois os clientes não os querem e o mercado<br />

vai penalizá-las. E <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser sustentáveis",<br />

avisa.<br />

Hormona <strong>de</strong> crescimento para 15 a 20 crianças<br />

Tratamentos custam ao erário público cerca <strong>de</strong> 20 mil euros anuais, por cada criança<br />

Ana Luí sa Correia<br />

(DN-Ma<strong>de</strong>ira)<br />

No Hospital Central do<br />

Funchal (Ma<strong>de</strong>ira), entre<br />

15 e 20 crianças estão actualmente<br />

a fazer tratamento com<br />

hormonas <strong>de</strong> crescimento.<br />

Silvestre Abreu, director do<br />

Serviço <strong>de</strong> Endocrinologia, afirmou,<br />

ao DIÁRIO, que este é um<br />

nú mero que tem vindo a manter-se<br />

ao longo dos anos e que está<br />

<strong>de</strong>ntro da média mundial. Esta<br />

aponta para que a prevalência <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong> défice <strong>de</strong> hormona <strong>de</strong><br />

crescimento, ao nível da população<br />

infantil em geral, seja <strong>de</strong> 1 para<br />

4 mil crianças e 1 para cada 10<br />

mil crianças.<br />

O especialista sublinhou ainda<br />

que, "<strong>de</strong> um modo geral, algumas<br />

crianças têm realmente uma<br />

estatura inferior ao normal". Porém,<br />

acrescentou, "isso nem sempre<br />

significa um défice <strong>de</strong> hormona<br />

<strong>de</strong> crescimento", principalmente<br />

porque esses casos<br />

correspon<strong>de</strong>m apenas a 1 ou 2%<br />

dos casos dos atrasos <strong>de</strong> crescimento.<br />

O endocrinologista alertou para<br />

que, quando os pais ou educadores<br />

suspeitarem <strong>de</strong> um qualquer<br />

atraso do crescimento da criança<br />

(principalmente quando notarem<br />

estaturas mais baixas em comparação<br />

com outras crianças da mesma<br />

ida<strong>de</strong>), <strong>de</strong>vem se dirigir ao pediatra,<br />

por forma a diagnosticar o<br />

porquê <strong>de</strong>sse atraso.<br />

Quando é <strong>de</strong>tectado um défice<br />

das hormonas <strong>de</strong> crescimento,<br />

ou então défices genéticos ou situações<br />

<strong>de</strong> insuficiência renal (um<br />

caso existente na Região), as crianças<br />

são encaminhadas para o Hospital<br />

Central do Funchal, por forma<br />

a iniciarem o tratamento hormonal.<br />

Segundo Silvestre Abreu, esta<br />

"é uma situação extremamente<br />

complexa, <strong>de</strong> difícil diagnó stico,<br />

que exige, além dos critérios <strong>de</strong><br />

verificação do crescimento, a efectivação<br />

<strong>de</strong> testes farmacoló gicos".<br />

Há que ter, porém, em atenção<br />

que estes tratamentos com<br />

hormonas <strong>de</strong> crescimento são<br />

"muito caros". O director do serviço<br />

<strong>de</strong> Endocrinologia sublinhou<br />

que, para cada criança, o tratamento<br />

anual "custa ao erário pú -<br />

blico cerca <strong>de</strong> 20 mil euros". Este<br />

valor inclui as ampolas <strong>de</strong> hormonas<br />

(cerca <strong>de</strong> 50 euros cada),<br />

que são administradas diariamente,<br />

consultas e acompanhamento<br />

hospitalar.<br />

Além disso, estes tratamentos<br />

têm uma duração muito variável,<br />

po<strong>de</strong>ndo-se prolongar até por<br />

uma década. Silvestre Abreu afirma<br />

que, i<strong>de</strong>almente, a administração<br />

das hormonas <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong>ve começar bem cedo.<br />

"Às vezes começamos a tratar uma<br />

criança com 2, 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>",<br />

salienta. Acrescentando que, normalmente,<br />

o critério para paragem<br />

do tratamento é o da paragem<br />

do crescimento, algo que se<br />

dá um a dois anos apó s a puberda<strong>de</strong>.<br />

Sobre os resultados <strong>de</strong>sta terapêutica,<br />

o especialista refere que<br />

"quando há défice <strong>de</strong> hormona<br />

<strong>de</strong> crescimento, a criança po<strong>de</strong><br />

crescer entre 14 e 14 centímetros<br />

no primeiro ano e uma média<br />

anual <strong>de</strong> seis centímetros nos anos<br />

seguintes. Quando o crescimento<br />

é inferior a isso, significa que<br />

o tratamento não está a resultar".<br />

Portugal não aprovou<br />

aplicação nos adultos<br />

A utilização da hormona <strong>de</strong><br />

crescimento na ida<strong>de</strong> adulta ainda<br />

não está aprovada em Portugal,<br />

embora o mesmo não se possa dizer<br />

<strong>de</strong> outros países do Mundo.<br />

Silvestre Abreu referiu que, ao<br />

nível internacional, já surgiram alguns<br />

trabalhos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a<br />

continuida<strong>de</strong> do tratamento com<br />

hormona <strong>de</strong> crescimento na ida<strong>de</strong><br />

adulta, com a aplicação <strong>de</strong> duas ou<br />

três doses semanais. Porém, em<br />

Portugal, ainda não foi aprovado<br />

tal tratamento nos adultos.

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