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Correio nº 186 - APPOA

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A formação do analista.tiva de objetivá-la para um ensino. Em termos do consultório, coloca-se nomomento em que o analisando precisa transmitir ao analista algum tipo devivência, impossível de expressar, ou mesmo de ser entendida. Como transmitira angústia? Ela nunca cabe na palavra, pairando sempre inadequada aqualquer conformação. Como fazer o outro entender as raízes do padecimentode desconfianças? O sentimento de solidão dessas experiências causaa impressão de que nunca ninguém conseguirá entende-las.Partindo dessas considerações podemos admitir estarmos fundadosnum paradoxo. De um lado, a necessidade de escuta da transmissão de algoque, de tão singular, parece estar fora do discurso; ou seja, está por ser nomeado.De outro, a necessidade de transmitir essa experiência inscrevendo-a numatradição da clínica. E como se dá a transmissão do singular, tanto quanto suainscrição numa tradição? Por algo que foi definido já desde Freud como formade inscrição da experiência do inconsciente: sua construção em transferência.É pela repetição numa estrutura discursiva, situada em transferência, quese reconhece o lugar do sujeito como um singular nessa estrutura.Por esses elementos brevemente expostos, o termo “novo” não me parecepróprio para descrever as formações clínicas encontradas pela psicanálise.Dentro desta clínica, o novo costuma pautar-se pelo recalcamento.Posso reconhecer nele um tema que Lacan tratou no início de seu trabalho,de como as produções em psicanálise, suas contemporâneas, teriamrecalcado o cerne do ensino freudiano. Tratava-se de colocações que nãocabe retomar, dirigidas a uma questão específica que se apresentava naquelecontexto. Retomarei este tema por outro viés, sustentando que o exercícioda clínica psicanalítica é inseparável da repetição significante, ou mesmode um real que insiste. Assim, situa-se nessas condições – aparentementeavessas a um trabalho narrativo – a possibilidade de cernir esse real.Somente neste momento pode-se retomar o termo “novo”, tal como entendoao seguir um assinalamento de Lacan. Acompanhando a esse algo que in-dezembro 2009 l correio <strong>APPOA</strong> .27

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