Desporto&Esport ed. 2 plus
Revista digital Desporto&Esport (www.desportoeesport.com)Faça o Download desta revista em: https://www.magzter.com/PT/Desporto&Esport;/Desporto-&-Esport/Sports/201599 ou se preferir o Paypall https://www.presspadapp.com/digital-magazine/desporto-esport
Revista digital Desporto&Esport (www.desportoeesport.com)Faça o Download desta revista em:
https://www.magzter.com/PT/Desporto&Esport;/Desporto-&-Esport/Sports/201599
ou se preferir o Paypall
https://www.presspadapp.com/digital-magazine/desporto-esport
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Andre Kirk Agassi nasceu em 1970 em Las Vegas nos Estados Unidas<br />
da América e um dos apenas sete tenistas que venceram todos os<br />
quatro Grand Slam conquistados na era moderna, vencendo ainda<br />
uma m<strong>ed</strong>alha olímpica, o que o torna em um dos melhores tenistas<br />
de sempre. No seu auge, Agassi elevou a sua popularidade a uma<br />
estrela de Hollywood, algum incomum à altura, o que levou a BBC,<br />
na altura em que este se retirou a apelida-lo: de “talvez a maior estela<br />
mundial da história do desporto”. Mas toda a sua fama, popularidade<br />
e milhões ganhos escondiam o seu lado depressivo e de profundo<br />
odio ao ténis que vinha desde bem novo, quando o pai de Agassi o<br />
abrigava a bater diariamente centenas de bolas em vez de o deixar<br />
brincar com os seus amigos – o seu verdadeiro desejo em criança.<br />
O seu conflito entre o talento que tinha para jogar ténis e o ressentimento<br />
que tinha por este desporto fora sempre uma constante<br />
em toda a sua vida desportiva. Num dos momentos mais marcantes<br />
contados na sua autobiografia, Agassi conta o pânico que sentia<br />
ainda pequeno quando treinava obsessivamente sobre o olhar atento<br />
do seu pai violento. E a solidão e o m<strong>ed</strong>o que sentiu quando foi para<br />
Em cima, a biografia de Agassi: “Open”. Ao lado, Ag<br />
Stefanie Graf. Em baixo, Agassi levantando o seu pri<br />
de Grand Slam: wimbl<strong>ed</strong>on.<br />
“Digo a mim mesmo: Lembra-te disto. Segura-te a isto. Esta é a única perfeição<br />
que existe, a perfeição de ajudar os outros. Esta é a única coisa que<br />
podemos fazer que tem algum valor ou significado duradouro. É por isso que<br />
estamos aqui. Para fazer o outros se sentirem seguros.” Andre Agassi<br />
na sua autobiografia sobre a sua autobiografia.<br />
que mais parecia um campo de concentração. A sua infância<br />
difícil teve sem dúvidas um papel fundamental no estilo rebelde<br />
que adotou nos primeiros anos da sua vida adulta, estilo esse, que<br />
levou para dentro dos cortes de ténis, num desporto ainda hoje<br />
conservador, e o transformaram num ícone no final dos anos 80,<br />
início dos anos 90. Cabelo longo e tingido, orelhas furadas e ar de<br />
rock-punk foi durantes largos anos a sua imagem de marca.<br />
O seu natural talento para a modalidade, ainda hoje, é considerado<br />
o melhor jogador de sempre a devolver os serviços dos oponentes<br />
depressa o fizeram subir no ranking, numa das alturas mais competitivas<br />
do ténis mundial. Depois de três finas de Grand Slam<br />
perdidas, a sua primeira grande vitória apareceu onde menos se<br />
esperava – Wimbl<strong>ed</strong>on (1992), um torneio que o próprio sempre<br />
desprezara por não se sentir capaz de vencer.<br />
Mas, o parente êxito escondia o sofrimento que sentia e que se<br />
tornaria bem visível nos anos seguintes a essa vitória. As drogas<br />
passaram a fazer parte da sua vida. Nem sempre com o intuito de<br />
melhorar o desempenho como; é disso bom exemplo o facto de ter<br />
tomado crystal uma droga que não ajuda a ganhar. Mas também<br />
tomou drogas dopantes como anfetaminas. Chegou inclusive a dar<br />
positivo num controlo anti doping, mas fingiu inocência, disse que<br />
tomou a droga por engano, num refrigerante.<br />
O facto de ter usado substâncias dopantes para melhorar o seu<br />
desempenho é ainda mais estranho que na sua autobiografia, Open<br />
– Aberto em português, tenha admitido perder propositadamente<br />
jogos, nomeadamente a meia-final do Austrália Open.<br />
Agassi também sentia uma enorme animosidade contra os seus<br />
adversários. De Pete Sampras afirma que “é mais robótico que um<br />
papagaio”, a Boris Becker apelida-o de “maldito alemão” e admite<br />
que ficou “com vontade de vomitar” quando o também americano<br />
Michael Chang venceu o torneio de Roland Garros (França), em<br />
1989, e este agradeceu a Deus a vitória. “Ele dava graças à Deus<br />
e atribuía suas vitórias a Deus, e isso irritava-me muito. Por que<br />
Deus se importaria com uma partida de tênis? E, por que ele se<br />
colocaria contra mim e a favor do Chang? Isso é ridículo. Quando<br />
ele venceu Roland Garros em 1989, fiquei com vontade de vomitar.<br />
E perguntei-me: por que logo o Chang, entre tantos outros,<br />
logo ele, foi vencer um Grand Slam antes de mim?”.<br />
Apesar de tudo Agassi deixou a sua marca e apesar da contestação<br />
dos seus títulos por muitos ex-tenistas e até tenistas atuais, a<br />
realidade é que o seu palmares é invejável. Em 20 anos conquistou<br />
60 títulos ATP, uma m<strong>ed</strong>alha olímpica em 1996 e venceu todos os<br />
4 grandes Grand Slam (Wimbl<strong>ed</strong>on, Roland Garros, US Open e<br />
Aberto da Austrália).<br />
38 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com