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Poesia Estrangeira - Academia Brasileira de Letras

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Tradução <strong>de</strong> Ronaldo Costa Fernan<strong>de</strong>sMadri, 1973E se fosse outra a cida<strong>de</strong>,“apenas vapor sobre o cristal”,apenas um punhado <strong>de</strong> azougue sobre o vidro?Mas enten<strong>de</strong>r é estrangeiro;tens que te afastar para o lado,abandonar o hálito familiar:esse que tece com sua alma <strong>de</strong> fumaçao calendário absorto dos dias,o que alinhava na sombra do horizontea pupila do tempo;o que sustém,com alfinetes <strong>de</strong> areia entre os <strong>de</strong>dosos muros da infância,as ruas que já não são, as horasque já se foram,os <strong>de</strong>sentulhados <strong>de</strong>scampados que agora são penumbra na[prateleira.Contudo, tu segues vendoo horizonte com sua sombraaí on<strong>de</strong> hoje há uma garagem.Entre chaves e aros,entre motores e carroceriasentre este macacão azul e o solo cinzentoainda fogem pelas pedras os lagartos,ainda <strong>de</strong>ixa o caracol seu rastro nos escombros.300

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