11.07.2015 Views

18 alcooldutos - Canal : O jornal da bioenergia

18 alcooldutos - Canal : O jornal da bioenergia

18 alcooldutos - Canal : O jornal da bioenergia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Origem do trabalhoA pesquisa sobre inoculantes combactérias fixadoras de nitrogênio paraaplicação em cana-de-açúcar nasceucom a utilização de bactérias que possuemuma enzima denomina<strong>da</strong> nitrogenase.Essas bactérias são capazes de fixarnitrogênio atmosférico de uma formaassimilável para as plantas.Um exemplo é o rizóbio <strong>da</strong> soja, jámuito conhecido e usado no Brasil. VerônicaMassena Reis, pesquisadora <strong>da</strong>Embrapa Agrobiologia, explica que aTecnologia consiste em não aplicar o nitrogênioconvencional e sim o inoculante,com bactérias vivas. Esses microrganismos,numa relação de simbiose,fazem com que a deman<strong>da</strong> de nitrogênio<strong>da</strong> planta seja retira<strong>da</strong> do ar, alémde uma parte que é absorvi<strong>da</strong> pelo solo,eliminando a necessi<strong>da</strong>de do fertilizanteconvencional.O trabalho de fixação biológica denitrogênio em cana-de-açúcar teveinício na déca<strong>da</strong> de 1950, com a pesquisadoraJoana Dobëreiner, descobridora<strong>da</strong> bactéria Beijenrinckia fluminensis,que vive associa<strong>da</strong> às plantas.O feito lhe rendeu especial distinçãono meio científico mundial.Desde aquela época, conta VerônicaMassena, o grupo de pesquisadorescresceu e novas bactérias foram descobertas,formando-se uma coleção commais de 8 mil microrganismos identificadose testados nas plantas de interesseagronômico, como o milho, o trigo, oarroz e a soja, além <strong>da</strong> cana-de-açúcar.A cana teve uma grande ênfase, segundoa pesquisadora, a partir de1992, quando os pesquisadores <strong>da</strong> Embrapaconseguiram desenvolver umametodologia que quantificava a contribuiçãodessas bactérias em plantasnão leguminosas. “Foi constatado queaté 70% do nitrogênio que a cana acumulavavinha <strong>da</strong> fixação aérea de nitrogênio,o que só as bactérias são capazesde fazer. Isso representou diferençana pesquisa, pois até então nãose acreditava que plantas que não tivessemnódulos eram capazes de tertanto nitrogênio acumulado por meio<strong>da</strong> fixação biológica.”A partir dessa descoberta, os pesquisadorescomeçaram a fazer um estudointensivo de seleção de estirpes de bactériaspara aplicação como inoculantes.Depois de vários anos de trabalho, chegarama uma mistura de cinco espéciesde bactérias, to<strong>da</strong>s isola<strong>da</strong>s <strong>da</strong> cana-deaçúcarplanta<strong>da</strong> no Brasil, ou seja, quejá estão na natureza.Apoio às pesquisas com o pó de rochaO governo federal está convencido de quevale a pena apostar em alternativas para aprodução de fertilizantes naturais, afirma apesquisadora associa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de deBrasília, Suzi Huff Theodoro, que no Brasil liderapesquisas com o pó de rocha na agricultura,tecnologia denomina<strong>da</strong> rochagem. Segundoela, já existe um grupo de trabalho coordenadopelo ministério de Minas e Energiae outros grupos, em várias uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Embrapa,que formam uma rede denomina<strong>da</strong>AgriRocha.A Petrobras, exemplifica a pesquisadora, temuma área de exploração de petróleo a partir deuma rocha chama<strong>da</strong> xisto, pertencente à formaçãoIrati, que está distribuí<strong>da</strong> desde SantaCatarina até o Sul de Goiás. “O subproduto dessaexploração é um material de excelente quali<strong>da</strong>depara utilizar como fertilizante. A Embrapavem colaborando nessa pesquisa e achandoresultados bem interessantes do ponto de vista<strong>da</strong> alteração dos níveis de fertili<strong>da</strong>de no solo.”Suzi Huff Theodoro explica que o trabalhoestá no nascedouro. Existem <strong>da</strong>dos de pesquisa,mas ain<strong>da</strong> há uma restrição para a comercializaçãodo pó de rocha, pois esse produtonão está inserido em nenhuma <strong>da</strong>s categoriasem que a comercialização é permiti<strong>da</strong> peloMinistério <strong>da</strong> Agricultura. “É preciso definircomo viabilizar a comercialização de rochasque sejam interessantes. Estamos trabalhandojunto com o Mapa para criar uma categoria eviabilizar esse tipo de ativi<strong>da</strong>de comercial. Acriação de uma categoria para o produto e deuma licença de comercialização é importante,segundo a pesquisadora, para evitar que sejamintroduzidos no mercado pós de rocha quenão sejam ricos em nutrientes interessantes,mas vendidos como produtos de eficácia, ouque tenham algum tipo de contaminante.A produção de biocombustíveis, um doscarros-chefe do governo e a mais concretaalternativa para o país diversificar sua matrizenergética, poderia ser muita beneficia<strong>da</strong>com o uso do pó de rocha no cultivo <strong>da</strong>s matérias-primas,acredita Suzi Huff. “Do pontode vista <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong>de do solo, a cana-deaçúcaré uma consumidora voraz de nutrientese temos experimentos com a cultura quemostram que o pó de rocha aplicado, desdeque o manejo não seja superintensivo, permaneceno solo por mais de cinco anos.”É níti<strong>da</strong> a mu<strong>da</strong>nça visual verifica<strong>da</strong> no solo após a aplicação do pó de rocha e do manejoagroecológico. Níveis de fertili<strong>da</strong>de melhoram significativamente nos experimentosfotos: suzi huff theodoro16 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia - MAIO 2009

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!