12.07.2015 Views

Correio nº 186 - APPOA

Correio nº 186 - APPOA

Correio nº 186 - APPOA

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A formação do analista.3 – SupervisãoComo dar conta do Outro que fala em cada analisante ao mesmo tempoem que ele próprio fala na medida em que se equivoca? Que tenhamos duasorelhas para nada garante qualquer multiplicidade de escuta. Natural, então,que escape sempre um viés já que assim como nunca conseguimosdizer o que queríamos dizer, também nunca conseguimos escutar quantopretendíamos escutar.Por isso a supervisão (“análise de controle”, no dizer de Lacan) nãosomente forma parte da formação – para nos deixar bem in-formados acercada in-suficiência de nossa escuta – mas, faz parte permanente do trabalhodo psicanalista.4 – Dar conta a seus pares da qualidade analítica de seutrabalhoPara um psicanalista, revelar as razões de seu ato desvela a qualidademesma de seu ser. Porque a sua intervenção o compromete na responsabilidadedo efeito de corte e torção que ela provoca nos vetores da vida de seupaciente (e nessa posição o termo “paciente” cabe nos seus vários sentidos).Por isso mesmo, dar conta a seus pares, do modo que lhe for possível,da qualidade analítica de seu ato, denota não a disposição a se oferecera um procedimento de fiscalização, mas o quanto a sua função de analistanão fica condicionada a seu narcisismo.Quando Lacan propõe que “o psicanalista se autoriza de si mesmo”não está afirmando qualquer autonomia ou independência intimista dopsicanalista, mas está se referindo ao fato de que a autorização de sua práticaprecisa estar alicerçada em que ele mesmo assuma publicamente a responsabilidadedo que ali se dispõe a produzir.dezembro 2009 l correio <strong>APPOA</strong> .9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!