Abril 2007Basta entrar noportal da USPna Internet paravisualizar ovínculo “Associações”,quepermite o acesso aos sítiosde fundações privadas comoa FIA, Fipe e outras 29. Porém,não existe transparênciana relação existente entreos docentes contratadospela USP em Regime deDedicação Integral à Docênciae à Pesquisa (RDI-DP) e suas atividades nasfundações. As informaçõesa respeito ou não existem,ou não são fornecidas pelosórgãos responsáveis — aComissão Especial de Regimesde Trabalho (Cert) e,no caso específico da FIA, oDepartamento de Administraçãoda FEA.Dos 75 professores doDepartamento de Administração,49 também são listadoscomo membros da FIA. Estelevantamento foi realizado à basede checagens, com informaçõesdisponíveis na rede virtual de ambasas instituições. Durante a pesquisa,quando dados foram solicitados auma e outra, não houve qualquer interesseem responder, tanto do ladoprivado quanto do público.O RDIDP é o mais nobre dos regimesde trabalho, por pressupor, comoindica o próprio nome, dedicaçãoabsoluta à universidade, com umacarga horária de 40 horas semanais.No Regulamento dos Regimes deTrabalho da USP, artigo 2º, estipulaseainda hoje que o docente em RDI-No final de 2006, todos os professoresda Universidade Federalde São Paulo (Unifesp) comcontrato de dedicação exclusiva— DE, regime similar ao RDIDPda USP — foram convocados aassinar um termo de ajustamentode conduta (TAC) com o MinistérioPúblico Federal (MPF).A partir de denúncia feita, em2004, por um professor da UniversidadeEstadual Paulista Júliode Mesquita Filho (Unesp), oMPF promoveu uma investigaçãoe constatou inúmeras irregularidadesem atividades realizadaspelos docentes.Segundo a professora SorayaSmaili, diretora da Adunifesp,DP “está obrigado a dedicar-se plenae exclusivamente aos trabalhos deseu cargo ou função, particularmenteno que diz respeito à investigaçãocientífica, vedado o exercício de outraatividade pública ou particular,salvo as exceções legais”.Tal definição rigorosa foi “flexibilizada”em 1988, pela Resolução4.542 da Reitoria, que — na versãoatual do Regulamento dos RegimesRevista <strong>Adusp</strong>Na Unifesp, Ma docentes queà medida que o MPF avançounas investigações casos absurdosforam encontrados. “Calcula-seque um terço dos docentes daUnifesp vinha burlando o regimede contratação. Em muitoscasos, os professores acumulavama docência com atividadesem consultórios ou empresas.Alguns também estavam empregadosem outras instituições deensino e houve casos de professoresque prestavam serviçosprivados através dos centros deestudo”, diz.Na época, foram verificadoscerca de 100 casos irregularesentre os docentes em DE. “Algunsnão significavam burla dode Trabalho, conforme a redação dadaao artigo 15 pela Resolução 4621,de 1998 — permite aos docentes emRDIDP “elaborar pareceres científicose responder a consultas sobreassuntos especializados, realizar ensaiosou análises, bem como prestarserviços e exercer atividades de assessoria,consultoria, perícia, coordenaçãode cursos de extensão decaráter eventual”, entre outras ati-80
Revista <strong>Adusp</strong>bora achatados peloarrocho salarial, esses valores são bemmaiores do que os recebidos por professoresem Regime de Turno Completo(RTC, ou 24 horas semanais):nele, o associado recebe R$ 2.969, e otitular R$ 3.580.Segundo dados da própria FEA,39 dos professores do Departamentode Administração trabalham emRDIDP, sendo que 32 deles tambémestão envolvidos em atividades naFIA. A tentativa de avaliar o quantoesse trabalho paralelo compromete a“dedicação <strong>integral</strong>” dos docentes àUSP esbarra nas dificuldades imposinistérioPúblico Federal impõe TACburlavam regime de dedicação exclusivaAbril 2007Mariana PiresJornalistaregime, apenas problemas formaisque precisavam ser corrigidos,como, por exemplo, professoresque constavam comosócios na empresa do cônjuge.Mas cerca de 60 casos foram consideradosgraves e os professorestiveram que optar por permanecerna dedicação exclusiva ouabandoná-la”, conta a diretora daAdunifesp.Pela DE, os docentes recebemsalário 30% maior, ficando impedidosde exercer outra atividadeprofissional regular. Trabalhos esporádicos,como a participaçãoremunerada em palestras e congressos,são permitidos. Segundoa procuradora da Unifesp LílianRibeiro, todos os professores emDE foram chamados a prestar esclarecimentos,tirar dúvidas sobreo contrato e assinar o TAC. “Trêstipos de termo foram feitos: umpara reafirmar o contrato de dedicaçãoexclusiva, e outros dois,nos quais os professores optarampela carga horária de 40 horas ou20 horas semanais sem dedicaçãoexclusiva”. A maioria optou porreafirmar o contrato.A reportagem procurou a procuradoraSônia Curvello, do MPF,responsável pelo processo, masela encontra-se de férias. O assessorjurídico da Adunifesp, advogadoAparecido Inácio, conta quetentou buscar informações maisdetalhadas, mas não conseguiu.“Nós pedimos vistas do processoao MPF, sem sucesso”, diz. Dequalquer forma, mesmo sem acessoa todas as informações sobreo caso, a Adunifesp considera ofato muito positivo. “Não davapara permanecer com as irregularidades.A Unifesp saiu vitoriosa”,declara a professora Soraya.vidadesexternas à USP, as quaisporém “não poderão ultrapassar oequivalente a oito horas semanais”.O parágrafo 2º do mesmo artigo15 determina que “o docente queinfringir o disposto no parágrafo 1ºdeste artigo [sobre as oito horas semanais]será excluído do regime”. Oartigo 21 define que no âmbito dasunidades cabe ao chefe de departamentozelar pelo cumprimento doRDIDP. O artigo 22, parágrafo 4º,reza que a “infringência dos preceitosdo RDIDP, uma vezapurada em processo administrativo,será punida, a depender da gravidade,com a pena de advertência oucom suspensão de até 180 (cento eoitenta dias), ficando ainda o docenteobrigado à devolução da quantiaequivalente ao período durante oqual se deu o exercício irregular”.Os docentes em RDIDP recebemos salários mais altos de seus respectivoscargos. Um professor associadoem RDIDP recebe R$ 6.748, um professortitular em RDIDP faz jus aovencimento básico de R$ 8.136. Em-81
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