CIRCULAÇÃO MONETÁRIA NA LUSITÂNIA DO SÉCULO III - Numismatas

46435. PROVÍNCIA DE SALAMANCASendo frequentes, ao que parece, os achados de moedas na província de Salamanca, arecolha sistemática destes materiais nunca foi levada a bom termo, pelo que se tornaextremamente difícil ter à disposição um lote significativo de peças, tanto em termosquantitativos, como qualitativos.Embora tratando o período cronológico imediatamente anterior ao nosso, é extremamentesugestiva a consulta, para a região em questão, do trabalho recém-publicado de CrucesBlázquez Cerrato. Tomando como referência, a título de exemplo, os achados ocasionaisefectuados na província verifica-se que, da lista da autora, fazem apenas parte umas duasdúzias de entradas, muitas das quais referem de forma vaga o aparecimento de moedas(Blázquez Cerrato 2002 117-162).As únicas tentativas de compilação dos achados circunscrevem-se, tanto quanto julgamossaber, ao trabalho acima referido de Blázquez Cerrato, a dois artigos publicados entre1984 e 1990 por Miguel García Figuerola e a um estudo de Martín Valls de 1965, nosquais nos baseámos para a elaboração do nosso inventário. Face à escassez deinformação, pareceu-nos que o lançamento de uma busca exaustiva seria trabalho ingratoe pouco profícuo. Assim, recorrendo aos inventários de Martín Valls e García Figuerola,foram contabilizadas 115 moedas que se estendem ao longo de toda a época romana, 34das quais foram batidas no século III (cf. Quadro 1).Nº moedas %ante 215 30 26.09215-305 34 29.57Séc. IV 51 44.34Total 115 100,00Quadro 1O grosso do numerário é constituido pelas emissões de Galieno, Cláudio II e,principalmente, do Império Gaulês (Quadro 2). É de destacar a presença de grandesbronzes de Severo Alexandre e Maximino, bem como de antoninianos de Filipe-o-Árabee Quintilo (exemplar batido em Milão) e de um aureliano de Probo. Finalmente, registeseainda a inclusão de duas fracções radiadas da Tetrarquia.