CIRCULAÇÃO MONETÁRIA NA LUSITÂNIA DO SÉCULO III - Numismatas

2391. EMERITA AUGUSTA, MÉRIDA, BADAJOZFundada em 25 a.C. pelo imperador Augusto para acomodar os vetereranos das guerrascantábricas, Emerita Augusta tornou-se, pouco depois, capital da recém-criada provínciada Lusitania. Durante o período júlio-claudiano a cidade conheceu um assinaláveldesenvolvimento, incrementado pela política de obras públicas financiada por Roma como intuito de dotar a urbe das infra-estruturas indispensáveis ao seu bom funcionamento,entre as quais se contam pontes, aquedutos, fora e edifícios de espectáculos. A políticaedilícia dos primeiros imperadores terá, por certo, causado assinalável impacto nofortalecimento da economia local e regional, tendo continuado sob os Flávios, com obrasde ampliação dos fora, a conclusão da muralha e do anfiteatro, etc.Vários indícios sugerem que a prosperidade da cidade se terá mantido ao longo do séculoII, sobretudo durante os governos de Trajano e Adriano. A vida da cidade na terceiracentúria da nossa era é relativamente mal conhecida, embora se possam apontar algunsindicadores de actividade urbana, nomeadamente a presença de estruturas relacionadascom actividades industriais e artesanais ou a execução de pavimentos musivos, entre osquais avulta o famoso mosaico cosmológico. Datam igualmente desta época os pedestaisde estátuas com inscrições dedicadas, respectivamente, a Herénio Etrusco pela respublicaemeritensis (250-251 d.C.) e a Galieno pelo governador P. Clódio Leto Macrino (261d.C.), esta última alvo de posterior damnatio memoriae.Ao tempo de Diocleciano a cidade é elevada a sede da Diocesis Hispaniarum, promoçãoque reforça o seu estatuto e a sua importância enquanto centro político-administrativo deprimeira grandeza à escala do Império. Este marco assinala um período de renovação dosequipamentos urbanos, sendo contemporâneo do florescimento por todo o territórioemeritense de sumptuosas uillae.Na Antiguidade Tardia, mesmo após a queda do Império, o estatuto de Emerita enquantocentro de poder foi-se mantendo pelo menos até ao século VI, quando perdedefinitivamente importância para Toledo, capital do reino visigótico a partir deLeovigildo.