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A escrita diária de uma “viagem de instrução” *1 - Fundação Casa ...

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ESCRITOS63COSTA, Hipólito da. Memóriasobre a viagem aos EstadosUnidos em 1789 por Hipólito daCosta, p. 350.64BRAGA, Teófilo. História daUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra. Lisboa:Tip. da Aca<strong>de</strong>mia Real <strong>de</strong> Ciência,1898. Cf. também CARVALHO,Laerte Ramos <strong>de</strong>. As reformaspombalinas da instrução pública.São Paulo: Edusp: Saraiva, 1978.65CAPÍTULO 2. Das disciplinas filosóficas;e da atenção que se ha<strong>de</strong> haver na escolha dos authores,pelos quaes se <strong>de</strong>vem ensinar. In:ESTATUTOS da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Coimbra (1772). Coimbra: Por Or<strong>de</strong>mda Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra,1972. p. 229.efetivamente para minha visada é consi<strong>de</strong>rar que esse pragmatismoconstituía um universo mais amplo que informou os projetos <strong>de</strong>reforma da Coroa portuguesa e, conseqüentemente, as instruções aserem seguidas por aqueles encarregados <strong>de</strong> realizar essas viagenscientíficas; mas, principalmente, o fato <strong>de</strong> essa perspectiva pragmáticater tido um peso enorme na formação intelectual <strong>de</strong> Hipólitoda Costa e, portanto, na sua concepção do que viria a ser reunir,produzir e transmitir conhecimento.4. Formação intelectualNas “cartas <strong>de</strong> ofício”, Hipólito da Costa <strong>de</strong>ixa claro que, <strong>de</strong>cada um dos objetos <strong>de</strong> sua missão, foram enviados separadamentememórias ou “tratados”, como ele mesmo <strong>de</strong>nomina tais documentos.O que <strong>de</strong> certa forma explica o fato <strong>de</strong> a única “Memória” a quetive acesso até agora ser tão resumida a ponto <strong>de</strong> nada registrar, porexemplo, a respeito do “modo <strong>de</strong> preparar e adubar as terras, escolheras sementes, tratar as plantas e moléstias a que são sujeitas, comcurativos que lhe são <strong>de</strong>scobertos”. 63 Nos dois tipos <strong>de</strong> documentos– cartas <strong>de</strong> ofício e memória-resumo –, exibe bem pouco os seusconhecimentos científicos, ao passo que se sabe que ele já os tinhainicialmente adquirido na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, em cujo curso sediplomou juntamente com o <strong>de</strong> Direito e o <strong>de</strong> Matemática na Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> Coimbra.Na verda<strong>de</strong>, quando Hipólito da Costa inicia a sua formaçãoacadêmica, o estudo das ciências tinha sido incluído no currículo<strong>de</strong>ssa instituição havia bem pouco tempo. Embora Teófilo Bragaacredite que os contornos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia começama ser <strong>de</strong>lineados com a introdução dos estudos filosóficos no ColégioReal dos Nobres, criado no ano <strong>de</strong> 1761, 64 foi somente com a reformapombalina <strong>de</strong> 1772 que se criou <strong>uma</strong> Faculda<strong>de</strong>, a <strong>de</strong> Filosofia,com o propósito exclusivo <strong>de</strong> lecionar a filosofia natural, cujo ensinoabrangia “todos os Ramos das Sciencias que ti[nham] por objecto acontemplação da Natureza” em seus em seus múltiplos aspectos. 65O recém-inaugurado curso, com duração <strong>de</strong> quatro anos, inicia suas32

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