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Correio nº 186 - APPOA

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temática.Já que a psicanálise é uma práxis, não pode ter provas de competência, massim de sustentação do discurso analítico.Lacan nos diz, na “Proposição de 9 de outubro”, que, se o analista sóse autoriza por si mesmo, isso não exclui que a Instituição garanta que umanalista dependa de sua formação, e, nesse sentido, “ele deve ir além: tornar-seresponsável pelo progresso da Escola, tornar-se analista de sua própriaexperiência”.Portanto, creio que a Instituição Psicanalítica teria o lugar de testemunha,de escuta, do que já aconteceu, dessa passagem de analisante paraanalista, tornando-a um ato. Não é uma função dispensável, mesmo que asdificuldades para que se cumpra plenamente sejam grandes e que se prestea imaginários que distorceriam sua função.O assunto não é simples, pois comporta um conflito básico: se o cerneda experiência analítica põe em cena o desejo, este não é institucionalizável,sob pena de cristalizar-se e morrer.Portanto tem aí o conflito: como articularo primeiro tempo do passe com o Segundo? Se o desejo do analista éarticulável a um desejo de deslocamento simbólico, como sobreviver nainstância institucional, se ela é regida pela ordem do estável? Sim, porqueinstituir quer dizer estabelecer, o que em latim significa “fazer firme”, fixar.Deixemos momentaneamente esse conflito de lado para colocar outraquestão: “qual é a demanda feita às Instituições em geral e as InstituiçõesPsicanalíticas em particular?”A analogia com a instituição familiar é a primeira que ocorre, é óbvio;esta se caracteriza por uma dupla transmissão: a transmissão coletiva donome próprio do pai aos membros do grupo familiar; e a outra, que emcerto sentido se opõe à primeira, que é a do significante do pai simbólico,na medida que esta não se dá coletivamente, mas apenas um a um, porqueaí há um “passador do significante do Nome-do-Pai, que é a mãe, o que dáa particularidade dos disturbios psíquicos.18.correio <strong>APPOA</strong> l dezembro 2009

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