13Salienta-se a relevância desse estudo, primeiramente, porque visa analisar aencenação do Boi de Mamão como signo lingüístico e cenário anunciador de vozes sociais.Portanto, investiga-se como a representação desse mito, em forma de brincadeira, podecontribuir para o ensino e aprendizagem dos educandos. E, também, como as vozes sociais(polifonia e dialogia) na concepção de Mikhail Bakhtin possam estar presentificadas,anunciando caminhos que possam auxiliar na compreensão do fascínio das crianças por essemito assim como a receptividade do público diante da inovação. E, ainda, faz-se inserções desugestões a serem desenvolvidas no processo de ensino e aprendizagem, em especial,envolvendo as crianças que freqüentam o Ensino Fundamental.Interessa-nos, principalmente, dar à encenação do Boi de mamão a importânciadevida dentre as manifestações artísticas, para que este estudo possa de alguma forma servirde estímulo aos que tentam, como nós, vivenciar, cultivar e preservar o mito do Boi demamão e legitimar seu lugar às futuras gerações.1.1 MetodologiaComo objetivo geral, esta pesquisa diagnostica os signos verbais e não-verbais(personagens, indumentária, instrumentos, letra de música, dentre outros) que compõem oespetáculo do Grupo Folclórico Beco do Beijo de Tubarão, desde 1995 (origem) até 2002. Equanto aos objetivos específicos pretendemos:- Perceber sua contribuição para o cultivo e perpetuação do mito do Boi de mamão naescola. Para tanto, focalizamos aspectos teóricos e Históricos;- Analisar a inovação, perpetuação, cultivo e contribuição da linguagem folclóricausada;- Verificar quais vozes sociais são apresentadas no espetáculo da morte e ressurreiçãodo Boi de Mamão;
14- Abordar questões que discutam um diferente caminho no cultivo do folclore naescola e/ou na alfabetização 5 , alicerçada no mito do Boi de Mamão.Dessa forma, este estudo verificará a inter(rel)ação entre representação do Boi deMamão (enquanto manifestação folclórica) e linguagem. Nessa perspectiva, as versões de Boide mamão apresentam-se construídas e reconstruídas pelos atores desde o momento em quepreparam cada figura até quando atuam ou interpretam seus personagens.Sob o olhar da estética, verificaremos as diferentes performances de montagem eapresentação da lenda do Boi de mamão do Grupo Folclórico Beco do Beijo. Se preocupatambém em compreender porque esse Grupo a cada apresentação mostra versões diferentes doespetáculo desde a figura do Boi, até a introdução de elementos diferentes (como as máscarasusadas por alguns personagens integrantes do Grupo). Adentra-se, ainda, no campo dasemiótica, porque as versões apresentadas encontram-se plenas de signos comunicativos einformativos, especificamente da semiótica da cultura, como afirma Lotman (apudGUIMARÃES, 2002, p. 177), “[...] é um novo tipo de signo e por isso pode ser estudadotambém sob o ponto de vista da semiótica (resumidamente definida como ciência dos signose, mais especificamente, da semiótica da cultura)”.Na trajetória desta pesquisa são utilizadas como abordagem a pesquisabibliográfica (o aporte teórico é advindo de referências e reflexões de obras como “As raízeshistóricas do conto” e “Comicidade e riso” de Vladimir Propp. Nesta perspectiva, pretende-seapreender os processos de construção de um conto e seus elementos fantásticos que sãopertinentes à lenda do Boi. Em “Estética da criação verbal” e “Filosofia da linguagem” deMikhail Bakhtin, verificam-se as tentativas de como se depreende a idéia do ser, as dimensõesdo eu no outro percebidas nas várias versões do auto em estudo. Nas obras “O mito do eterno5 Alfabetização é um processo que se inicia muito antes da entrada na escola, nas leituras que o sujeito faz domundo que o rodeia, através das diferentes formas de interação que estabelece. E se consolida em um processode construção do conhecimento e, como tal, é desencadeada pela “inter-ação” permanente entre educando eobjeto de conhecimento. (MOLL, 1996, p. 70-188).
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