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cultura - Pedro P. Ferreira

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40Na década seguinte ao artigo de 1979 sobre a cerulina, dezenas de artigossobre o gênero Phyllomedusa foram publicados por Erspamer e sua equipe. Em 1985,Erspamer e colaboradores publicaram um artigo que seria amplamente citado em queexaltavam o interesse excepcional da pele do gênero Phyllomedusa: “seu tecidocutâneo parece ser uma mina inesgotável dessas moléculas (peptídeos)...nenhumaoutra pele de anfíbio pode competir com a das Phyllomedusae, que já forneceram 23peptídeos pertencentes a pelo menos sete famílias diferentes”.O artigo, originalmente apresentado num congresso e publicado in 1985, tinhao título sugestivo de “A pele das Phyllomedusa: uma grande fábrica e armazém demuitos Peptídeos Ativos”. No artigo, Erspamer compara as quantidades de quatropeptídeos ativos na pele de onze rãs diferentes da sub-família Phyllomedusinae, dasquais oito são do gênero Phyllomedusa. Embora os quatro peptídeos estejam presentesem todas essas espécies, as suas quantidades variam de modo notável, sendo aPhyllomedusa bicolor a espécie que possui, de longe, a mais alta concentração dessespeptídeos.A história do etnógrafo.O primeiro registro inquestionável do uso de kampô por grupos indígenas vemde um missionário francês da Congrégation du Saint Esprit que obteve o monopóliomissionário do rio Juruá no final do século XIX. Naquele momento do boom daborracha, a área da missão era altamente promissora para a coleta comercial, emboramuito pouco rentável na coleta de almas. Os escritos de Constantin Tastevin podemser basicamente divididos em dois períodos, embora ocorram algumas superposições,relacionadas ao público a que se dirigiam. Tastevin, que começou como ummissionário comum originário do interior da Bretanha, escreveu relatos edificantes empublicações missionárias católicas, além de relatórios bem mais francos à suacongregação. Então, em algum momento na década de 1910, Paul Rivet, fundador doInstituto de Etnologia de Paris in 1925 junto com Marcel Mauss e Lucien Lévy-Bruhl,interessou-se pelo conhecimento de Tastevin sobre a Amazônia e sugeriu-lhe queescrevessem juntos artigos para revistas de lingüística e antropologia. Foi quandoTastevin descobriu-se como etnógrafo e geógrafo, passando a escrever uma série deimportantes artigos sobre a então muito pouco conhecida região do alto Juruá. Seusescritos constituem uma fonte tão importante que durante a Segunda Guerra, quando

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