Abril 2007das decisões do tribunal” (Informativo<strong>Adusp</strong> 174, encarte especial, p. 3).A reportagem não localizou referênciaao contrato em questão nasedições do Diário Oficial da União(D.O.U) de janeiro e fevereiro de2007. Em outra dispensa de licitaçãorecente, publicada no D.O.U em 1ºde fevereiro de 2007, em contrato celebradocom o Banco do Brasil para“contratação do curso Derivativos”,no valor de R$ 114 mil, a FIA foi beneficiadapelo inciso II, do artigo 25da Lei de Licitações (8.666/93), quedispensa licitação quando há “inviabilidadede competição, em especialpara a contratação de serviçostécnicos, de natureza singular,com profissionais ouempresas de notória especialização”.Procurada pelaRevista <strong>Adusp</strong>, aassessoria de imprensada FIA confirmouo contrato,mas, alegandocláusulas de sigilo,informou que não falasobre seu conteúdoou qualquer outra questãoreferente a ele, comoas razões alegadas para a dispensa delicitação. Indicou que apenas o secretário-executivodo Comitê de Gestãodas Ações Governamentais dosXV Jogos Pan-Americanos, RicardoLeyser, poderia se pronunciar sobreo contrato. Leyser, funcionário doMinistério dos Esportes, não respondeuaos pedidos de esclarecimentos,apesar dos reiterados compromissosassumidos pela assessoria de imprensade que seriam oferecidas explicaçõesantes do fechamento desta edição.72Procurados pela reportagem, FIA,Ministério dos Esportes e TCUrecusaram-se a falar sobre o contratomilionário que permitirá à fundaçãoexercer funções de fiscal das contaspúblicas, que cabem por lei ao tribunalRevista <strong>Adusp</strong>A Revista <strong>Adusp</strong> procurou tambémo TCU para obter informaçõessobre o contrato, além de verificar sea opinião do órgão quanto à dispensade licitação para contratação defundações universitárias “de apoio”se mantinha coerente com o entendimentoanterior. As tentativas deconversar com o ministro MarcosVilaça, destacado pelo tribunal paraacompanhar o Pan-07, não obtiveramsucesso. Um representante dogabinete de Vilaça, que se comprometeua consultar o ministro sobresua disposição de falar a respeito docaso, demonstrou intensa irritaçãocom a reportagem quando de um segundotelefonema em que procuravaesclarecer uma dúvida.Segundo explicação do Ministériodos Esportes, publicada no “PainelF.C.” do caderno de esportesda Folha de S.Paulo, a contrataçãoda FIA sem licitação foi justificadacom a afirmação de que “a fundaçãoé ligada à ONU e foi escolhidapor meio de uma cooperaçãointernacional. A pasta via risco deo material cair na mão de uma instituiçãoprivada, que poderia tirarproveito comercial”.A explicação baseia-se em equívocos.Primeiro, porque a “ligação”à ONU restringe-se à parceria entreFIA e Instituto Latino-Americanodas Nações Unidas para Prevençãodo Delito e Tratamento doDelinqüente (Ilanud), relacionadaà produção de conteúdos para o“Pró-Menino”, portal da Internetmantido pela Fundação Telefônica.Além disso, se afundação foi “escolhidapor meio de cooperaçãointernacional”,o governoprecisaria esclarecerem quelegislação estáprevisto esse tipode “escolha”.Segundo, porque elaé uma instituição inteiramenteprivada. Surpreendea ignorância do Ministério dosEsportes quanto à natureza e ao estatutojurídico da FIA, entidade quefaz questão de proclamar-se privada,para com isso eximir-se de responderaos questionamentos da comunidadeacadêmica.No final das contas, para evitarque o “material” (da fiscalização,supõe-se) corresse o “risco”de cair “na mão de uma instituiçãoprivada”, o Ministério dos Esportespermite que R$ 12 milhões caiamnas mãos da FIA, uma instituiçãoprivada, sem licitação. Para fazeraquilo que cabe ao TCU fazer.
Revista <strong>Adusp</strong>Abril 2007Em sete anos, FIA arrecadou R$ 413milhões. Ou, em valores atualizadosmonetariamente, R$ 615 milhõesPedro Estevam da Rocha PomarJornalista“Instituição sem fins lucrativos”,a FIA tem, na verdade, demonstradouma excepcional lucratividade.O total de receitas acumuladoentre 1998 e 2004 permitiuà fundação amealhar nada menosdo que R$ 413 milhões em valoresnominais. Corrigido pelo INPC-IBGE para fevereiro de 2007, essemontante é de R$ 615 milhões.Os melhores resultados financeirosda FIA foram obtidos em1998 (quase R$ 65 milhões nominais)e 2002 (R$ 72 milhões),coincidentemente anos em que serealizaram eleições gerais. Atualizados,esses valores atingemrespectivamente quase R$ 119 milhõese quase R$ 101 milhões.Se considerarmos somente estesdois “anos de ouro”, em que a FIAarrecadou R$ 220 milhões em valoresatualizados, e estimarmos que os55 docentes envolvidos em projetosembolsaram, conjuntamente, 30%desse montante (percentual inferiorao que costumam reter), ou R$ 66milhões, teremos que cada um delesterá recebido em média, apenas nasomatória destes dois anos, R$ 1,2milhão (em valores de hoje). Sendovalor médio, certamente alguns embolsarammais, outros menos.Receitas da FIA no período 1998-2004 (em milhões de R$)Total acumulado (nominal)Total acumulado (corrigido)*413,13 615,16Fonte: FIA. *Deflator: INPC-IBGEReceitas da FIA no período 1998-2004 (em milhões de R$)Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004ValornominalValorcorrigido*64,9 49,7 50,3 56,7 72,0 57,99 61,49118,79 87,21 82,87 87,22 100,96 69,26 68,85Fonte: FIA. *Correção para fevereiro de 2007 pelo deflator INPC-IBGEO número de 55 docentesque usamos neste cálculo correspondeao de coordenadores deprojetos da fundação, constantesde uma página que a fundaçãomanteve na Internet durantealguns anos. Um levantamentoatual indica, porém, que são 49os docentes do Departamento deAdministração da FEA que atuamna FIA.A pujança das receitas e dosganhos dos coordenadores de projetoscontrasta com a modéstiados repasses à USP. Segundo asatas de 2004 do Conselho Curadorda fundação, em 2003 a FIArepassou à universidade R$ 3,092milhões (5,3% da receita), e em2004, R$ 3,212 milhões (5,2%).Registros da Coordenadoria deAdministração Geral da USP (Codage)mostram que os repassesdas fundações da FEA têm declinado,incluídos os da FIA (videp. 58). Considerando-se exclusivamentea taxa recolhida pela Reitoria,as três fundações da FEArepassaram juntas R$ 1,462 milhãoem 2002; R$ 1,064 milhão em2003; R$ 1,137 milhão em 2004; eR$ 1,024 milhão em 2005.73
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