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Semanário Angolense 369 edição (sem password)

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Sábado, 29 de Maio de 2010. 31economiauma massa compacta e impenetrávelsobre o edifício.O piso aqui aplicado é de umamadeira especial e tratada na Áfricado Sul, tal como a cobertura,um material amigo do ambiente euma característica que se espalhapor todo o empreendimento.Ao redor da nave principal, aSul, Sudeste e Sudoeste, ficamlocalizados três aldeamentos debungalôs que imitam as sanzalastradicionais do povo Nyaneka,de facto, o espaço de habitaçõesali disponíveis para alojaros hóspedes.Os materiais utilizados paraas edificar voltam a ser os mesmo<strong>sem</strong> que a preocupação como ambiente envolvente se apresentarelevante: colmo na cobertura,uma argamassa de argilatratada para ser fina e resistenteao formar as paredes e madeiraespecial no piso.Duas dessas sanzalas, a aldeiaZulu e a Aldeia Muhole, foramassim baptizadas pelas característicasdo terreno em que foramerguidas: na aldeia Zulu, os bungalôsestão incrustados numa formaçãode rochas, com o que lhesALDEIA DE SANTANA, AO estilo madeirensefica inerente uma robustez <strong>sem</strong>elhanteà que está associada aos famososguerreiros africanos.A aldeia Muholo é assim chamadapor ter sido encontradae preservada no local em quefoi erguida, uma árvore dessasincrustada num pedregulho,novamente, um símbolo de resistênciada natureza para aliidentificar um lugar.A terceira é uma aldeia madeirensechamada Aldeia de SantAna, com bungalôs construídosao estilo das casas do arquipélagoportuguês da Madeira, emdois andares.O perímetro do Pululukua écruzado por uma linha de águaque foi aproveitada para criar quatrobarragens e três espelhos deágua, os quais se converterão emnovas atracções do local.Os sítios estão todos ligadosentre si por caminhos suspensosconstruídos sobre estacas sólidas episos espaçosos em madeira tratadae amiga do ambiente.Agora, que se espera que esteempreendimento abra ao fim dospróximos seis meses, os promotoresestão empenhados na limpezado local, onde as construçõesocorreram deixando a naturezapraticamente intacta, mas tambémcom o seu povoamento comanimais, peixes e vegetais.Ao definir o Club Fun and ResortPululukua, Carlos Traguedoidentificou-o como um local«dirigido à pessoa que gosta deÁfrica, que gosta do contacto coma natureza», mas, ao oferecê-lo,disse esperar convencer a turistasde todo o mundo «que nós, angolanos,podemos fazer melhor queos namibianos e todos os outros».Ao que parece, mais do que uminocente empreendimento local,estamos diante de uma máquinade vendas com enormes capacidadesde rivalizar as economias maisestruturadas na nossa região, algoa nunca se atreveram os representantesdo sector angolano da indústria,comércio e serviços.Quando o Governo de Angolavolta a solicitar todos os anosderrogações para não aderir aotratado regional de comércio, eisque vem da Mapunda, um localapenas conhecido por uma arcaicaoferta de morangos raquíticos epelo castiço dos seus habitantes, amaior evidência de que os receiosinstitucionais podem já não corresponderao conjunto do mercadoangolano. ■Turismo socialmente comprometidoOs conceitos aplicados sobre oPululukua são os de um turismode pequena escala, mas intensopela oferta de espaços eserviços disponível, ao mesmo tempo quepraticado por pessoas esclarecidas e conscientesdas questões relacionadas com aecologia e menos agressiva em relação àcultura e ao meio ambiente locais.Já a rebentar pelas costuras, aqueleespaço de 80 hectares pode receber algocomo apenas 50 famílias de um únicavez, mas a oferta de serviços lúdicos é tal,que muitos visitantes podem não se cruzarmais do que um par de vezes ao longode uma estadia de uma <strong>sem</strong>ana.Segundo Carlos Traguedo, a estratégiado Pululukua é a de combinar, numaperspectiva comercial, a afeição pela florae pela fauna natural, com o que, apesar dese terem preservado espécies vegetais encontradas,o local está a ser povoado porespécies típicas da região.Contam-se ali espécies vegetais comoarvores de mirangolo, a mivanje, a mulemba,o mucuio e o muhole, para apenasfalar de algumas, todas elas a necessitaremdos cuidados da política ambientaldo Governo para escaparem a extinção.O local voltou a ser povoado por espéciesque em tempos idos o tiveram comohabitat natural, aves e animais como capotas,perdizes e coelhos, mas os promotoresdo Pululukua decidiram incrementaro povoamento com animais trazidos epor trazer de outras regiões.O Pululukua, um perímetro bem servidoem recursos hídrico, aos quais se deuum aproveitamento apropriado ao laser,tem as suas represas e espelhos de águaa serem povoadas por espécies locais depeixe como a kimaia, o bagre e outros,para uma pesca educativa em que ser-se-áinstruído a retirar o anzol aos peixes <strong>sem</strong>os ferir, devolvendo-os à água.Na verdade, esta mentalidade já começoua fazer escola entre os habitantesda área em que o Pululukwa está instalado.Carlos Traguedo conta que quandolá chegou, o instinto das pessoas era o decair à pedrada sobre os animais que lhessurgis<strong>sem</strong> em frente, infligindo-lhes ferimentosou mesmo matando-os.Os habitantes da área passaram, entretanto,a sentir-se também eles donosdo empreendimento, depois de terem 80deles terem sido contratados para trabalharemna edificação do projecto, com aUM ESPELHO DE ÀGUA e um trecho das centenas de metros de caminhos suspesosexpectativa de o triplo disso poder vir aservir quando a estância estiver aberta.Os contratos iniciais foram aliciantes,incluindo a reparação e melhoramentodas habitações de todos eles, o que não éapenas benéfico para esses trabalhadores:para o Pululukua constitui também umagarantia de que a estância não será umailha de prosperidade, rodeada de pobreza.A verdade é que hoje, os habitanteslocais ganharam tanto em educação ambientale estão a enraizar de tal forma acultura de preservação do meio ambiente,que já são capazes de se chegarem a umanimal, mesmo que não seja de estimação,e ao invés de lhe desferirem pedradasou pontapés, fazerem-lhe festas.As questões do fornecimento de águae energia eléctrica também estão programadaspara respeitar o ambiente: a águaserá fundamentalmente fornecida porgravidade, já que o relevo da área constitui-senuma inclinação de 40 metros.A electricidade utilizada para o aquecimentode água e para os termo-reguladores,muito úteis naquela região que à noitechega a registar temperaturas negativas,será gerada por energia solar.O turismo promovido no Pululukua,concluiu Carlos Traguedo, minimiza seupróprio impacto ambiental, patrocina aconservação do ambiente e projectos quepromovam a equidade e a redução da pobrezaem comunidades locais, tal comoaumenta o conhecimento cultural e ambientale o entendimento intercultural. ■SN

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