Versão PDF - correio de venezuela
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30 <strong>de</strong>sPorto CORREIO DE CARACAS - 9 DE JUNHO DE 2005<br />
Voleibolista <strong>venezuela</strong>no<br />
com sucesso em Portugal<br />
O melhor avançado do Campeonato Português <strong>de</strong> Voleibol é um <strong>venezuela</strong>no. Andrés Manzanillo conseguiu<br />
<strong>de</strong>stacar-se não só na sua equipa "Antiguos Alumnos dos Açores" como também na Liga 2004-2005<br />
Liliana da Silva<br />
Quando cheguei a Portugal,<br />
apercebi-me <strong>de</strong> que a ú nica<br />
palavra que sabia dizer<br />
era "obrigado". Esta frase<br />
faz-nos perceber como foi a adaptação<br />
<strong>de</strong> Andrés Manzanillo, voleibolista profissional<br />
que faz parte da Selecção Venezuelana<br />
<strong>de</strong> Voleibol, que foi para Portugal.<br />
Embora esta terra não lhe fosse<br />
estranha, este <strong>venezuela</strong>no teve <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r a partilhar uma cultura diferente<br />
que hoje, confessa, admira e respeita.<br />
Com uma carreira amplamente <strong>de</strong>senvolvida<br />
em campeonatos como o colombiano,<br />
o argentino e o dominicano,<br />
Manzanillo <strong>de</strong>cidiu tentar a sua sorte<br />
num mercado diferente e importante, o<br />
europeu. Esta seria uma nova etapa da<br />
sua carreira como <strong>de</strong>sportista. O ponto<br />
<strong>de</strong> partida para esta nova aventura foi<br />
Portugal. Uma vitrina <strong>de</strong> exibição simples,<br />
mas que permitiu conseguir projectar<br />
o talento <strong>de</strong> Andrés Manzanillo<br />
noutras nações europeias que começam<br />
a interessar-se no potencial <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sportista.<br />
"Portugal permitiu-me entrar<br />
no mercado europeu. Já recebi inú meras<br />
propostas para jogar em países como<br />
a Ucrâ nia. E há outras equipas lusas<br />
interessadas em mim.<br />
Com apenas um ano <strong>de</strong> participação<br />
na Liga Portuguesa, Manzanillo conseguiu<br />
ser o melhor avançado da sua<br />
equipa e <strong>de</strong> todo o campeonato português,<br />
que conta com a participação <strong>de</strong><br />
quase cem brasileiros, conhecidos pela<br />
sua ampla <strong>de</strong>streza neste <strong>de</strong>sporto. "A<br />
concorrência em Portugal é gran<strong>de</strong>. Há<br />
muita qualida<strong>de</strong> técnica, sobretudo porque<br />
jogam muitos estrangeiros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
brasileiros, canadianos, estadouni<strong>de</strong>nses<br />
e, claro, portugueses.<br />
A língua portuguesa não era <strong>de</strong>sconhecida<br />
para este <strong>de</strong>sportista, pois já tinha<br />
jogado no Brasil e em Portugal muitas<br />
vezes. Contudo, o dialecto pró prio<br />
dos açorianos foi uma prova dura <strong>de</strong><br />
superar. "No início, não percebia nada,<br />
mas teve que apren<strong>de</strong>r. O treinador era<br />
português e a maioria dos meus colegas<br />
também. Este é um processo normal<br />
para nó s, <strong>de</strong>sportistas, pois temos<br />
que nos adaptar ao país para on<strong>de</strong> vamos".<br />
Contudo, a língua não foi o ú nico<br />
que teve <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r. Depois <strong>de</strong> muitos<br />
anos a jogar como central, Manzanillo<br />
jogou <strong>de</strong>ntro da sua equipa como avançado.<br />
Uma nova posição, à qual lhe custou<br />
muito adaptar-se, permitiu-lhe <strong>de</strong>scobrir<br />
uma nova faceta do seu jogo. Hoje,<br />
já na Venezuela e a se preparar para<br />
a Liga Mundial <strong>de</strong> Voleibol, on<strong>de</strong> vai<br />
enfrentar Portugal, tem mantido esta<br />
posição. "O facto <strong>de</strong> agora ser avançado<br />
permitiu-me <strong>de</strong>stacar no campeonato<br />
português. Descobri uma nova capacida<strong>de</strong><br />
que tenciono continuar a experimentar",<br />
diz.<br />
Um encontro<br />
<strong>de</strong> comPatriotas<br />
Juntamente com a sua equipa, Andrés<br />
Manzanillo teve a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> viajar por muitas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Portugal,<br />
on<strong>de</strong> encontrou muitos <strong>venezuela</strong>nos<br />
que, como ele, tentavam encontrar nestas<br />
terras lusas melhores perspectivas<br />
<strong>de</strong> futuro. "Em Espinho, reencontrei<br />
uma família que já tinha conhecido em<br />
1994, durante uns treinos da Selecção<br />
Nacional da Venezuela em Portugal.<br />
Eles têm lá um programa <strong>de</strong> rádio que<br />
se chama "Domingo Venezuelano". Foram<br />
ver-me jogar em Espinho. Foi uma<br />
sensação ú nica ver ban<strong>de</strong>iras da Venezuela<br />
nas bancadas", conta-nos.<br />
Este <strong>de</strong>sportista ainda não sabe se vai<br />
regressar a Portugal ou se vai aceitar<br />
alguma das propostas noutros países <strong>de</strong><br />
Europa. Contudo, vau ter que enfrentar<br />
aos lusos quatro vezes, mas <strong>de</strong>sta vez<br />
com a camisola da Venezuela, nos encontros<br />
previstos para a Liga Mundial<br />
<strong>de</strong> Voleibol 2005. "Portugal é uma selecção<br />
que tem avançado muito, mas<br />
nos ú ltimos anos não tem conseguido<br />
vencer. Obviamente, não subestimamos<br />
nenhuma equipa e, com o novo treinador<br />
cubano que tem Portugal, estamos<br />
certos <strong>de</strong> que não será muito fácil vencê-los.<br />
Contudo, a qualida<strong>de</strong> vê-se no<br />
campo", concluiu Andrés Manzanillo.