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Versão PDF - correio de venezuela

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CORREIO DE CARACAS - 9 DE JUNHO DE 2005 VEnEzuEla 11<br />

"Estamos abandonados"<br />

Aleixo Vieira<br />

aleixo5151@cantv.net<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maracaibo, vivem<br />

cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil portugueses.<br />

Jesuino Brito, cô nsul honorário,<br />

fala-nos da comunida<strong>de</strong><br />

e queixa-se do esquecimento constante<br />

das autorida<strong>de</strong>s Portuguesas.<br />

Com uma superfície territorial <strong>de</strong><br />

63.100 Km2 o Estado Zulia esten<strong>de</strong>-se ao<br />

largo do lago <strong>de</strong> Maracaibo, entre a cordilheira<br />

<strong>de</strong> Perijá e a <strong>de</strong> Mérida. Parte consi<strong>de</strong>rável<br />

do territó rio está ocupado pelo<br />

lago (13.280 km2) e o clima ao longo do<br />

ano é <strong>de</strong> 30º , em média.<br />

Não obstante as excelentes qualida<strong>de</strong>s<br />

do solo <strong>de</strong> alto potencial agrícola, que permite<br />

o cultivo da cana-<strong>de</strong>-açú car, do cacau,<br />

do milho, das "caraotas", da banana<br />

e do plátano. Este Estado <strong>venezuela</strong>no é<br />

constituído por gran<strong>de</strong>s zonas produtivas<br />

<strong>de</strong> gado, embora a sua principal activida<strong>de</strong><br />

econó mica <strong>de</strong>penda da exploração petroleira,<br />

que é o mais importante motor<br />

econó mico da zona.<br />

Segundo o ú ltimo censo, feito em<br />

1995, a povoação do Estado oscila entre os<br />

três milhões <strong>de</strong> habitantes. Maracaibo geograficamente<br />

está situado a 830 km da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caracas.<br />

A comunida<strong>de</strong> portuguesa não é excepção<br />

e também naquela localida<strong>de</strong> da<br />

Venezuela, comparativamente a outras cida<strong>de</strong>s<br />

do país, está estabelecida há mais<br />

<strong>de</strong> 50 anos.<br />

No consulado (honorário) local, estão<br />

<strong>de</strong>vidamente inscritos cerca <strong>de</strong> cinco mil<br />

portugueses. No entanto, segundo o responsável<br />

consular Jesuino Brito, emigrante<br />

há mais <strong>de</strong> 45 anos na Venezuela, a presença<br />

lusitana naquela localida<strong>de</strong> supera os<br />

oito mil lusitanos.<br />

A <strong>de</strong>dicação profissional dos mesmos<br />

também não e muito diferente à dos lusos<br />

que estão noutras localida<strong>de</strong>s do País.<br />

Padarias, restaurantes, lojas <strong>de</strong> ferragens,<br />

supermercados e construção são as áreas<br />

mais frequentes, para além <strong>de</strong> outras com<br />

menos significado.<br />

É preciso <strong>de</strong>stacar ainda que, nesta localida<strong>de</strong>,<br />

existe um clube social português<br />

<strong>de</strong>nominado "Casa <strong>de</strong> Portugal", que foi<br />

fundado há mais <strong>de</strong> trinta anos, mas que<br />

atravessa agora um momento menos bom<br />

no que respeita à dinamização interna.<br />

Jesuino Brito, cô nsul honorário natural<br />

do Algarve, região <strong>de</strong> on<strong>de</strong> emigrou<br />

com apenas nove anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, é um profundo<br />

conhecedor das activida<strong>de</strong>s dos portugueses<br />

naquela localida<strong>de</strong>.<br />

BUROCRACIA PORTUGUESA<br />

O Dia <strong>de</strong> Portugal é celebrado religiosamente<br />

todos os anos com a tradicional<br />

oferenda floral à estátua <strong>de</strong> Luís <strong>de</strong><br />

Camões na principal praça da cida<strong>de</strong>.<br />

Este tipo <strong>de</strong> iniciativa tem partido sempre<br />

<strong>de</strong> maneira individual da comunida<strong>de</strong><br />

ali presente, que se queixa da falta <strong>de</strong> interesse<br />

das autorida<strong>de</strong>s portuguesas. "Estamos<br />

abandonados", vinca Jesuino Brito.<br />

A burocracia portuguesa, no que diz<br />

respeito à legalização <strong>de</strong> documentos, revalidações<br />

<strong>de</strong> títulos, etc, é outro dos alvos<br />

<strong>de</strong> críticas que Jesuino Brito, que faz<br />

questão <strong>de</strong> dizer em nome dos portugueses<br />

daquela localida<strong>de</strong> que "muitos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m<br />

estabelecer-se <strong>de</strong>finitivamente em Portugal,<br />

mas ficam fartos <strong>de</strong> tanto esperar documentos,<br />

revalidação <strong>de</strong> títulos, etc. Mesmo<br />

estando em Portugal, <strong>de</strong>pois optam<br />

por regressar à Venezuela e reiniciar a sua<br />

vida". No entanto, <strong>de</strong>staca, o trabalho feito<br />

pelo consulado geral, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

os seus serviços em Valencia.<br />

A insegurança pessoal também não é<br />

um problema alheio à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

zona. Ultimamente, verificam-se alguns<br />

casos <strong>de</strong> sequestros, on<strong>de</strong> Jesuino Brito<br />

como cô nsul honorário <strong>de</strong> Portugal tem<br />

exercido um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na intervenção<br />

com a polícia local.<br />

Maracaibo parece ser excepção no que<br />

se refere a casos <strong>de</strong> pobreza extrema.<br />

Acrescenta que "felizmente aqui a necessida<strong>de</strong><br />

extrema é pouca e não temos verificado<br />

esse tipo <strong>de</strong> casos, como em Caracas,<br />

por exemplo".

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