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Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

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dos consultores jurídicos das três armas, para nos dar respostas sobre<br />

nossos mortos e desaparecidos; e eles nos deram respostas. E onde é<br />

que foram parar estes documentos? Até hoje ninguém nos respondeu.<br />

Esta pergunta eu faço a cada vez que eu falo: onde foram parar os<br />

documentos do Exército, Marinha e Aeronáutica que <strong>em</strong>basaram os<br />

relatórios assinados e legalizados, entregues à Câmara Federal <strong>em</strong> 1994<br />

e disponibilizados aos familiares? Muitos deles, especialmente os da<br />

Marinha, Nadine [dirigindo-se à colega de mesa], têm datas diferentes<br />

das que nós t<strong>em</strong>os para as mortes dos guerrilheiros do Araguaia. Muitos<br />

dos que nós pensávamos que tinham sido executados, na verdade, foram<br />

presos e mortos sob tortura. E depois eles davam uns tiros para “montar<br />

um teatrinho”. Isto nos mortos da cidade. O relatório da Marinha tinha<br />

muitas informações. Nós nunca tiv<strong>em</strong>os acesso a estes documentos e<br />

isto já era 1994. Eu nunca vi, mesmo durante os dez anos <strong>em</strong> que fiz<br />

parte da Comissão Especial dos Mortos e Desaparecidos.<br />

Eu entrei nesta Comissão representando os familiares quando<br />

o Fernando Henrique criou a Lei. Em 2005, quando a nós pareceu<br />

que esta Comissão tinha se tornado muito mais uma Comissão de<br />

Governo do que de Estado, porque ela não estava se propondo a fazer<br />

as investigações que nós gostaríamos ou esperávamos que fizesse, eu saí<br />

desta Comissão. Nós inclusive solicitamos à Ministra Maria do Rosário<br />

que fizesse uma reformulação da Comissão para que ela voltasse a ter<br />

o peso político que teve durante um período, para tentar abrir portas e<br />

investigar estes crimes, porque ela chegou a ter um peso interessante<br />

quando ousou aprovar os nomes do Comandante Carlos Marighella e<br />

do Comandante Carlos Lamarca como mortos pelas mãos do Estado.<br />

Mas a Justiça brasileira não nos dava resposta e nós apresentamos<br />

interpelação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos com os<br />

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