32 PANORAMAelevada e parece que o material tem alguma tolerância à Phoma.Os campos e experimentos se encontram instalados nalocalidade de Santa Maria do Marechal, nas propriedades do colega CésarKroelling e de José Stockl, os quais recebem as visitas dos Técnicosespecializados nas variedades, Saulo Almeida e J.B. Natiello. Eles temfeito o controle das produções e do vigor das diferentes variedades emteste. Uma observação interessante é a de que os cafeeiros da linhagemJapi sempre ficam com a folhagem bem verde, parecendo mais tolerantesaos períodos secos.Na foto pode-se ver o exemplo de um cafeeiro da linhagem, bemvigoroso, no ensaio. Na média de 5 safras nesse ensaio, a linhagem Japiproduziu, em média 44,5 scs/ha, enquanto o melhor catuai padrão, ocatuai amarelo IAC 39 produziu 43,7scs/ha.Plantio direto de sementes e de mudas de raiz nuaformam bem a lavoura de café irrigadaVista geral da lavoura formada comsemeio direto e com mudas de raiz nua, sobmamoeiros e com gotejamento, Pirapora-MGNo passado, em terrenos de mata, era comum o plantiodireto de sementes de café em covas fundas, visando, com aassociação de matéria orgânica e ambiente sombrio, agerminação e crescimento das mudas em boas condições e aformação mais econômica da lavoura. Atualmente, o plantio decafé é feito com o uso de mudas formadas nos viveiros e levadasao campo com 6-8 meses de idade. Dois tipos de recipientes sãoos mais empregados: as sacolinhas plásticas e os tubetes.A necessidade de aumentar a população de plantas de cafépor área (stand), objetivando adequar maiores produtividades emciclos curtos, em sistemas de plantio adensado, super adensado, ouem safra-zero, justifica o estudo de novas alternativas para reduzir ocusto das mudas e do plantio de cafeeiros.Foram conduzidos 2 campos de observação, com 400plantas cada, em uma área irrigada com gotejamento, naAgropecuária São Thomé, em Pirapora-MG, a 520m de altitudee temperatura média anual de 24,3°C. Na primeira área foiestudado o semeio direto das sementes e no segundo foi feito oplantio de mudas de raiz-nua.Para o semeio direto foram utilizadas 10 sementesjunto à área de gotejo, sendo semeadas em linha, a 1cm deprofundidade e, sobre a superfície do solo, após o semeio,colocou-se uma camada de mato seco, obtida no local. Airrigação de gotejo foi aplicada da forma usual, comgotejadores a cada 0,7m e capacidade para gotejar 4 litros deágua por hora. A área se encontrava com mamoeiros plantadosa 3 x 2m. Após a germinação das sementes de café, no estágiopalito de fósforo, retirou-se o capim e as mudas cresceramnormalmente, até o 2º par de folhas, quando se efetuou o raleio,deixando 1 muda a cada 40-50 cm.Para o campo de raiz-nua as mudas foram formadasem canteiro preparado com terra+esterco+super-simples,sendo o semeio em linhas, a cada 5 cm, e com sementesseguidas. Com 2 pares de folhas, as mudas receberam umaaplicação de Triadimenol (Bayfidan 250 CE) à razão de 1,5 mlpara cada 100 mudas (através de regador, diluindo em água).Houve retenção no crescimento e amarelecimento das mudas,com grande formação de raízes finas. Elas foram arrancadascom cuidado e plantadas no campo, fazendo-se um furo comchucho de madeira. Foram estudadas 3 situações: Plantio sob asombra de mamoeiros, sob sombra de hastes de palmeira e apleno sol. Foi plantada uma muda a cada gotejador. (0,7m).Completada a fase de formação dos cafeeiros com aavaliação da produção na primeira safra, em 2009, verificou-se,conforme quadro de resultados aqui apresentado, que aprodutividade foi semelhante entre os diferentes sistemas deplantio, com ligeira superioridade do plantio direto de semente,seguindo-se as mudas de raiz nua com sombra, permanecendoum pouco inferior os cafeeiros plantados a pleno sol,Pode-se verificar, portanto, que é possível formarlavoura de forma normal a partir de semeio direto ou commudadas de raiz nua em área irrigada por gotejo e sob sombra demamoeiros.Quadro de resultados: Parâmetros de crescimento(altura das plantas) e primeira produção em cafeeiros sobdiferentes sistemas de mudas e plantio, Pirapora-MG, 2009
ANÁLISEImportância da irrigação em cafézais33J. B. Matielo, R. Santinato e André L. FernandesNa foto aérea pode-se ver um projeto com grande número de pivôs, sistema que viabilizaa cafeicultura irrigada em grandes fazendas, como esta no Oeste da Bahia.A irrigação de lavouras de café era quase umtabu, até a década de 1990, dizendo-se que ela eradesnecessária, onerosa e de difícil execução, devidoà suficiência de chuvas nas regiões produtoras e aocaráter extensivo da cultura cafeeira.Com a ampliação de áreas cafeeiras, emregiões mais secas, e com o aumento do déficithídrico mesmo em regiões tradicionalmente aptas, ouso da prática de irrigação cresceu bastante,mostrando retornos produtivos vantajosos e comótimo benefício/custo.A utilização da irrigação, no entanto, nãodeve ser encarada apenas como uma maneira deaplicar água, para reduzir o déficit hídrico. Ela seinclui num conceito mais amplo, onde se tornaessencial no aumento da produtividade e narentabilidade, especialmente nos sistemas dep r o d u ç ã o d e c a f é m a i s t e c n i f i c a d o s ,complementando efeitos e eliminando riscos sobreos investimentos realizados em todo o processoprodutivo.A tecnologia para a irrigação em cafezaistambém evolui muito, com melhores definiçõessobre os sistemas, épocas e quantidade de águaaplicada, na forma mais adequada, visando, sempre,maior eficiência e economia.As pesquisas e a prática nas lavouras de caféirrigadas mostram que ficou mais fácil irrigar.Funções da água para o cafeeiroNa lavoura cafeeira a água tem funçõesessenciais no desenvolvimento e na produção dasplantas.Sem a água o cafeeiro não absorve osnutrientes pelas raízes e nem transporta essesnutrientes para sua copa, ou seja, não se alimenta.A água entra no processo de produção deenergia, através da fotossíntese. Ela é responsávelpela manutenção da temperatura nas folhas, pelatranspiração, promovendo o resfriamento dafolhagem, evitando a desidratação dos tecidos, .àsemelhança do que ocorre com o organismo humano.A folhagem do cafeeiro possui cerca de 85% de águae os frutos maduros 60%.Sem a água a planta murcha, perde folhas, ocorre aseca de folhas e ramos, o crescimento diminui e aprodução também cai muito.Com falta de água, e com poucas folhas nocafeeiro, a produção de energia para a planta ficareduzida, o bombeamento de água é diminuído e opegamento da florada e, consequentemente, a cargade frutos, ficam prejudicados.No processo de floração/frutificação, a faltade água prejudica a indução floral, provoca a quedade botões florais e de chumbinhos, causa a formaçãode flores anormais ( estrelinhas ou pequenas), as