CIRCULAÇÃO MONETÁRIA NA LUSITÂNIA DO SÉCULO III - Numismatas

4843. MUSEU ARQUEOLÓGICO PROVINCIAL, BADAJOZO Museu Arqueológico Provincial de Badajoz possui uma vasta colecção numismática daépoca romana. Boa parte das moedas que a compõe, sobretudo as do século III, haviasido incorporada no Museu Arqueológico da Comissão Provincial de Monumentos deBadajoz ainda antes de finais do século XIX, conforme se confirma pelo facto de amaioria vir já descrita num inventário publicado em 1896 pelo secretário da ditaComissão, D. Tomás Romero de Castilla (adiante referido no catálogo pela abreviaturaRom.Cas.).Exceptuando um sestércio em nome de Máximo (Cat. 25), infelizmente não se conhece aproveniência deste material, ficando por esclarecer se é oriundo de achados feitos naregião ou se, pelo contrário, se trata de moedas que já então circulavam nos meios ligadosao coleccionismo. A presença de numerosos nummi da época tetrárquica, geralmenteraros nos contextos arqueológicos lusitanos, mais não faz que reforçar esta últimasuposição 25 . É claro que estas peças também poderiam corresponder a um lote de umtesouro cuja notícia da descoberta não tenha chegado até nós. Contudo, no mínimo,parece-nos claro ter havido uma selecção prévia do material a incorporar.Ao nível do material inventariado, num total de 176 moedas, parece-nos digna dedestaque a abundância de moeda de bronze da primeira metade do século III, entre a qualse conta um raro sestércio de Macrino e dois asses cunhados, respectivamente, em nomede Severo Alexandre (Cat. 3) e Filipe I (Cat. 44).Na segunda metade do séc. III há a referir a boa representação do numerário de Galieno eCláudio II, tal como o de Probo e, posteriormente, o da Diarquia/Tetrarquia se bem que,neste caso, o seu peso se nos afigure excessivo.25 Outro exemplo é-nos fornecido por duas moedas de Cláudio II que não constam deste catálogo (MAPB, nº inv. 4151-2), recolhidasna num edifício da Calle Zapateria, em Badajoz. onde curiosamente viveu um sacerdote que coleccionava moedas.