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Versão PDF - correio de venezuela

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CORREIO DE CARACAS - 9 DE JUNHO DE 2005 CultuRA 15<br />

O professor do interior da Venezuela<br />

Uma biblioteca já tem o seu nome, "Jorge Amorim", uma forma <strong>de</strong> lhe prestar homenagem em vida pela sua<br />

<strong>de</strong>dicação. Este emigrante durante mais <strong>de</strong> quinze anos <strong>de</strong>u aulas <strong>de</strong> português em diferentes regiões do paí s.<br />

Noelia <strong>de</strong> Abreu<br />

noelia<strong>de</strong>abreu@gmail.com<br />

Chama-se Manuel Alves <strong>de</strong> Oliveira,<br />

mas é mais conhecido<br />

por todos como Jorge Amorim.<br />

O seu trajecto como professor<br />

<strong>de</strong> línguas é amplo, pois percorreu várias<br />

regiões do interior da Venezuela. Chegou<br />

ao país há 39 anos e <strong>de</strong>dicou quinze <strong>de</strong>ste<br />

ao ensino <strong>de</strong> português, francês e outras<br />

línguas em regiões com Barquisimeto, Villa<br />

Cura, Puerto Cabello, Acarigua e La<br />

Victoria.<br />

Actualmente, dá aulas <strong>de</strong> português<br />

na Igreja San Antó nio <strong>de</strong>l Trébol, em<br />

Valência, paró quia da comunida<strong>de</strong> portuguesa<br />

e italiana; na Câ mara Portuguesa<br />

Venezuelana (CAPORVEN); no<br />

Centro Social Ma<strong>de</strong>irense <strong>de</strong> Valência;<br />

em Tinaquillo, Estado Coje<strong>de</strong>s, em Punto<br />

Fijo, Estado Falcó n; e na Casa Portuguesa<br />

<strong>de</strong> Aragua, on<strong>de</strong> ensina também francês,<br />

ambos há <strong>de</strong>z anos.<br />

Para honrá-lo em vida, a biblioteca da<br />

Câ mara Portuguesa Venezuelana foi<br />

baptizada como Jorge <strong>de</strong> Amorim iniciativa<br />

foi <strong>de</strong> Carlos Balaguera, director da<br />

mencionada organização, que quis reconhecer<br />

o trabalho <strong>de</strong>ste professor que durante<br />

mais <strong>de</strong> três anos leccionou cursos<br />

<strong>de</strong> português na se<strong>de</strong> <strong>de</strong> CAPORVEN,<br />

em Valência, e por ser um <strong>de</strong>stacado erudito<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>zasseis línguas.<br />

As viagens aos diferentes Estados da<br />

Venezuela são pagos por diferentes instituições<br />

e clubes on<strong>de</strong> dá aulas. "Se contabilizarmos<br />

as <strong>de</strong>spesas, os aci<strong>de</strong>ntes pelo<br />

caminho e inclusive os roubos seria fácil<br />

<strong>de</strong>sanimar-se, mas isso eu evito fazer, pois<br />

não gosto <strong>de</strong> me focar nos pontos negativos.<br />

O que eu gosto mesmo, a minha paixão<br />

é dar aulas", confessa.<br />

Sobre os cursos <strong>de</strong> português, comenta<br />

que há muita gente interessada em<br />

apren<strong>de</strong>r português, embora não há tanta<br />

gente como <strong>de</strong>via haver. "Contudo, nas<br />

minhas aulas tenho muitos engenheiros,<br />

médicos, arquitectos e pessoas que ainda<br />

não profissionais", diz. Também faz referência<br />

ao facto <strong>de</strong> que 50% dos que assistem<br />

aos seus cursos serem portugueses<br />

ou luso-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Os outros 50% são<br />

<strong>venezuela</strong>nos, na sua gran<strong>de</strong> maioria. Mas<br />

também tem alunos colombianos ou das<br />

Ilhas das Antilhas, mas são poucos.<br />

POesiA dA lí nguA<br />

gAnhA-se COm estudO<br />

A sua preocupação pela falta <strong>de</strong> docentes<br />

da língua portuguesa no interior<br />

do país é crescente, pois ainda que haja<br />

pessoas interessadas em apren<strong>de</strong>r não há<br />

docentes na sua comunida<strong>de</strong> para cobrir<br />

essa procura. Conforme nos garante, ele é<br />

"o ú nico professor licenciado que há fora<br />

<strong>de</strong> Caracas e na fronteira da Colô m-<br />

bia".<br />

Porto foi a terra que o viu nascer em<br />

1928 e foi precisamente no seu país natal<br />

que tirou o ensino básico, o secundário e<br />

a sua carreira como professor <strong>de</strong> português.<br />

Mas os seus <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> ampliar os<br />

seus conhecimentos levaram-no a fazer<br />

um Curso Superior <strong>de</strong> Teologia e Filosofia<br />

em Espanha e um Curso <strong>de</strong> Línguas<br />

Mo<strong>de</strong>rnas, na Inglaterra e na Irlanda. Ainda<br />

insatisfeito, pousou o seu olhar na Venezuela.<br />

"Queria conhecer o Novo Mundo.<br />

A Europa já era territó rio conhecido<br />

para mim. Também fugi <strong>de</strong> Portugal<br />

por causa dos problemas políticos que me<br />

assediavam", conta-nos.<br />

A Venezuela foi o país que lhe abriu as<br />

portas e on<strong>de</strong> fez estudos especializados<br />

em Castelhano e em Literatura. "A gramática<br />

po<strong>de</strong>mos encontrá-la num computador,<br />

mas a capacida<strong>de</strong> poética que<br />

têm as palavras é uma coisa que tem <strong>de</strong><br />

ser estudado. Por isso, sempre digo aos<br />

meus alunos que uma língua vai muito<br />

mais além <strong>de</strong> todos os tecnicismos", <strong>de</strong>clara.<br />

Até à data, Manuel Alves oliveira já<br />

publicou <strong>de</strong>z livros, um <strong>de</strong>les em espanhol<br />

e o resto em português. A sua obra intitulada<br />

"Tierra <strong>de</strong> Nadie" foi seleccionada<br />

pela biblioteca do Congresso dos Estados<br />

Unidos, no Canadá, para ser traduzido.<br />

Actualmente, tem mais cinco obras<br />

prontas a serrem publicadas. Em 2004,<br />

publicou "Os Oráculos".<br />

Aproximar Camões<br />

à comunida<strong>de</strong><br />

A 18 <strong>de</strong> Julho realiza-se a sétima tertúlia organizada pelo Instituto Português<br />

<strong>de</strong> Cultura no Centro Português <strong>de</strong> Caracas.<br />

Agostinho Silva<br />

asilva@dnoticias.pt<br />

OInstituto Português <strong>de</strong> Cultura<br />

(IPC) tem vindo a realizar<br />

nos ú ltimos dois anos uma série<br />

<strong>de</strong> tertú lias que têm como principal<br />

objectivo aproximar a comunida<strong>de</strong><br />

lusa às activida<strong>de</strong>s culturais. Esta iniciativa<br />

procura con seguir mais envolvimento<br />

dos portugueses que não costumam<br />

assistir às conferências ou fó -<br />

runs, mas que po<strong>de</strong>m ver nas tertú lias<br />

um espaço on<strong>de</strong> se juntam i<strong>de</strong>ias, mú -<br />

sica, poemas e alegria.<br />

A pró xima tertú lia realiza-se no<br />

Centro Português <strong>de</strong> Caracas, no restaurante<br />

O Navegante, a partir das<br />

21h00. O evento vai ser em honra <strong>de</strong><br />

Luís <strong>de</strong> Camões e serve para comemorar<br />

o Dia <strong>de</strong> Portugal e das Comunida<strong>de</strong>s<br />

Portuguesas. É, ainda, uma oportunida<strong>de</strong><br />

para festejar o quadragésimo<br />

sétimo aniversário do CPC.<br />

No encontro, vão-se refrescar os dados<br />

mais significativos da biografia do<br />

escritor e poeta português, ler alguns<br />

dos seus poemas e ouvir alguma mú -<br />

sica.<br />

Estes encontros culturais começaram<br />

a realizar-se a 16 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2003<br />

e converteram-se numa alternativa para<br />

divulgar o melhor da cultura lusa.<br />

Betty Rodrigues, directora do IPC,<br />

diz que a assistência da comunida<strong>de</strong><br />

tem sido bastante positiva e, <strong>de</strong>staca,<br />

cada vez mais pessoas frequentam estas<br />

reuniões culturais. "À ú ltima tertú lia,<br />

assistiram 150 pessoas. Para esta que se<br />

vai realizar agora esperamos mais ou<br />

menos o mesmo nú mero <strong>de</strong> assistentes".<br />

Isto só é possível porque a Direcção<br />

do CPC permitiu a entrada livre,<br />

mesmo <strong>de</strong> pessoas que não sejam<br />

só cias do clube.

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