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Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

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Esse general, num desses 31 de março da d<strong>em</strong>ocracia, fez um discurso<br />

defendendo a “Revolução de 1964”. Vejam, eles não só fizeram uma<br />

farsa para não achar os desaparecidos, mas entregaram, amarraram o<br />

cachorro com a linguiça, e botaram um monte de trator pra fazer buraco<br />

lá no Araguaia. Até hoje, não encontraram nada. Os únicos dois corpos<br />

localizados no Araguaia foram encontrados pelas famílias. Olha só: s<strong>em</strong><br />

trator, s<strong>em</strong> GPS. Sabe como? Conversando. Conversando com qu<strong>em</strong>?<br />

Com moradores e também diretamente com agentes que participaram da<br />

repressão. Ou eles estão na ativa ou estão aposentados. Eles têm endereço,<br />

família, são pessoas como nós. Por que o Estado brasileiro não os convoca<br />

para dizer onde estão os desaparecidos? Não sei. Se o Estado, Jobim e o<br />

restante do governo quisess<strong>em</strong> localizá-los, não montariam uma comissão<br />

comandada por militares. Eles simplesmente pegariam as informações<br />

direto na fonte, como é o caso do Curió, que ont<strong>em</strong> [29 de março de<br />

2011] foi preso e continua preso até hoje [30 de março de 2011], não<br />

pelo crime contra a humanidade que ele cometeu lá no Araguaia, mas por<br />

porte ilegal de arma. Mas é assim que os processos começam. O Pinochet<br />

foi preso longe do seu país e, no seu país, quando voltou, ele foi julgado<br />

por crime contra o fisco. Não foi por crime contra a humanidade, não.<br />

Só que isso transformou o país. Criou um evento político lá, e eles não<br />

tiveram mais como voltar atrás.<br />

A Alessandra tinha perguntado sobre o sentimento <strong>em</strong> relação<br />

à impunidade. Eles ter<strong>em</strong> de ir à mídia para se defender e dizer “aqui<br />

não houve tortura, isso é mentira” é um sinal de que a coisa está pegando<br />

para cima deles. Os mais radicais diziam, há um t<strong>em</strong>po, que esses<br />

comunistas iam acabar com o país e que tiveram que torturar. A Suzana<br />

uma vez deu uma entrevista para a Folha de S. Paulo e uma das perguntas<br />

foi mais ou menos como ela reagia diante dessa impunidade, como ela<br />

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