4406 DIÁRIO DA REPÚBLICA —ISÉRIE-A N. o 196 —26-8-19974—Ao recurso previsto no número anterior aplica-se,subsidiariamente, oregime <strong>de</strong> recurso <strong>da</strong>s <strong>de</strong>liberações<strong>do</strong> Conselho Superior <strong>da</strong> Magistratura.Artigo 21. oForma <strong>de</strong> provimento1—Osjuízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> que tenham vínculoàfunção pública po<strong>de</strong>m ser provi<strong>do</strong>s a título <strong>de</strong>finitivoou exercer ocargo em comissão permanente <strong>de</strong>serviço.2—O tempo <strong>de</strong> serviço em comissão no <strong>Tribunal</strong>consi<strong>de</strong>ra-se, para to<strong>do</strong>s os efeitos, como presta<strong>do</strong> noslugares <strong>de</strong> origem.Artigo 22. oPosse1—OPresi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> toma possee presta compromisso <strong>de</strong> honra perante oPresi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> República.2—O Vice-Presi<strong>de</strong>nte eosjuízes tomam posse eprestam compromisso <strong>de</strong> honra perante oPresi<strong>de</strong>nte<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>.Artigo 23. oRecrutamento <strong>de</strong> juízes auxiliares1—O Presi<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> nomear, sob proposta <strong>da</strong>comissão permanente, juízes auxiliares por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>stransitórias <strong>de</strong> serviço, após selecção <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>turasna sequência <strong>de</strong> publicitação no Diário <strong>da</strong> República<strong>do</strong> respectivo aviso.2—Os candi<strong>da</strong>tos <strong>de</strong>vem observar os requisitosgerais e especiais <strong>de</strong> provimento no quadro easelecçãoé efectua<strong>da</strong> pela comissão permanente aplican<strong>do</strong> os critérios<strong>do</strong> concurso curricular, com as necessárias a<strong>da</strong>ptações.3—Os juízes auxiliares são provi<strong>do</strong>s em comissão<strong>de</strong> serviço por um ano, renovável até ao máximo <strong>de</strong>três anos.Artigo 24. oPrerrogativasOs juízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> têm honras, direitos,categoria, tratamento, remunerações e<strong>de</strong>mais prerrogativasiguais aos <strong>do</strong>s juízes <strong>do</strong> Supremo <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong>Justiça, aplican<strong>do</strong>-se-lhes, em tu<strong>do</strong> quanto não forincompatível com anatureza <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>, odispostono Estatuto <strong>do</strong>s Magistra<strong>do</strong>s Judiciais.Artigo 25. oPo<strong>de</strong>r disciplinar1—Compete ao plenário geral oexercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>rdisciplinar sobre os seus juízes, ain<strong>da</strong> que respeite aactos pratica<strong>do</strong>s no exercício <strong>de</strong> outras funções, caben<strong>do</strong>-lhe,<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, instaurar o processo disciplinar,nomear o respectivo instrutor, <strong>de</strong>liberar sobre aeventual suspensão preventiva eaplicar as respectivassanções.2—As<strong>de</strong>cisões em matéria disciplinar sobre os juízesserão sempre toma<strong>da</strong>s em 1. a instância pela comissãopermanente, com recurso paraoplenário geral.3—Salvo odisposto nos números anteriores, aplica-seaos juízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> oregime disciplinarestabeleci<strong>do</strong> na lei para os magistra<strong>do</strong>s judiciais.Artigo 26. oResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> civilecriminalSão aplicáveis ao Presi<strong>de</strong>nte eaos juízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong><strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, com as necessárias a<strong>da</strong>ptações, as normasque regulam a efectivação <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s civile criminal <strong>do</strong>s juízes <strong>do</strong> Supremo <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça,bem como as normas relativas à respectiva prisãopreventiva.Artigo 27. oIncompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, impedimentosesuspeições1—OPresi<strong>de</strong>nte eosjuízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>estão sujeitos às mesmas incompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, impedimentosesuspeições<strong>do</strong>s magistra<strong>do</strong>s judiciais.2—OPresi<strong>de</strong>nte eosjuízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>não po<strong>de</strong>m exercer quaisquer funções em órgãos <strong>de</strong>parti<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> associações políticas ou <strong>de</strong> associações comeles conexas nem <strong>de</strong>senvolver activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s político-partidárias<strong>de</strong> carácter público, fican<strong>do</strong> suspenso oestatuto<strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> respectiva filiação durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong><strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s seus cargos no <strong>Tribunal</strong>.Artigo 28. oDistribuição <strong>de</strong> publicações oficiais1—OPresi<strong>de</strong>nte eosjuízes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>têm direito areceber gratuitamente oDiário <strong>da</strong> República,l. a , 2. a e 3. a sérieseapêndices,eoDiário <strong>da</strong> Assembleia<strong>da</strong> República, 1. a e 2. a séries.2—Osjuízes <strong>da</strong>s secções regionais têm ain<strong>da</strong> direitoa receber gratuitamente oJornal Oficial <strong>da</strong>s respectivasRegiões Autónomas.SECÇÃO IIIDo Ministério PúblicoArtigo 29. oIntervenção <strong>do</strong> Ministério Público1—O Ministério Público érepresenta<strong>do</strong>, junto <strong>da</strong>se<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, pelo Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>da</strong>República, que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>legar as suas funções num oumais <strong>do</strong>s procura<strong>do</strong>res-gerais-adjuntos.2—Nas secções regionais, o Ministério Público érepresenta<strong>do</strong> pelo magistra<strong>do</strong> para o efeito <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>pelo Procura<strong>do</strong>r-Geral <strong>da</strong> República, oqual ésubstituí<strong>do</strong>,nas suas faltaseimpedimentos, pelo seu substitutolegal.3—Nocolectivo a que se refereon. o 1 <strong>do</strong> artigo 42. o ,a representação <strong>do</strong> Ministério Públicoéassegura<strong>da</strong> pelomagistra<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong> na secção regional que prepararo parecer sobreaconta <strong>da</strong> Região Autónoma.4—O Ministério Público intervém oficiosamente e<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas <strong>de</strong> processo nas 1. a e 3. a Secções,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser-lhe entregues to<strong>do</strong>s os relatórios e
N. o 196 —26-8-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA —ISÉRIE-A4407pareceres aprova<strong>do</strong>s na sequência <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> verificação,controloeauditoria aquan<strong>do</strong> <strong>da</strong> respectiva notificação,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> solicitar aentrega <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumentosou processos que enten<strong>da</strong> necessários.SECÇÃO IVDos serviços <strong>de</strong> apoio <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>Artigo 30. oPrincípios orienta<strong>do</strong>res1—O<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> dispõe <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> apoiotécnico eadministrativo, constituí<strong>do</strong>s pelo Gabinete <strong>do</strong>Presi<strong>de</strong>nte e pela Direcção-Geral, incluin<strong>do</strong> os serviços<strong>de</strong> apoio <strong>da</strong>s secções regionais.2—A organização e estrutura <strong>da</strong> Direcção-Geral,incluin<strong>do</strong> os serviços <strong>de</strong> apoio <strong>da</strong>s secções regionais,constam <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto-lei e<strong>de</strong>vem observar os seguintesprincípioseregras:a) Constituição <strong>de</strong> um corpo especial <strong>de</strong> fiscalizaçãoecontrolo,integran<strong>do</strong> carreiras altamentequalifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> auditor, consultor e técnico verifica<strong>do</strong>r,aexercer, em princípio, em regime <strong>de</strong>exclusivi<strong>da</strong><strong>de</strong>;b) O auditor executa funções <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> altonível, nomea<strong>da</strong>mente arealização <strong>de</strong> auditoriase outras acções <strong>de</strong> controlo nas diversas áreas<strong>da</strong> competência <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>;c) O consultor executa funções <strong>de</strong> consulta<strong>do</strong>ria<strong>de</strong> alto nível, nomea<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e investigaçãocientífico-técnica para apoio ao <strong>Tribunal</strong>e às equipas <strong>de</strong> auditoria;d) O técnico verifica<strong>do</strong>r executa funções <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>e aplicação <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s eprocessos científico--técnicos, nomea<strong>da</strong>mente no âmbito <strong>da</strong> instrução<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> fiscalização prévia esucessiva;e) O estatuto remuneratório <strong>da</strong>s carreiras <strong>de</strong> auditore<strong>de</strong>consultor será equipara<strong>do</strong> ao <strong>do</strong>s juízes<strong>de</strong> direito;f) O estatuto remuneratório <strong>da</strong>s carreiras <strong>de</strong> técnicoverifica<strong>do</strong>r não será inferior ao pratica<strong>do</strong>nos serviços <strong>de</strong> controlo e inspecção existentesna Administração Pública;g) Constituição <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio técnicosegun<strong>do</strong> as competências <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> secção e, <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong>sta, segun<strong>do</strong> áreas especializa<strong>da</strong>s, aaprovarpor regulamento interno;h) Formação inicial epermanente <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os funcionários<strong>da</strong>quelas carreiras;i) Os serviços <strong>de</strong> apoio na se<strong>de</strong> são dirigi<strong>do</strong>s porum director-geral, coadjuva<strong>do</strong> por subdirectores-gerais;j) Em ca<strong>da</strong> secção regional, os serviços <strong>de</strong> apoiosão dirigi<strong>do</strong>s por um subdirector-geral;l) A Direcção-Geral eca<strong>da</strong> secção regional sãoain<strong>da</strong> coadjuva<strong>da</strong>s por auditores-coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>rese auditores-chefes, para oefeito equipara<strong>do</strong>sa director <strong>de</strong> serviços e a chefe <strong>de</strong> divisão,respectivamente;m) O pessoal dirigente <strong>da</strong> Direcção-Geral e<strong>do</strong>sserviços <strong>de</strong> apoio <strong>da</strong>s secções regionais integrao corpo especial <strong>de</strong> fiscalização econtrolo previstona alínea a), aplican<strong>do</strong>-se, subsidiariamente,oregime <strong>do</strong> pessoal dirigente <strong>da</strong> funçãopública;n) O pessoal <strong>da</strong>s carreiras não integra<strong>do</strong> no corpoespecial <strong>de</strong> fiscalização econtrolo previsto naalínea a) terá direito aumsuplemento mensal<strong>de</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> permanente.3—Aestrutura, natureza eatribuições <strong>do</strong> Gabinete<strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte, bem comooregime <strong>do</strong> respectivo pessoal,constam <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto-lei.4—OGabinete <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte asseguraoapoio administrativoaos juízes eaorepresentante <strong>do</strong> MinistérioPúblico, sen<strong>do</strong> para isso <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s necessárias.5—Até àentra<strong>da</strong> em vigor <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto-lei aque serefere on. o 2,oPresi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> po<strong>de</strong>atribuir ao pessoal <strong>do</strong> quadro <strong>da</strong> Direcção-Geral umsuplemento mensal <strong>de</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> permanente até20% <strong>do</strong> vencimento ilíqui<strong>do</strong> apagar pelos cofres <strong>do</strong><strong>Tribunal</strong>.SECÇÃO VDa gestão administrativaefinanceira <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>Artigo 31. oAutonomia administrativaeorçamental1—O<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> eassuas secções regionaissão <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> autonomia administrativa.2—As <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> instalação efuncionamento <strong>do</strong><strong>Tribunal</strong>, incluin<strong>do</strong> as secções regionais, constituemencargo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, através <strong>do</strong> respectivo Orçamento.3—O <strong>Tribunal</strong> elabora um projecto <strong>de</strong> orçamentoe apresenta-o ao Governo nos prazos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s paraa elaboração <strong>da</strong> proposta <strong>de</strong> lei <strong>do</strong> Orçamento, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>ain<strong>da</strong> fornecer àAssembleia <strong>da</strong> República os elementosque ela lhe solicite sobre esta matéria.Artigo 32. oPo<strong>de</strong>res administrativosefinanceiros <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>Compete ao <strong>Tribunal</strong>, em plenário geral:a) Aprovar o projecto <strong>do</strong> seu orçamento anual,incluin<strong>do</strong> os <strong>da</strong>s secções regionais, bem como<strong>do</strong>s respectivos cofres, e <strong>da</strong>s propostas <strong>de</strong> alteraçãoorçamental que não sejam <strong>da</strong> sua competência;b) Apresentar sugestões <strong>de</strong> providências legislativasnecessárias ao funcionamento <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>,incluin<strong>do</strong> as secções regionais, e <strong>do</strong>s seus serviços<strong>de</strong> apoio;c) Definir as linhas gerais <strong>de</strong> organização e funcionamento<strong>do</strong>s seus serviços <strong>de</strong> apoio técnico,incluin<strong>do</strong> os <strong>da</strong>s secções regionais.Artigo 33. oPo<strong>de</strong>res administrativosefinanceiros <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte1—Compete ao Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>:a) Superinten<strong>de</strong>r eorientar os serviços <strong>de</strong> apoio,incluin<strong>do</strong> agestão <strong>de</strong> pessoal eagestão financeira<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> e <strong>da</strong>s suas secções regionais,