CIRCULAÇÃO MONETÁRIA NA LUSITÂNIA DO SÉCULO III - Numismatas

35821. SANTO ANDRÉ DE ALMOÇAGEME, SINTRA, LISBOAOs vestígios da presença romana em Santo André de Almoçageme são conhecidos desdeo século XVII, altura em que foi descoberta uma inscrição funerária. Em 1905, nodecurso da abertura de uma estrada foi localizado um mosaico. Todavia, apenas entre1985 e 1990 foram realizados trabalhos arqueológicos no sítio, tendo sido identificadas aspartes urbana e rustica de uma uilla de tipo áulico. Para além de estruturas da casasenhorial, com diversos pavimentos musivos datáveis da segunda metade do século III,foi ainda escavada uma área de fabrico e cozedura de cerâmicas de construção (tegulae eimbrices). Ao que tudo indica - e o espólio monetário não contraria, de forma alguma,essa possibilidade - a ocupação do local terá decorrido entre os séculos III e V.No Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas foram inventariadas 101 moedas de S.André entre as quais predominam as cunhagens do século IV (64 unidades - 63,37%)seguidas das emissões do século III (31 unidades-30,69%). As séries anteriores a 215 têmpouco significado, limitando-se a 4 grandes bronzes que acusam considerável desgaste.Nº moedas %ante 215 4 3,96215-305 31 30,69Séc. IV 64 63,37Cron. indet. 2 1,98Total 101 100,00Quadro 1A maior parte do numerário cunhado no século III é constituído por antoninianos, batidosem nome de Galieno, Cláudio, Divo Claudio (provalmente todos de fabrico local) eTétrico I (Quadro 2).Todavia, estão igualmente presentes 3 sestércios, respectivamente de Gordiano III, FilipeI e Galieno sendo de salientar que, do ponto de vista numismático, os exemplares destesdois últimos imperadores podem ser considerados de alguma raridade.Cronologicamente o numerário do século III de Santo André de Almoçageme terminacom dois neoantoniniani da Tetrarquia cunhadas em Roma nos anos finais da terceiracentúria.