12.07.2015 Views

Correio nº 186 - APPOA

Correio nº 186 - APPOA

Correio nº 186 - APPOA

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A formação do analista.como matriz – que Lacan propõe, nesse momento, como fundante de um eusocial – resulta de um domínio do corpo por uma imagem que vem “defora”. É na produção dessa imagem que se dá a captura em um saberexteriorizado. Assim, como é possível acompanhar, o tema do saber liga-seinextricavelmente à temática que une sujeito e produção.Da referência ao saber passamos pela clivagem, antecipada por Freudcomo clivagem do eu, e retomada por Lacan como clivagem entre saber everdade. Em relação a esta última, temos o desdobramento da relação aosignificante, necessária para que se explicite como se situa o tema do sujeitoem psicanálise. Ali, encontramos o inusitado: a redução, de que padeceo sujeito, ao objeto que apresenta seu gozo.No período de novembro de 1971, a junho de 1972, Lacan desenvolveuum seminário em Saint Anne, no qual se propôs trabalhar o tema dosaber do psicanalista. Foi um seminário originalmente endereçado aos psiquiatras,situando ali um certo retorno dessas marcas: tanto aquelas queimplicaram sua entrada no campo da psicanálise, a partir do momento emque – estando realizando sua tese na construção do caso Aimeé – inicia suaanálise pessoal; quanto a influência do trabalho com a psiquiatria no rumomesmo de suas elaborações. Destaco, aqui, um viés importante no que dizrespeito à questão do saber em psicanálise. Ele se relaciona com a diferenciaçãoque Lacan faz no que diz respeito ao registro da negação. Ele coloca:“não há o não saber”, situando que a ignorância está do lado do saber etomando emprestada a expressão “douta ignorância”, usada por Nicolau deCusa. Nesse sentido, ele dá ao saber uma positividade, também ao proporo inconsciente como o “insabido”. Ou seja, o “insabido” é a própria naturezado saber inconsciente, que é efetivo e positivo nessa dimensão: não éum saber a ser buscado, cuja negatividade poderia ser positivada com sefosse uma “luz no fim do túnel”. Ele diferencia essa espécie de saber, daqueledo conhecimento. Deste lado encontramos uma metáfora do sexual: odezembro 2009 l correio <strong>APPOA</strong> .31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!