Fenasucro &AgrocanaSerá realiza<strong>da</strong>, entre os dias31 de agosto e 03 de setembro,no Centro de Eventos Zanini(Sertãozinho-SP), a nonaedição do Brasil Cana Show2009, com participantes detécnicos <strong>da</strong> América Latina eCaribe que buscam no Brasilconhecimentos sobretecnologia sucroenergética. Oevento será realizado pelaSTAB - Socie<strong>da</strong>de dos TécnicosAçucareiros e Alcooleiros doBrasil, simultaneamente àFenasucro & Agrocana. Agrande aposta desta edição é asetorização e maiorparticipação <strong>da</strong>s empresasapoiadoras na oferta deinformações qualifica<strong>da</strong>s paraos participantes. O Brasil CanaShow é um programa de apoioaos profissionais e técnicos dosetor sucroenergético deoutros países que vem para oBrasil visitar aFenasucro&Agrocana.fotos: unica/divulgaçãoOeste Paulista e MS se unem para vender etanolUsinas e destilarias <strong>da</strong> regiãoOeste do Estado de São Paulo e doMato Grosso do Sul criaram omais novo canal decomercialização de etanol do País,a Brasil Etanol Business Center(Brasil EBC), com sede emAraçatuba/SP.A iniciativa partiu<strong>da</strong>s próprias usinas, que decidiramse unir e com o novo canal decomercialização, estreitar asrelações com o mercado e assimgerar mais oportuni<strong>da</strong>des denegócios tanto dentro quanto forado Brasil. O objetivo é organizar osistema de informação sobreofertas e deman<strong>da</strong>s de etanol,oferecendo informações para oprocesso decisório de ca<strong>da</strong>associado na comercialização,colaborando também no processode negociação. “A origem <strong>da</strong>Brasil EBC se dá por váriosfatores, como a desorganização eforte expansão <strong>da</strong> produção doOeste Paulista e do MS no que serefere à comercialização de etanol,e os baixos preços dobiocombustível no mercadointerno, que há duas safras nãoremuneram sequer os custos deprodução de forma satisfatória”,diz o coordenador <strong>da</strong> Brasil EBC,Fernando Perri.“Trata-se de umaunião importante para o setor, afim de melhor atender aosinteresses <strong>da</strong>s usinas e domercado ca<strong>da</strong> vez mais crescentede etanol nos mercados interno eexterno”, destacou PasqualMicali, representante <strong>da</strong>s usinasdo Oeste de São Paulo no grupo.Grupo Otávio Lage recebe financiamentoO Grupo Otávio Lage reberá doBNDES um total de R$ 256milhões para investimento nosprojetos agrícola e industrial <strong>da</strong>nova destilaria de açúcar e etanoldo grupo, em Goianésia. Segundoo diretor-técnico <strong>da</strong> empresa,Henrique Penna, o investimentona nova usina será de R$ 332,46Fernando Perri, coordenador <strong>da</strong>Brasil Etanol Business Centermilhões. O BNDES vai financiar77% do total e o Grupo OtávioLage desembolsará os outros23%.As obras civis deverão serinicia<strong>da</strong>s em agosto.A produçãode cana-de-açúcar já começou.“Queremos começar a produzirálcool na nova usina já na próximasafra”, afirma Henrique Penna.A SCA-Socie<strong>da</strong>deCorretora de Álcool colocouno ar seu novo site:www.scalcool.com.brCentro Energia do SaberO Grupo Cerradinhoinaugurou o Centro deAprendizagem eDesenvolvimento - Energia doSaber. O CAD tem o objetivo deestimular e oferecerdesenvolvimento profissional enovos conhecimentos a todos oscolaboradores do Grupo atravésde cursos e açõescomportamentais, técnicas e dequali<strong>da</strong>de. Segundo a gerente dedesenvolvimento de pessoas,Josiane Renata Moraes, as açõesacontecerão periodicamente e oscursos serão abertos a todos oscolaboradores que seinteressarem e se inscreveremantecipa<strong>da</strong>mente . O CADoferece laboratório deinformática, sala de estudos,sala de leitura, biblioteca,videoteca e apoio ao colaboradorcom relação a dúvi<strong>da</strong>s de cursos,entre outros serviços.06 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia - MAIO 2009
OPINIÃOUso racional dos insumosACom a Revolução Verde, aagricultura partiu de um estadoprimitivo até chegaraos patamares tecnológicos atuais,tendo como suporte o aumento nademan<strong>da</strong> de energia fóssil, fazendocom que o cultivo deixasse de ser a"arte de colher o sol", para se tornarum processo de transformação depetróleo, gás natural e eletrici<strong>da</strong>deem alimento, fibra e energia. NoBrasil, o aumento de produtivi<strong>da</strong>dese deu em uma taxa menor que oaumento do uso de insumos, poishá certos limites para a intensificaçãodos sistemas de produção.Assim, políticas quanto ao desenvolvimento<strong>da</strong> produção agrícolasão necessárias para reduzir o consumopelos sistemas de produção,promovendo um grau maior de sustentabili<strong>da</strong>de.Com o aumento douso de insumos, aumenta a deman<strong>da</strong>de energia nos processos de produçãodesses produtos agrícolas (defensivos,máquinas, fertilizantes). Aenergia gasta é vital para determinarse uma cultura é fonte ou dreno deenergia e qual a energia líqui<strong>da</strong> eladisponibiliza ao ser utiliza<strong>da</strong> comomatéria-prima energética.O Brasil obtém mais de 46% <strong>da</strong>energia consumi<strong>da</strong> a partir de fontesrenováveis, muito acima <strong>da</strong> médiaglobal (12,7%) e <strong>da</strong> média dospaíses desenvolvidos (6,2%). E, em2007, pela primeira vez, a hidroeletrici<strong>da</strong>de(14,7%) perdeu o papelde principal fonte de energia renovávelpara a cana-de-açúcar(16,0%). Ressalta-se o potencialque a produção de biodiesel, e, consequentemente,as culturas oleaginosasdevem passar a ter na matrizenergética nacional. De to<strong>da</strong> a energiaconsumi<strong>da</strong>, os setores industrial(40,6%) e de transportes(28,3%), são os principais consumidores.No setor de transportes, oóleo diesel é o principal combustível,o que propicia o grande potencialpara a utilização de biodieselcomo substituto. Além disso, o biodieselapresenta um grande potencialambiental, pela possibili<strong>da</strong>dede utilizá-lo em transportes públicos,o que pode lhe conferir índicesde emissão de gases por quilômetroro<strong>da</strong>do per capita mais favoráveisque o do etanol, que é utilizadoem transportes individuais.O conhecimento de como a agriculturagasta e produz energia éfun<strong>da</strong>mental para a definição depolíticas de estímulo à produção,ou de restrição do consumo, emfunção <strong>da</strong> importância estratégicaque ocupa como potencial produtorade excedentes para outros setores<strong>da</strong> economia.A análise de fluxos de energia deculturas com fim energético é fatorde fun<strong>da</strong>mental importância para aeleição de uma matéria-prima comofonte de energia. Na determinaçãodesses fluxos são identificados equantificados todos os insumos utilizados.Os fluxos de energia consideramnão somente o combustível empregadopor tratores, mas também afabricação dos insumos.Com a corri<strong>da</strong> pelas fontes deenergia alternativas às fósseis, algumasculturas oleaginosas têm recebidoincentivos ao aumento de produtivi<strong>da</strong>dee de produção. Porém são trata<strong>da</strong>scomo se a produção fosse destina<strong>da</strong>à produção de alimentos. Entretanto,por se tratar de uma fonte deenergia, a produção no nível do ótimoeconômico pode não atender apremissa de que uma fonte deve fornecerum recurso em maior quanti<strong>da</strong>deque a deman<strong>da</strong><strong>da</strong> para a sua obtenção,determinado pela razão entrea energia obti<strong>da</strong> e a energia investi<strong>da</strong>.Quando diferentes culturas foramavalia<strong>da</strong>s para a produção deetanol, na déca<strong>da</strong> de 1970, observou-seque para a cultura do milho,o melhor retorno sobre a energiaaplica<strong>da</strong> via fertilizante nitrogenadose <strong>da</strong>va com a aplicação de 60% doque se aplicava para atingir a produtivi<strong>da</strong>deótima (5,8 t ha-1 usando135 kg N ha-1 contra 7,0 t ha-1 usando225 kg N ha-1). Isso ressalta a importânciado manejo cultural, pois ogasto energético é o mesmo em umaoperação bem ou mal feita, porémcom efeitos diversos.Um aspecto muito importante éque não há incentivo econômico paraprodutores que adotem práticasagrícolas com menores impactosambientais, o que pode prejudicar aelegibili<strong>da</strong>de de algumas culturasou sistemas de produção como legítimasfontes de energia. Políticas deincentivo ao aumento na produçãode biocombustíveis deveriam buscara racionalização do uso de insumos.Assim implanta<strong>da</strong>s, promoveriamum grau maior de sustentabili<strong>da</strong>de,no que se refere ao desenvolvimentode recursos energéticosadicionais e tecnologias para reduziro consumo de energia pelos sistemasde produção.THIAGO LIBÓRIO ROMANELLI,Professor Doutor do Departamento deEngenharia Rural, ESALQ/USP.romanelli@usp.brdivulgaçãoCANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia - MAIO 2009 07