33imponência de apagar e/ou deixar marcas, extinguir e/ou perpetuar e isso nos pareceparadoxal.A estilização excessiva do mito na sua forma original transfigura o ser real; aessência, a norma do princípio da realidade estabelecida. A representação do Boi de mamão,coordenada pelo seu José Marcondes ou a que os grupos de crianças e de tantos outros gruposvai mostrando uma nova estética do folclore, que não se opõe à antiga arte de representação,isto é, a estética do folclore atual esta renovando a estética da arte clássica e ambascompletam-se num devir dialético.Ainda, sob a perspectiva da transfiguração, há o improviso dos personagens. Aimprovisação aparece mascarada na escassez de recursos estéticos para a produção, naatuação e montagem do espetáculo e, ainda, na falta de apoio financeiro por parte dasinstituições culturais locais, contribuindo para tal improviso. 19 Para animar as crianças eadultos que cultivam o Boi vale utilizar qualquer material para “fazer” o Boi de mamão,porque como fala seu José Marcondes, in entrevista: “O espetáculo não pode parar”.A escassez de recursos transforma sucata em arte e o artesão José Marcondes, Zédo Boi, utilizando pedras de praia, madeira, conchas, argila e criatividade cria e recria formasde representação deste espetáculo, a fim de manter a chama acesa do mito do Boi. O folclore eo mito adaptam-se à cultura contemporânea 20 , apresentando traços, marcas, formas, atitudes,sentimentos e idéias de grupos, especialmente, o Grupo Folclórico Beco do Beijo tenta viver,cultivar e perpetuar o mito do Boi de Mamão. Nessa perspectiva, o que ocorre é a resistênciada performance folclórica à performance da indústria cultural.18 A transfiguração do Boi, por exemplo, se dá pela catarse da ressurreição, isto é, quando pelos aplausos daplatéia há a aceitação e a constatação de que a vida se (re)faz por meio daquele personagem.19 “[...] as apresentações do nosso Grupo é mais um teatro de rua juntando a antigüidade com a modernidade”(JOSÉ MARCON<strong>DE</strong>S, in depoimento).20 Marcada por conceitos e enfoques que nos levam à improvisação, as questões sociais e cotidianas, à liberdadede criação/produção, caracterizada pelo uso de materiais recicláveis.
Fig. 06: Primeiro Boi, 1994.Fonte: Arquivo do Grupo34
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