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Metodologia de Trabalho com Famílias e Comunidades nos ...

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se verifica, na maioria das vezes, que a frase sofreu modificações<br />

substanciais. Se um grupo <strong>de</strong> famílias brinca <strong>de</strong> “telefone sem<br />

fio” sem qualquer propósito, po<strong>de</strong> tirar uma conclusão “lógica” da<br />

brinca<strong>de</strong>ira: as fofocas distorcem as notícias. Porém, essa conclusão,<br />

não lhes dirá nada diretamente relacionado à sua experiência<br />

pessoal e não vai necessariamente sustentar uma reflexão. A brinca<strong>de</strong>ira<br />

po<strong>de</strong> parecer “ilógica e vazia”, uma perda <strong>de</strong> tempo. Se o<br />

grupo foi constrangido a brincar, suas associações po<strong>de</strong>m mesmo<br />

ser dificultadas pela indisponibilida<strong>de</strong> e pela resistência.<br />

Se o mesmo grupo brinca <strong>de</strong> “telefone sem fio”, mas é solicitado<br />

a associar a brinca<strong>de</strong>ira àquilo que acontece <strong>com</strong> a informação<br />

que recebe sobre a sua família, a técnica surte um efeito mais<br />

focalizado e contextualizado. Abre-se a possibilida<strong>de</strong> não apenas<br />

<strong>de</strong> um “raciocínio” <strong>com</strong>o também <strong>de</strong> uma “reflexão” sobre a própria<br />

experiência. A coor<strong>de</strong>nação do grupo tem um papel a <strong>de</strong>sempenhar:<br />

colocar questões, instigar, associar, acolher, escutar e<br />

sistematizar. Porém, se a coor<strong>de</strong>nação “atropela” o grupo <strong>com</strong><br />

conclusões apressadas, na pressa <strong>de</strong> fazê-lo aceitar uma “moral da<br />

história” – antes mesmo que pensem em suas próprias histórias – a<br />

brinca<strong>de</strong>ira “per<strong>de</strong> a graça”.<br />

O uso <strong>de</strong> técnicas favorece a sensibilização, a expressão, a <strong>com</strong>unicação<br />

e a ressignificação das experiências através <strong>de</strong> uma<br />

estratégia simples: permite reorganizar a sua narrativa. Na medida<br />

em que se incrementam os processos <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação, abrem-se<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ressignificação. As novas narrativas surgem no<br />

campo grupal <strong>com</strong>o um tesouro <strong>de</strong> significantes e significados. Trazem<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistematização e <strong>com</strong>paração dos pontos<br />

<strong>de</strong> vista, o trabalho <strong>com</strong> conflitos e diferenças. E aí, novamente,<br />

a atuação do coor<strong>de</strong>nador é fundamental. Na medida em que<br />

aponta, indaga, associa, sugere etc., ajuda o grupo no trabalho <strong>de</strong><br />

elaboração.<br />

Vejamos um outro exemplo: um grupo <strong>de</strong> familiares <strong>de</strong> um adolescente<br />

em abrigo representa, nas três pétalas <strong>de</strong> uma flor <strong>de</strong>senhada<br />

em um papel, o que sente, o que pensa e o que faz diante<br />

do direito do adolescente à convivência familiar. Ao cumprir a tare-<br />

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