CIRCULAÇÃO MONETÁRIA NA LUSITÂNIA DO SÉCULO III - Numismatas

302. TERRENO DA ANTIGA CAMPSA, MÉRIDA, BADAJOZConjunto monetário composto por 15 sestércios recolhido durante as escavações realizadaspelo Consórcio da Cidade Monumental, sob a direcção de Ana Bejarano Osorio, no terrenoonde haviam estado as instalações da Campsa e que, na época romana, fazia parte danecrópole oriental de Augusta Emerita. As moedas foram encontradas num nível de derrubesituado sobre uma espécie de corredor entre o muro de um recinto funerário e uma viasecundária que entroncava num dos acessos ao Circo da cidade. Estavam próximas umasdas outras, não tendo sido detectada qualquer fossa para o seu enterramento ou vestígios dequalquer tipo de contentor. É provavel que estivessem ocultas no muro e que, com o seudesmoronamento, tenham caído ao solo.Todas as moedas foram cunhadas em Roma, abarcando um período de mais de 150 anoscompreendido entre os principados de Domiciano e de Filipe I. A sua repartição faz-se desegundo o quadro que se segue.Nº moedasDomiciano 1Trajano 1Adriano 2Antonino Pio 1Marco Aurélio 5Caracala 1Gordiano III 1Filipe I 1Imperador indeterminado 2Total 15Quadro 1Os exemplares mais antigos, pelos claros vestígios de desgaste ostentados, acusam umacirculação prolongada, o que obstou a uma descrição e classificação satisfatória em boaparte dos casos. Dois deles chegaram até nós em tão mau estado que não foi sequer possívelidentificar os imperadores responsáveis pela respectiva cunhagem, embora nos pareça que asua emissão terá ocorrido na época antonina.Considerando a cronologia da peça mais recente, cunhada para Filipe I entre 244 e 249, adata da ocultação deverá situar-se por volta de meados-inícios da segunda metade do séculoIII, em época muito próxima da ocultação do depósito da Casa do Anfiteatro.