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contribuições da memória na formação da identidade docente

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1109Assim, relembrando os sucessos e os fracassos em diversos momentos deaprendizagem – ou não -, identificam-se, <strong>na</strong> prática educativa, as distintas práticas dos exprofessores.Walter Salles, produtor e diretor de “Central do Brasil” traz como questão central dofilme a reflexão sobre a dialética educativa que ocorre no sistema educacio<strong>na</strong>l brasileiro eprincipalmente sobre a forma como as pessoas, reconheci<strong>da</strong>s afetivamente, podem mu<strong>da</strong>r seusdestinos.A perso<strong>na</strong>gem interpreta<strong>da</strong> pela atriz Fer<strong>na</strong>n<strong>da</strong> Montenegro é Dora, professoraprimária aposenta<strong>da</strong>, que vive sozinha em um pequeno apartamento no Rio de Janeiro.Devido ao fato de seu pagamento ser insuficiente, escreve cartas para a<strong>na</strong>lfabetos <strong>na</strong> estaçãoCentral do Brasil. Cobra um real pela re<strong>da</strong>ção e mais um real pelo envio, porém estas cartasnão resultam em comunicação, pois termi<strong>na</strong>m <strong>na</strong> lata do lixo, fato triste, já que as histórias devi<strong>da</strong> que Dora leva ao papel traduzem o desassossego e a esperança (única) de pessoasaparta<strong>da</strong>s de suas famílias e de sua terra.O filme mostra um enorme contingente de adultos que não domi<strong>na</strong>m a escrita, aslimitações de suas vi<strong>da</strong>s em função disso, o pouco reconhecimento social desti<strong>na</strong>do aosprofessores e o lugar ocupado pelas religiões para a construção de sentidos entre a populaçãomenos letra<strong>da</strong>.Dora é uma metáfora a respeito <strong>da</strong>s professoras que perderam o amor por ensi<strong>na</strong>r, pelainfância, por elas próprias, cumprindo ape<strong>na</strong>s atos tarefeiros. Para proteger-se, ela rompe comqualquer vínculo afetivo, inclusive com sua própria feminili<strong>da</strong>de.“Se hoje estou sendo agracia<strong>da</strong> com a mais alta condecoração de nosso país, é porquesou resultado de muitas influências e convivências. Cente<strong>na</strong>s de companheiros e perso<strong>na</strong>gensme formaram, me educaram e estão comigo sempre.” (MONTENEGRO, 1999. In PROFA,2001).O discurso é oportuno para tratar <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> <strong>memória</strong> <strong>na</strong> constituição dereferências que vão dizer sobre o indivíduo ou a situação, não ape<strong>na</strong>s no passado, massobretudo no presente, e também no futuro.É nesse sentido que o estudo <strong>da</strong>s relações entre <strong>memória</strong> e prática <strong>docente</strong> tor<strong>na</strong>m-seimportantes, porque não se quer, através <strong>da</strong> <strong>memória</strong>, recuperar a história doprofessor, mas intervir <strong>na</strong> sua prática atual, procurando torná-lo em algum sentidomelhor, ou, pelo menos, mais consciente <strong>da</strong>s influências que redun<strong>da</strong>ram <strong>na</strong> suaconduta em sala de aula. (KENSKI, 1994, p. 49).

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