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Metodologia de Trabalho com Famílias e Comunidades nos ...

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na confusão <strong>de</strong> papéis entre pais e padrastos, no caso da mãe/pai<br />

que negligencia a criança porque, em outros momentos, sente-se,<br />

ela(e) própria, infantilizada(o) e carente <strong>de</strong> cuidados;<br />

O trabalho <strong>com</strong> essas dificulda<strong>de</strong>s pressupõe o resgate da história<br />

<strong>de</strong> vida do grupo familiar e dos indivíduos, a revisão dos papéis<br />

e divisão <strong>de</strong> tarefas, a potencialização para o exercício do papel, a<br />

mudança <strong>de</strong> regras no grupo para melhor aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> seus membros, a responsabilização dos adultos responsáveis e<br />

criação <strong>de</strong> novos sentidos para sustentar as relações cotidianas.<br />

Note-se que as situações <strong>de</strong> convivência são importantes na medida<br />

em que aumentem a auto-estima, promovam a <strong>com</strong>unicação, o<br />

lazer, a criativida<strong>de</strong> e as trocas afetivas.<br />

3.7 Eleição <strong>de</strong> “bo<strong>de</strong> expiatório” para as tensões e conflitos do<br />

grupo familiar<br />

Grupos sociais que se vêm às voltas <strong>com</strong> tensões internas que<br />

geram muita ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m escolher, consciente e/ou inconscientemente,<br />

um “bo<strong>de</strong> expiatório”, a quem todos culpam, a quem<br />

atribuem as dificulda<strong>de</strong>s do grupo e a quem, reiteradamente, castigam<br />

<strong>com</strong>o forma <strong>de</strong> “expurgar” seus problemas ou “expiar” suas<br />

faltas. Trata-se, é claro, <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> intolerância para<br />

<strong>com</strong> os próprios problemas, mas que o grupo não consegue enfrentar,<br />

escolhendo um membro a quem possam culpar, promovendo<br />

uma catarse dos sentimentos no grupo, sem necessariamente<br />

ter <strong>de</strong> refletir sobre isto. Infelizmente, por serem in<strong>de</strong>fesas diante<br />

do po<strong>de</strong>r dos adultos, as crianças são freqüentemente colocadas<br />

nesta posição no conjunto das relações familiares. Adultos que são<br />

normalmente cuidadosos e carinhosos <strong>com</strong> algumas das crianças,<br />

po<strong>de</strong>m se mostrar particularmente cruéis <strong>com</strong> aquela escolhida<br />

<strong>com</strong>o “bo<strong>de</strong> expiatório”.<br />

A escolha do bo<strong>de</strong> expiatório nem sempre está relacionada a<br />

uma característica <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> da criança, e isto po<strong>de</strong> se tornar<br />

um círculo vicioso em que é impossível dizer se ela é assim<br />

por ocupar uma dada posição, ou, se ocupa esta posição por ter<br />

tais características. O mais importante nessa dinâmica familiar é<br />

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