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Universidade e os múltiplos olhares de si mesma - Sistema de ...

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á<strong>si</strong>co, foram implantad<strong>os</strong>, a partir d<strong>os</strong> an<strong>os</strong> 80, alguns programas curriculares<br />

inter<strong>de</strong>partamentais; entretanto, “nem sempre se consegue fazer o aluno perceber esse esforço<br />

<strong>de</strong> articulação mais claramente” (E11), permanecendo um <strong>de</strong>scompasso entre o gran<strong>de</strong><br />

volume <strong>de</strong> conhecimento advindo da ciência bá<strong>si</strong>ca e a sua relação com a prática clínica.<br />

II. Há hoje um esforço em aumentar e diver<strong>si</strong>ficar a prática clínica no contexto <strong>de</strong> cada<br />

disciplina, ampliando o atendimento ambulatorial, ao passo que antes era mais direcionado às<br />

enfermarias. Há também obrigatorieda<strong>de</strong> da realização do internato rotatório nas quatro<br />

gran<strong>de</strong>s áreas da formação - clínica médica, clínica cirúrgica, gineco-obstetrícia e pediatria -<br />

para favorecer a formação geral, enquanto que até a década <strong>de</strong> 70 o internato era feito na<br />

especialida<strong>de</strong> escolhida pelo aluno (E7). Além do mais, há uma menor neces<strong>si</strong>da<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

buscar treinamento <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong> fora da Escola, <strong>de</strong>vido à consolidação do próprio<br />

H<strong>os</strong>pital (E15).<br />

“Até <strong>os</strong> an<strong>os</strong> 70 já havia muita prática, <strong>si</strong>m, mas apenas nas chamadas gran<strong>de</strong>s<br />

disciplinas, como a <strong>de</strong> Clínica Médica e a <strong>de</strong> Doenças Infecci<strong>os</strong>as, ao passo que nas<br />

disciplinas <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s era necessário apenas a freqüência em sala <strong>de</strong> aula” ; com o<br />

H<strong>os</strong>pital Univer<strong>si</strong>tário, “houve um aumento <strong>si</strong>gnificativo da prática nas especialida<strong>de</strong>s em<br />

relação a na Clínica Médica” (E14). “Havia também uma gran<strong>de</strong> distorção pelo predomínio<br />

<strong>de</strong> pacientes com doenças raras <strong>de</strong>vido ao interesse em pesquisá-las por parte <strong>de</strong> cert<strong>os</strong><br />

professores”, diz E11. Neste sentido, houve alguma mudança em virtu<strong>de</strong> d<strong>os</strong> convêni<strong>os</strong><br />

estabelecid<strong>os</strong> entre <strong>os</strong> Ministéri<strong>os</strong> da Educação, da Saú<strong>de</strong> e da Previdência Social levando <strong>os</strong><br />

H<strong>os</strong>pitais Univer<strong>si</strong>tári<strong>os</strong> a priorizarem as doenças mais prevalentes na população em troca do<br />

financiament<strong>os</strong> que essas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> en<strong>si</strong>no passaram a receber (Gentile <strong>de</strong> Melo, 1977;<br />

Fraga Filho e R<strong>os</strong>a, 1980).<br />

III. Estabelece-se uma relação entre o novo modo <strong>de</strong> trabalho do H<strong>os</strong>pital Univer<strong>si</strong>tário,<br />

que p<strong>os</strong><strong>si</strong>bilita o processo <strong>de</strong> consolidação das especialida<strong>de</strong>s e o uso inten<strong>si</strong>vo da tecnologia,<br />

com a neces<strong>si</strong>da<strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> <strong>de</strong> problematização no en<strong>si</strong>no clínico. Segundo<br />

E12 é do início da década <strong>de</strong> 80 a prop<strong>os</strong>ta do En<strong>si</strong>no-por-problemas vinculada a esta<br />

mudança no campo da prática médica. N<strong>os</strong> an<strong>os</strong> 70, <strong>de</strong> acordo com E5, “era um en<strong>si</strong>no ainda<br />

tradicional, com aulas magistrais e sessões clínicas ainda naquele estilo mais ‘pomp<strong>os</strong>o’, mais<br />

clás<strong>si</strong>co, no antigo esquema da escola francesa”. Outro professor acrescenta:<br />

Na fase <strong>de</strong> implantação do HU a gente notava que o projeto era mais americano, na verda<strong>de</strong>. A<br />

gran<strong>de</strong> inovação que ocorreu nesse momento é que começou a se falar na questão do “En<strong>si</strong>no–<br />

por–Problemas”. Tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> prontuári<strong>os</strong> do H<strong>os</strong>pital Univer<strong>si</strong>tário já eram estruturad<strong>os</strong> por<br />

problemas. Isso aí, eu acho que foi um avanço muito gran<strong>de</strong>. Foi a primeira vez que eu tomei<br />

contato com o prontuário já mais técnico, com o en<strong>si</strong>no um pouco mais técnico da clínica<br />

médica. Era um avanço porque até então não se tinha isso. Se a pessoa soubesse fazer uma

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