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DEZEMBRO 2015

Edição 213 - Dezembro 2015

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Propriedade e administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Directora: Sandra Ferreira CC nº 28 | Ano: XXI | N.º: 212 | Dezembro <strong>2015</strong> | Mensal | Gratuito<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch<br />

O Centro Lusitano de Zurique<br />

deseja-vos<br />

B o a s<br />

Festas!<br />

Saído das<br />

recentes eleições,<br />

José Luís Pereira Carneiro<br />

é o novo Secretário<br />

de Estado das Comunidades<br />

Portuguesas.<br />

Página 10<br />

Editorial<br />

Depois de feito o balanço<br />

acho que chegou a hora<br />

de desejarmos um mundo<br />

melhor! - pág. 3<br />

Sindicalismo<br />

A luta pela reforma antecipada<br />

continua! Mais de 10 mil<br />

fizeram-se ouvir por toda a<br />

Suíça... - pág. 23<br />

Desporto<br />

Juniores D conquistam título<br />

de campeões do grupo 9 do<br />

Junioren D/921 - pág. 14


2 Lusitano de Zurique Publicidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Edição anterior<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

Futebol<br />

————————————————_<br />

InCentro<br />

incentro@cldz.ch<br />

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076 379 67 27 / mribatejo@hotmail.com<br />

Rancho folclórico<br />

076 344 15 40 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

http://desacordo.<br />

wikidot.com


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Editorial<br />

Lusitano de Zurique<br />

3<br />

Desejos de um Mundo melhor!<br />

Final de ano é sempre tempo de fazermos<br />

um balanço do que foi realizado no<br />

ano que a correr passou. Mas também<br />

altura de varias decisões entre promessas,<br />

promessas e mais promessas.<br />

O ano de <strong>2015</strong> foi um ano difícil para a<br />

comunidade portuguesa. Com uma crise<br />

nacional que teima em não passar, onde<br />

só se falava em “apertar o cinto”, fomos<br />

levados a votos. Após meses de espera<br />

e expectativa finalmente temos novo<br />

governo. Resta esperar que no próximo<br />

ano sinta-mos a mudança deste governo…e<br />

para melhor claro!<br />

Quanto à comunidade portuguesa no<br />

estrangeiro pouco ou mesmo nada se<br />

tem alterado. O ensino do português<br />

continua a ser um problema, sem uma<br />

solução à vista, os consulados continuam<br />

a ter problemas em responder às verdadeiras<br />

dificuldades ou necessidades dos<br />

emigrantes…<br />

Por outro lado o número de emigrados<br />

diminuiu, mas o número de desempregados<br />

aumentou na Suíça.<br />

Depois de feito o balanço é altura de<br />

tomar as decisões e fazer as ditas promessas<br />

de Ano Novo.<br />

O mais comum é desejarmo-nos um novo<br />

carro, uma nova casa, uma nova dieta,<br />

um novo trabalho. Contudo eu desafio a<br />

todos a termos desejos mais profundos<br />

(não que estes não possam ser feitos),<br />

desejos para os quais apenas através de<br />

um colectivo se possam realizar. Com as<br />

dificuldades com que o mundo se debate,<br />

as guerras, os medos que nos são<br />

impostos todos os dias pelos meios de<br />

comunicação, acho que chegou a hora<br />

de desejarmos um mundo melhor! Parece<br />

um clichê, mas não é isso que pretendo.<br />

Pretendo que, assim como os outros<br />

desejos, levemos este a sério e façamos<br />

algo no próximo ano que contribua para<br />

um mundo melhor… quem sabe até para<br />

a nossa comunidade.<br />

O desfio fica feito e o desejo dito.<br />

A todos os portugueses que viajarem<br />

para Portugal: uma boa viajem e cuidado<br />

na estrada. Para aqueles que ficarem,<br />

um santo natal e umas Boas Festas.<br />

Sandra Ferreira - Directora<br />

Cartão de Identidade de Colaborador das Comunidades nº 28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Depois de feito o balanço<br />

é altura de tomar as decisões<br />

e fazer as ditas promessas<br />

de Ano Novo.<br />

Boas Festas<br />

Ficha técnica<br />

Publicidade<br />

Propriedade<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

8004 Zürich<br />

Email: info@cldz.ch<br />

Administração<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Directora<br />

4Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

4Armindo Alves - CC nº31<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Outras fontes:<br />

Redacção e Colaboração<br />

4Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4Maria José Bernardo CC nº29<br />

4Pedro Nabais CC nº 30<br />

4Joana Araújo CC nº27<br />

4Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4Daniel Bohren4Zuila Messmer<br />

4Domingos Pereira4Marta Pérez<br />

4Mónica Carvalhais4Emília Farinha<br />

4Mendes Serafim4Manuel Beja<br />

4Carmindo de Carvalho<br />

4Euclides Cavaco4Carlos Ademar<br />

4Jo Soares 4Carlos Paz4<br />

Nota: Os textos publicados, são da exclusiva responsabilidade dos seus<br />

autores e não representam necessáriamente as opiniões do Lusitano de Zurique.<br />

Publicidade:<br />

mribatejo@hotmail.com<br />

Tel.: 076 379 67 27<br />

Edição, composição e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.pt<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não<br />

adopta Nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico.


4 Lusitano de Zurique Comunidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Magusto de S. Martinho<br />

Maria dos Santos<br />

No calendário o dia<br />

Onze de Novembro, é sinalizado,<br />

como do dia de<br />

S. Martinho.<br />

Este dia apesar de ter nascido<br />

no império romano é<br />

celebrado um pouco por<br />

todo o mundo e o Centro<br />

Lusitano de Zurich, não<br />

falhou a tradição.<br />

Lá tivemos a degustar as<br />

castanhas, a água-pé e a<br />

jeropiga, mas não abrimos<br />

o pipo, no entanto<br />

comemos também o muito<br />

saboroso caldo verde.<br />

Quiçá esta tradição se<br />

mantenha, já que esta<br />

associação atreve-se com<br />

tudo e inovação é palavra<br />

de ordem, no seu bom<br />

sentido.<br />

Apreciamos este dia, com<br />

a sorte incrível do provérbio<br />

estar associado… “o<br />

verão de S. Martinho”.<br />

Foram muitos os sócios e<br />

amigos, que por ali passaram,<br />

numa tarde onde<br />

a amizade de cultivou e<br />

praticou na companhia da<br />

tradição.<br />

Com a boa disposição dos<br />

cidadãos e o valor cultural<br />

a marcar presença,<br />

as concertinas de Altino<br />

Fernandes e Fábio Padela,<br />

tocaram, aquelas musiquinhas<br />

que todos nós<br />

gostamos de cantarolar…<br />

mas foi a voz da desgarrada<br />

de Ismael Esteves que<br />

marcou o final de serão.<br />

Este S. Martinho ficou<br />

marcado pela “Campanha<br />

da Telha” uma iniciativa,<br />

que vem afirmar a grande<br />

crise económica que predomina<br />

em Portugal.<br />

A paroquia da Igreja de S.<br />

Miguel em Cabreiras, precisa<br />

urgentemente de um<br />

novo telhado, pois a chuva<br />

já entra neste local religioso<br />

e os seus habitantes<br />

querem, uma “telha nova<br />

“ para assim poderem celebrar<br />

as cerimónias sem<br />

guarda-chuva, dentro da<br />

casa de Deus.<br />

Manuel Cruz, Jorge Monteiro,<br />

vindo directamente<br />

de Portugal e Armindo Alves,<br />

apoiaram esta iniciativa.<br />

Todos deram o seu<br />

contributo e todos esperamos<br />

que o dinheiro angariado<br />

chegue para que<br />

a dita renovação seja feita<br />

o mais brevemente possível,<br />

já que o inverno está<br />

quase a bater à porta… e<br />

quem sabe se não seremos<br />

todos nós os padrinhos,<br />

no dia da inauguração<br />

da “Campanha Nova<br />

Telha”?


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Comunidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

5<br />

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6 Lusitano de Zurique Comunidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Porto d´Ave em convívio<br />

No passado dia 13 de Novembro<br />

realizou-se no restaurante<br />

“Fabiana” o II jantar<br />

convívio da família Portodavense<br />

na Suíça, onde<br />

esteve presente o presidente<br />

da Câmara Municipal da<br />

Jo Soares<br />

Póvoa de Lanhoso Manuel<br />

José Batista, assim como o<br />

presidente do clube Artur Maia (com o qual falamos),<br />

vários ex-treinadores, ex-jogadores e muitos<br />

gente da terra e simpatizantes num total de<br />

perto de oitenta pessoas. O jantar teve o objectivo<br />

de juntar a família Portodavense e de arranjar<br />

donativos para pagar as despesas diárias do clube.<br />

O Porto D´Ave é umas das equipas da Póvoa<br />

de Lanhoso que se encontra em 2º lugar na Associação<br />

de Futebol de Braga, Divisão Honra Série<br />

B <strong>2015</strong>/16 (neste momento) com os mesmos pontos<br />

que o 1º classificado. É de louvar este tipo de<br />

iniciativas entre os adeptos e a direcção do clube.


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Comunidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

7<br />

Artur Maia<br />

Lusitano de Zurique — Como surgiu a ideia deste<br />

jantar?<br />

Artur Maia — A ideia do jantar surgiu da organização<br />

que temos aqui, que tem feito um trabalho espectacular<br />

em que nos tem ajudado muito e nós precisamos<br />

da ajuda de todos.<br />

Lusitano de Zurique — O que acha deste encontro<br />

da família do Grupo Desportivo de Porto d´Ave?<br />

AM — Isto é um jantar da grande família e é perfeito,<br />

vemos aqui muita gente que já não vimos há muito,<br />

como presidente fico muito contente por chegar aqui<br />

e ver uma grande família com força e união. Ao aceitar<br />

vir aqui não imaginava o que ia encontrar até ao entrar<br />

no restaurante, onde vi tanta gente conhecida. Fiquei<br />

sem palavras.<br />

Lusitano de Zurique — Que balanço faz deste jantar?<br />

AM — O balanço é extremamente positivo pelo convívio<br />

com esta excelente família e também noutros<br />

aspectos. Estamos a tentar arranjar donativos para as<br />

despesas diárias do clube, temos mais de 180 atletas<br />

inscritos na Associação de Futebol de Braga, desde<br />

“Traquinas” até aos “Seniores” assim como o futsal feminino<br />

e todas as iniciativas são importantes.<br />

Lusitano de Zurique — Que mensagem deixa a<br />

toda família do Portodavense<br />

AM — Tenho muito carinho por todos os adeptos do<br />

GDPA. Eu antes de ser presidente joguei muitos anos<br />

com esta camisola ao peito, estou ligado ao clube desde<br />

dos meus 15 anos, tendo neste momento 44. Estou<br />

ligado ao clube há 29 anos, joguei 17 anos e estou há<br />

12 na direcção e agora como presidente. Quando decidi<br />

ser presidente todos me apoiaram e me deram todo<br />

o apoio. Estou muito motivado para trabalhar com o<br />

apoio dos portodavenses. Espero que nos ajudem e<br />

nos apoiem na formação, pois queremos formar homens<br />

vencendo.<br />

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8 Lusitano de Zurique Comunidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Zurique rendido ao Fado<br />

Maria dos Santos<br />

A dezassete de Novembro<br />

pelas 19 horas as portas do<br />

Kongresshaus em Zurique<br />

abriam-se, para apresentar o<br />

mais esperado concerto.<br />

Mariza está de volta, depois de<br />

uma pausa, imposta pela maternidade.<br />

Com lotação esgotada, na maioria,<br />

por cidadãos Suíços, Mariza<br />

iniciava o seu espectáculo com<br />

um lindo fado à Capela.<br />

Só ela, única no seu estilo, tem<br />

o poder de abrir assim o serão musical. Tudo esteve<br />

perfeito, som, luz, cor e a sua forma de actuar, altiva,<br />

levantou o público por várias vezes, num aplauso sem<br />

fim.<br />

Os poetas, compositores e todos os que trabalharam<br />

neste novo CD de Mariza, que se intitula “Mundo” estão<br />

de parabéns, por nos darem uma nova visão do<br />

fado, a canção nacional.<br />

Mariza brilhou, entregada mais do que nunca, a um<br />

publico que a soube respeitar, admirar e aplaudir num<br />

serão inesquecível.<br />

Os muitos Suíços presentes na sala, mostraram a admiração<br />

pela nossa fadista, não se importando, que<br />

Zurich se transformasse por 2h30, na capital do fado…<br />

Lisboa, Alfama ou Mouraria. Marisa, já conquistou<br />

tudo e alcançou fama mundial, por certo merecida,<br />

pois tem sabido gerir a sua carreira, numa constante<br />

homenagem a Portugal e ao fado. Mas não dispensou<br />

palavras que nos fizeram recordar há 15 anos o desaparecimento<br />

da diva do Fado Amália.<br />

Com a sua doce voz, foi-nos fazendo rir na apresentação<br />

do seu percurso artístico. Soube emocionar os<br />

presentes, soube por o público a cantar e soube terminar<br />

o concerto em festa total. Mariza The Best de<br />

Portugal.<br />

Zurich despediu-se de Mariza, com muitos fados na<br />

alma e um grande sorriso no rosto.<br />

Regressamos a casa com as emoções à for da pele e orgulhosos<br />

de todos sermos um pouco de Mariza, a voz<br />

e pessoa que nos dá auto-estima pelo trato ao Fado.<br />

“Há Palavras Que Nos Beijam” foi um dos muitos fados<br />

interpretados por Mariza. Muitos beijos, para ti Mariza,<br />

ou melhor muitos abraços, porque todos sabemos que<br />

não és fã de beijos.<br />

Obrigada Zurich por acolher de forma majestosa a<br />

nossa artista.


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

9<br />

Integração é uma obrigação, ou um direito?<br />

Para o trabalhador emigrante se estabelecer aqui na Suíça, “come o pão que o diabo amaçou”.<br />

Por sua vez, dois pilares importantes da sociedade (autoridades governamentais, sociais e patronato)<br />

promovem e assistem á obrigatoriedade de integração aos trabalhadores emigrantes<br />

sendo o único caminho a língua local.<br />

Os sindicatos são os que assistem. Tendo eles a obrigação, o melhor meio, que são os contratos<br />

colectivos para regulamentar a integração do trabalhador emigrante.<br />

Domingos Pereira<br />

Nos últimos meses o<br />

tema integração tem vindo<br />

a ter um destaque privilegiado<br />

nas conversas<br />

diárias e nos meios de comunicação.<br />

Nos dois sistemas<br />

de comunicação,<br />

algumas comunidades<br />

(principalmente a nossa)<br />

são repetidamente motivo<br />

de chacota.<br />

Fala-se muito sem conhecimento<br />

de causa,… é<br />

esta a verdade. Porque ao<br />

analisarmos o “ranking da<br />

integração”, no topo existem<br />

comunidades que entraram<br />

na Suíça com um<br />

estatuto que não sendo<br />

o de trabalhador (emigrante)<br />

recebem hoje os<br />

elogios das autoridades<br />

locais. A emigração, que<br />

foi, e é recrutada como<br />

mão-de-obra (necessária)<br />

é ultrajada por constarem<br />

no fundo da tabela.<br />

Talvez os números revelados<br />

correspondam à<br />

seriedade da matemática,<br />

mas a razão, a realidade<br />

de quem tem olhos para<br />

ver, analisa desta forma:<br />

A força de mão-de-obra<br />

(o trabalhador emigrante)<br />

para se estabelecer<br />

aqui na Suíça, “come o<br />

pão que o diabo amaçou”.<br />

Pelos próprios meios tem<br />

de encontrar emprego,<br />

habitação, aprender, hábitos,<br />

regras e deveres<br />

de cidadão. Da sociedade<br />

(autoridades e patronato)<br />

“recebem” a obrigação de<br />

se integrar, a constante<br />

difamação de “bichos-de-<br />

-buraco que não falam<br />

a língua local”. Quer isto<br />

dizer, que para estes dois<br />

pilares importantes da<br />

sociedade (autoridades,<br />

patronato) os emigrantes<br />

trabalhadores têm a obrigatoriedade<br />

de integração<br />

sendo o único caminho<br />

a língua local.<br />

Por sua vez, os estrangeiros<br />

que vêm de outras<br />

proveniências (e outros<br />

motivos) a situação se<br />

inverte, para estes, existe<br />

o direito á habitação,<br />

saúde, aprendizagem da<br />

língua, gratuita e remuneração<br />

diária para os vícios<br />

e outras necessidades.<br />

Para estes a integração na<br />

sociedade é um direito!<br />

Fica claro que aqui existe<br />

“dois pesos duas medidas”.<br />

E usam umas comunidades<br />

como bodes<br />

expiatórios para justificarem<br />

serviços e arranjinhos.<br />

Repartição estatal<br />

local<br />

O departamento para a<br />

integração da cidade de<br />

Zurique faz muitas coisas,<br />

financia muitas outras,<br />

desde que sejam direccionados<br />

para o voluntariado<br />

(de emigrantes)<br />

e de preferência em esquema<br />

de pirâmide. Os<br />

cursos de língua alemã é<br />

um bom exemplo. Tudo e<br />

todos optem um financiamento,<br />

sendo igual, onde<br />

e como, as aulas podem<br />

ser realizadas, no meio de<br />

um centro comercial, num<br />

restaurante self-service<br />

e em horário de grande<br />

movimento como no caso<br />

actual (Cetro comercial Letzipark<br />

e no restaurante Migros<br />

Limmatplatz).<br />

Os trabalhadores emigrantes<br />

beneficiam imensamente<br />

com este trabalho<br />

sério, desta repartição<br />

estatal local?!<br />

Sindicatos<br />

A integração no mundo<br />

profissional é necessariamente<br />

obrigatória, mas<br />

não reconhecida pelas<br />

autoridades estatais. Os<br />

sindicatos reconhecem-<br />

-na, mas por conveniência<br />

e não por contribuição<br />

directa. Estes, têm feito<br />

muito na defesa dos direitos<br />

dos trabalhadores,<br />

mas esquecem-se dos<br />

seus deveres de reivindicação<br />

pelos direitos dos<br />

trabalhadores emigrantes<br />

na integração nesta sociedade.<br />

Os sindicatos têm o dever<br />

de lutar pela estabilidade<br />

social do trabalhador<br />

local e estrangeiro, criar<br />

meios (paralelos) diferentes<br />

na formação, na<br />

aprendizagem, na defesa<br />

dos seus direitos laborais,<br />

sociais e de cidadania no<br />

país de acolhimento.<br />

Estes têm a obrigação, o<br />

melhor meio para regulamentar<br />

da integração do<br />

trabalhador emigrante,<br />

mas nada tem sido feito.<br />

Os contratos colectivos<br />

profissionais existentes<br />

(às dezenas) são a melhor<br />

forma para que os três intervenientes<br />

(trabalhador,<br />

patronato e autoridades<br />

governamentais) possam<br />

regulamentar e por em<br />

prática, métodos sérios,<br />

meios financeiros, horários<br />

compatíveis para que<br />

o trabalhador tenha uma<br />

vida social estável, digna<br />

á qual tem direito.<br />

Porque os cidadãos estrangeiros<br />

(emigrantes)<br />

não têm só obrigações<br />

mas também direitos!


10 Lusitano de Zurique Actualidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

XXI Governo Constitucional de Portugal<br />

O XXI Governo Constitucional tomou posse a 26 de Novembro, liderado por António Costa, será composto por<br />

mais 17 Ministros (4 mulheres, 13 homens), 41 Secretários de Estado (16 mulheres, 39 homens).<br />

A nova composição do Governo, divulgada<br />

no site da Presidência:<br />

Primeiro-ministro – António Costa<br />

Ministro dos Negócios Estrangeiros –<br />

Augusto Santos Silva<br />

Ministra da Presidência e da Modernização<br />

Administrativa – Maria Manuel<br />

Leitão Marques<br />

Ministro das Finanças – Mário Centeno<br />

Ministro da Defesa Nacional – José Alberto<br />

Azeredo Lopes<br />

Ministra da Administração Interna –<br />

Constança Urbano de Sousa<br />

Ministra da Justiça – Francisca Van Dunem<br />

Ministro-Adjunto – Eduardo Cabrita<br />

Ministro da Cultura – João Soares<br />

Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino<br />

Superior – Manuel Heitor<br />

Ministro da Educação – Tiago Brandão<br />

Rodrigues<br />

Ministro do Trabalho, Solidariedade e<br />

Segurança Social – José António Vieira<br />

da Silva<br />

Ministro da Saúde – Adalberto Campos<br />

Fernandes<br />

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas<br />

– Pedro Marques<br />

Ministro da Economia – Manuel Caldeira<br />

Cabral<br />

Ministro do Ambiente – João Pedro Matos<br />

Fernandes<br />

Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento<br />

Rural – Luís Capoulas<br />

Santos<br />

Ministra do Mar – Ana Paula Vitorino<br />

Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares<br />

– Pedro Nuno Santos<br />

Secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro<br />

– Mariana Vieira da Silva<br />

Secretário de Estado da Presidência do<br />

Conselho de Ministros – Miguel Prata<br />

Roque<br />

Secretária de Estado dos Assuntos Europeus<br />

– Margarida Marques<br />

Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros<br />

e da Cooperação – Teresa<br />

Ribeiro<br />

Secretário de Estado das Comunidades<br />

– José Luís Carneiro<br />

Secretário de Estado da Internacionalização<br />

– Jorge Oliveira<br />

Secretária de Estado da Modernização<br />

Administrativa – Graça Fonseca<br />

Secretário de Estado Adjunto, do Tesouro<br />

e das Finanças – Ricardo Mourinho<br />

Félix<br />

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais<br />

– Fernando Rocha Andrade<br />

Secretário de Estado do Orçamento –<br />

João Leão<br />

Secretária de Estado da Administração<br />

e do Emprego Público – Carolina Ferra<br />

Secretário de Estado da Defesa – Marcos<br />

Perestrello<br />

Secretária de Estado Adjunta e da Administração<br />

Interna – Isabel Oneto<br />

Secretário de Estado da Administração<br />

Interna – Jorge Gomes<br />

Secretária de Estado Adjunta e da Justiça<br />

– Helena Mesquita Ribeiro<br />

Secretária de Estado da Justiça – Anabela<br />

Pedroso<br />

Secretário de Estado das Autarquias Locais<br />

– Carlos Miguel<br />

Secretária de Estado para a Cidadania e<br />

a Igualdade – Catarina Marcelino<br />

Secretária de Estado da Cultura – Isabel<br />

Botelho Leal<br />

Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia<br />

e Ensino Superior – Maria Fernanda<br />

Rollo<br />

Secretária de Estado Adjunta e da Educação<br />

– Alexandra Leitão<br />

Secretário de Estado da Educação –<br />

João Costa<br />

Secretário de Estado da Juventude e do<br />

Desporto – João Wengorovius Meneses<br />

Secretário de Estado do Emprego – Miguel<br />

Cabrita<br />

Secretária de Estado da Segurança Social<br />

– Cláudia Joaquim<br />

Secretária de Estado da Inclusão das<br />

Pessoas com Deficiência – Ana Sofia Antunes<br />

Secretário de Estado Adjunto da Saúde<br />

– Fernando Araújo<br />

Secretário de Estado da Saúde – Manuel<br />

Delgado<br />

Secretário de Estado do Desenvolvimento<br />

e Coesão – Nelson de Souza<br />

Secretário de Estado das Infraestruturas<br />

– Guilherme W. d’Oliveira Martins<br />

Secretário de Estado Adjunto e do Comércio<br />

– Paulo Ferreira<br />

Secretário de Estado da Indústria – João<br />

Vasconcelos<br />

Secretária de Estado do Turismo – Ana<br />

Mendes Godinho<br />

Secretário de Estado da Energia – Jorge<br />

Seguro<br />

Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente<br />

– José Mendes<br />

Secretário de Estado do Ambiente –<br />

Carlos Martins<br />

Secretária de Estado do Ordenamento<br />

do Território e da Conservação da Natureza<br />

– Célia Ramos<br />

Secretário de Estado da Agricultura e<br />

Alimentação – Luís Medeiros Vieira<br />

Secretário de Estado das Florestas e do<br />

Desenvolvimento Rural – Amândio Torres<br />

Secretário de Estado das Pescas – José<br />

Apolinário<br />

O novo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas<br />

José Luís Pereira Carneiro, vice-presidente do grupo parlamentar<br />

do PS e líder da distrital do Porto, é o novo secretário<br />

de Estado das Comunidades Portuguesas. Mesmo que nunca<br />

tenha estado ligado a nada relacionado com as comunidades<br />

portuguesas.<br />

Natural de Campelo, José Luís Carneiro presidiu durante dez anos à<br />

Câmara Municipal de Baião, no Porto. Tem 44 anos (4 de Outubro),<br />

Desde 2002 que é professor do Instituto Superior de Ciências da Informação<br />

e da Administração (ISCIA), em Aveiro, onde coordena o<br />

curso de “Comércio Internacional”. É licenciado em Relações Internacionais,<br />

pela Universidade Lusíada, onde também é professor.<br />

Fonte: Assembleia Republica


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Desporto<br />

Lusitano de Zurique<br />

11<br />

Orgulho C L Z<br />

Maria José Silva<br />

Os nossos juniores sentem<br />

o orgulho de vestirem<br />

a camisola do C L Z,<br />

eles têm provado isso ao<br />

longo das épocas desportivas.<br />

Mas a mais recente demonstração<br />

desse orgulho<br />

foi dada pela equipa<br />

de Juniores E, comandados<br />

pelo Luís que ao conquistar<br />

o 2º lugar do torneio<br />

que disputaram. Eles<br />

não foram para casa descansar<br />

mas sim entregar<br />

a respectiva taça à sede<br />

da colectividade. À chegada<br />

dos atletas foi-lhes<br />

servido um merecido lanche,<br />

mas o ponto alto em<br />

que os olhos destes atletas<br />

brilhavam de alegria<br />

foi durante a colocação<br />

do referido troféu na vitrina<br />

da colectividade que<br />

se encontra repleta de<br />

troféus conquistados ao<br />

longo destes anos.<br />

Parabéns rapazes continuem<br />

assim.


12 Lusitano de Zurique Saúde<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Transplante de Medula Óssea<br />

Zuila Messmer (*)<br />

Medula óssea é um tecido<br />

líquido-gelatinoso que ocupa<br />

o interior dos ossos. A<br />

partir dessa substância é<br />

que são produzidos os componentes<br />

do sangue - as<br />

hemácias (glóbulos vermelhos),<br />

os leucócitos (glóbulos<br />

brancos) e as plaquetas. As<br />

hemácias são responsáveis<br />

pela transferência do oxigênio<br />

e gás carbonico entre<br />

os pulmões e as células do<br />

organismo. Os leucócitos<br />

se encarregam da defesa<br />

do organismo, evitando infecções,<br />

e as plaquetas pelo<br />

sistema de coagulação sanguíneo.<br />

O transplante de medula óssea,<br />

é um tipo de tratamento<br />

para algumas doenças<br />

que afetam o sangue, como<br />

a leucemia, linfomas, anemias<br />

aplástica e congênitas<br />

e outras doenças.<br />

Anemia aplástica: É uma<br />

doença que caracteriza-se<br />

pela falta de produção de<br />

células do sangue na medula<br />

óssea. Não é uma doença<br />

maligna, mas o transplante<br />

surge como uma saída para<br />

substituir a medula improdutiva<br />

por uma sadia.<br />

Leucemia: É um tipo de<br />

câncer que compromete os<br />

glóbulos brancos (leucócitos),<br />

afetando sua função e<br />

crescimento. Nesses casos,<br />

o transplante complementa<br />

os tratamentos convencionais.<br />

O transplante consiste em<br />

substituir a medula óssea<br />

doente ou deficitária por células<br />

de uma medula óssea<br />

normal, formando uma medula<br />

saudável.<br />

O Doador e os riscos<br />

Antes da doação, o doador<br />

faz exames clínicos para<br />

confirmar o seu bom estado<br />

de saúde. Não há exigências<br />

para que essa pessoa faça<br />

mudanças de hábitos de<br />

vida, trabalho ou alimentação.<br />

A doação é feita em centro<br />

cirúrgico, sob anestesia e<br />

dura cerca de duas horas.<br />

O procedimento consiste na<br />

realização de punções com<br />

agulhas, nos ossos posteriores<br />

da bacia, de onde é<br />

aspirado no máximo 15% de<br />

volume de medula óssea do<br />

doador.<br />

Vale salientar que, esta retirada<br />

de volume da medula,<br />

não causa qualquer comprometimento<br />

à saúde do<br />

doador. Dentro de poucas<br />

semanas, a medula do doador<br />

estará inteiramente recuperada.<br />

O transplante de medula<br />

óssea é um procedimento<br />

seguro. Os riscos são relacionados<br />

à anestesia, como<br />

em qualquer tratamento<br />

que exige essa terapia, e<br />

não pela doação em si.<br />

Os sintomas que podem<br />

ocorrer após a doação são:<br />

dor local, astenia (fraqueza<br />

temporária) e dor de cabeça,<br />

mas são passageiros e<br />

controlados com medicamentos<br />

simples, como analgésicos.<br />

O Receptor e os riscos<br />

Depois de se submeter a<br />

um tratamento que ataca as<br />

células doentes e destrói a<br />

própria medula, o paciente<br />

recebe a medula sadia como<br />

se fosse uma transfusão de<br />

sangue. Essa nova medula<br />

é rica em células chamadas<br />

progenitoras, que, uma<br />

vez na corrente sangüínea,<br />

circulam e vão se alojar na<br />

medula óssea, onde se desenvolvem.<br />

Durante o período em que<br />

estas células ainda não são<br />

capazes de produzir glóbulos<br />

brancos, vermelhos e<br />

plaquetas em quantidade<br />

suficiente para manter as taxas<br />

dentro da normalidade,<br />

o paciente fica mais exposto<br />

à infecções e hemorrágias,<br />

por isso, deve ser mantido<br />

internado no hospital, em<br />

regime de isolamento por<br />

um periodo de duas ou três<br />

semanas.<br />

Cuidados com a dieta, limpeza<br />

e esforços físicos são<br />

necessários., Apesar de todos<br />

os cuidados, os episódios<br />

de febre são comuns.<br />

Após a recuperação da medula,<br />

o paciente continua a<br />

receber tratamento, sendo<br />

necessário em alguns casos<br />

o comparecimento ao Hospital.<br />

A boa evolução do transplantado<br />

depende do estágio<br />

da doença (diagnóstico<br />

precoce), do estado geral do<br />

paciente (nutricionais e clínicas)<br />

e do doador ideal. Os<br />

principais riscos se relacionam<br />

às infecções e às drogas<br />

quimioterápicas utilizadas<br />

durante o tratamento.<br />

Com a recuperação da medula,<br />

as novas células crescem<br />

com uma nova ‘memória’<br />

e, por serem células da<br />

defesa do organismo, podem<br />

reconhecer alguns órgãos<br />

do indivíduo como estranhos.<br />

Esta complicação é<br />

relativamente comum, porém<br />

é controlada com medicamentos<br />

adequados. No<br />

transplante de medula, a rejeição<br />

é relativamente rara,<br />

mas pode acorrer. Por essa<br />

razão existe a preocupação<br />

com a seleção do doador<br />

adequado e o preparo do<br />

paciente.<br />

Compatibilidade, o<br />

que é isso<br />

Para se realizar um transplante<br />

de medula é necessário<br />

que haja uma total<br />

compatibilidade entre doador<br />

e receptor, caso contrário,<br />

a medula será rejeitada.<br />

Esta compatibilidade é<br />

determinada pelos genes<br />

que devem ser iguais entre<br />

doador e receptor. A análise<br />

de compatibilidade é feita<br />

através de testes laboratoriais,<br />

à partir de amostras<br />

de sangue do doador e receptor.<br />

Com base nas léis<br />

da genética, as chances de<br />

um indivíduo encontrar um<br />

doador ideal entre irmãos<br />

(mesmo pai e mesma mãe)<br />

é de 25%.<br />

Quando não há familiares<br />

como doadores, à solução<br />

para o transplante de medula<br />

é fazer uma busca nos<br />

registros de doadores voluntários.<br />

Hoje já existem mais de 21<br />

milhões de doadores em<br />

todo o mundo.<br />

Seja um doador também e<br />

salve uma vida !


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

13<br />

O sucesso começa em pequenas coisas ...<br />

Mendes Serafim<br />

Como desde de sempre<br />

aconselhar, informar é o<br />

melhor caminho para os<br />

outros conseguir os mesmos<br />

resultados. É isso o<br />

que eu vou fazer aqui!<br />

Hoje mais de que nunca<br />

os filhos aprenderem<br />

uma profissão (estudar)<br />

é muito importante. Um<br />

jovem sem profissão, não<br />

tem hipótese de arranjar<br />

um trabalho digno, sem<br />

exploração, bem pago. É<br />

marcado nesta moderna<br />

sociedade. Infelizmente,<br />

nós como pais devemos<br />

desde de muito cedo informar<br />

os nossos filhos<br />

desta realidade. Por que<br />

na verdade sentir um jovem<br />

que após ter feito a<br />

sua escola obrigatória,<br />

que não sabe o que deve<br />

aprender, não saber o<br />

que quer ser, custa ouvir,<br />

é mau para ele próprio e<br />

preocupações para nós.<br />

Tal e qual como eu, serão<br />

muitos os pais que desejam<br />

apenas uma profissão<br />

para os seus filhos...<br />

De forma que trabalhem,<br />

ganhem para as suas<br />

despesas. Não estejam<br />

sempre a contar connosco.<br />

Muito bem: foi assim que<br />

eu desejei para as minhas<br />

filhas.<br />

Nunca sonhei com grandes<br />

profissões para elas,<br />

desejei que elas aprendessem<br />

a ler e a escrever<br />

e a tirar uma aprendizagem<br />

(Qual quer que fosse),<br />

Isso sim! Aliás nunca<br />

fiz stresse com elas a<br />

respeito da Escola. Agora<br />

com regras, atitudes e<br />

princípios desde de sempre<br />

foi lema aqui em casa<br />

e continua a ser.<br />

Mas graças a Deus e a<br />

elas próprias a nível de<br />

escola fizeram para além<br />

daquilo que eu desejava.<br />

É o caso da minha segunda<br />

filha (Ruth) após<br />

ter aprendido Técnica<br />

de Vendas numa perfumaria,<br />

consegue através<br />

da sua vontade de ir em<br />

frente (estudando e trabalhando),<br />

ir agora para<br />

um Banco trabalhar (Crédito<br />

Suisse ) . Conseguiu<br />

entrar para o banco... Ser<br />

Bancária.<br />

Com isto quero alertar a<br />

todos os pais, para que<br />

não queiram logo de início<br />

o cimo da montanha<br />

para os seus filhos; deixem<br />

que eles comecem<br />

a escalá-la aos poucos.<br />

Com isso eles ficam mais<br />

maduros e conhecedores<br />

da realidade desta vida.<br />

Ou seja: dão mais valor à<br />

simplicidade das coisas,<br />

ficam mais seguros de si<br />

próprios. Logo aí estão<br />

eles bem e nós.<br />

Até que mérito fica mais<br />

gostoso, quando é alcançado<br />

com esforço pessoal<br />

e não por tantas vezes<br />

pelos outros.<br />

Em resumo:<br />

“”A grande parte dos filhos<br />

que fracassaram<br />

teriam tido sucesso em<br />

pequenas coisas (profissões),<br />

se os seus pais não<br />

estivessem preocupados<br />

em grandes ambições<br />

para eles.””<br />

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14 Lusitano de Zurique Comunidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Escuteiros-Agrupamento 1386 de Zurique<br />

Maria José Silva<br />

Lusitano de Zurique<br />

— Como surgiu a ideia<br />

de formar este agrupamento<br />

de Escuteiros em<br />

Zurique?<br />

Chefe Rui-A ideia surgiu<br />

de uma brincadeira no<br />

facebook uma guia que<br />

hoje e chefe propôs esse<br />

desafio ao qual eu disse<br />

que sim a ideia ganhou<br />

forma e passados 15 dias<br />

estávamos a ter a primeira<br />

reunião ainda com a<br />

presença do antigo Padre<br />

Jose Carlos .Levou três<br />

anos e meio mas o resultado<br />

aqui esta.<br />

LZ- Chefe Rui já tinha<br />

formação nesta área?<br />

CR-Sou de Guimarães e<br />

estive nos Escuteiros 36<br />

anos entrei com 5 anos<br />

e sai para vir para ca tive<br />

que deixar o meu Agrupamento<br />

com muita pena<br />

minha.<br />

LZ- Qual a adesão dos<br />

portugueses aos Escuteiros?<br />

CR-Demos a conhecer o<br />

projecto nas varias Missas<br />

Católicas em português<br />

havia muita gente<br />

que não acreditava neste<br />

projecto levou mais tempo<br />

pois tivemos de fazer<br />

um protocolo com os Suíços<br />

.Mas depois de muita<br />

luta la conseguimos e tivemos<br />

a nossa inauguração<br />

no dia 27 de Setembro na<br />

Igreja S. Felix & Regula no<br />

fim da Eucaristia tivemos<br />

mais inscrições do que os<br />

elementos que já tínhamos<br />

.Neste momento as<br />

inscrições estão fechadas<br />

pois não temos capacidade<br />

para aceitar mais.<br />

LZ- Com que idade se<br />

pode entrar nos Escuteiros<br />

?<br />

CR-Vai dos 6 anos aos<br />

16 anos gostaríamos de<br />

ter mais os mais velhos a<br />

partir dos 18 anos aos 22<br />

mas e muito complicado<br />

vamos devagar e depois<br />

se vera pode ser que apareça<br />

alguém .<br />

LZ- Tem algum apoio ou<br />

intercâmbio com algum<br />

agrupamento Suíço?<br />

CR-Não temos nenhum<br />

apoio as normas CNE e<br />

igual para todo o mundo<br />

aqui na Suíça a única<br />

coisa que e diferente que<br />

eles não tem só Católicos<br />

nos agrupamentos entra<br />

quem quer .E foi essa a<br />

condição que nos impuseram<br />

para pudermos abrir<br />

aqui na Suíça se houver<br />

uma criança que não seja<br />

Católica e queira entrar<br />

temos que aceita-la.<br />

LZ- Onde é a vossa sede?<br />

CR-A nossa sede fica nas<br />

instalações da Missão<br />

Católica de Língua Portuguesa<br />

em Zurique. Temos<br />

um escritório e uma<br />

sala para as crianças mas<br />

temos um problema as<br />

crianças vem muitas delas<br />

de Winterthur e Uster<br />

isto exige uma grande<br />

logística temos que fazer<br />

reuniões nestas três localidades<br />

.E duas vezes por<br />

mês fazemos todos juntos<br />

aqui em Zurique para as<br />

crianças se conhecerem e<br />

conviverem umas com as<br />

outras .


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Comunidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

15<br />

LZ- A apoio para o vosso material<br />

e roupas?<br />

CR-O nosso material vem todo de<br />

Guimarães so em fardamento foram<br />

quase 12 mil francos as roupas para<br />

as crianças foram pagas pelos pais<br />

e as nossas adultos cada um pagou<br />

a sua. Agora falta verba para o material<br />

de acampamento não temos<br />

nada nem tendas nem outro material<br />

que sem ele nos e impossível<br />

fazer essas actividades .Temos pensado<br />

fazer sócios para nos ajudar a<br />

conseguir os nossos objectivos.<br />

LZ- Actividades previstas e fácil<br />

concretiza -las?<br />

CR-Temos para o ano dia 1 a 7 de<br />

Agosto no acampamento Regional<br />

de Escuteiros em Portugal vamos<br />

aproveitar serem as ferias aqui e<br />

muitos deles estarem la e vai ser<br />

mais fácil. As que são aqui e complicado<br />

pois temos que nos tornar sócios<br />

para podermos aceder a estes<br />

espaços aqui não da para fazer muito<br />

, temos um acampamento dia 27<br />

e 28 em Wetzikon e já outros agendados<br />

.Vamos também sempre que<br />

nos contactem a varias saídas como<br />

Einsideln e um marco da comunidade<br />

portuguesa.<br />

Bolo oferecido e confecionado por um elemento dos Escuteiros, Joao Pedro Rodrigues<br />

LZ- Este Agrupamento foi um sonho<br />

realizado?<br />

CR- Quando vim pensava muito no<br />

meu agrupamento , fazia-me falta<br />

aqueles momentos que passava<br />

com eles .Depois quando apareceu<br />

aquele desafio no Facebook pensei<br />

esta aqui a solução e foi mãos<br />

a obra. Fomos cerca de 10 pessoas<br />

que começamos neste momento<br />

estamos 4 das que iniciamos pois<br />

isto não e so vestir a farda e já esta<br />

da muito trabalho e esforço e ate<br />

alguma despesa somos nos que<br />

suportamos .Isto e um sonho nosso<br />

mas e para as crianças .Se alguém<br />

nos quiserem ajudar e sempre bem<br />

vinda qualquer ajuda.<br />

LZ- Felicidades para o vosso agrupamento


16 Lusitano de Zurique Publicidade<br />

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Dezembro <strong>2015</strong><br />

Comunidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

17<br />

FESTA SOLIDÁRIA<br />

As Caminheiras de Maria existem e levaram a cabo<br />

mais uma Festa Solidária para ajudar o David. O<br />

evento foi realizado com sucesso.<br />

O nosso objectivo de ajudar ao próximo foi concretizado<br />

graças ao bom coração da nossa comunidade.<br />

Um muito obrigado a todos os estabelecimentos que<br />

se disponibilizaram para pôr a caixinha de recolha de<br />

donativos para o David e que também aos que nos<br />

compraram as rifas.<br />

Agradecemos ao Padre Aloísio por ter alterado a sua<br />

agenda para poder estar connosco na celebração<br />

da eucaristia e ao Coro de Drei Konig que entoou os<br />

cânticos.<br />

Também o obrigado aos artistas que alegraram a<br />

nossa festa Bruno &Marco Karaoke, Rancho do Centro<br />

Lusitano de Zurich, Vozes do Alentejo de Zurich e<br />

também ao cantor Jorge Amado que veio de Portugal<br />

para participar neste evento todos eles gratuitamente.<br />

Um muito obrigado a todos que trabalharam<br />

arduamente e deram o seu melhor e também às<br />

pessoas que nos ofereceram as sobremesas. Um<br />

obrigado aos patrocinadores Sr. Sousa Lafões, Rafael<br />

Rebelo e Sr. António Machado LSM de Nebikon que<br />

ofereceu as rifas. Também ao anónimo que ofereceu<br />

1000 Fr.. Aos Escuteiros de Zurich ao fotografo Sérgio<br />

de Luzern pelos cartazes e aos Jornais que estiveram<br />

sempre connosco fazendo publicidade gratuita. O<br />

próximo evento será em Maio e queremos poder<br />

continuar a ter a vossa colaboração. Em nome do David<br />

um bem-haja a todos ele em breve terá a sua cadeira.<br />

PS: foi realizado a 24 de Outubro um jantar anual dos<br />

Amigos Lusitanos onde graças a ideia do Carlos Ribeiro<br />

angariamos 3100 Fr. a favor do David a todos os que<br />

colaboraram o nosso Obrigada


18 Lusitano de Zurique Actualidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Quase 70% dos graduados que emigraram<br />

não vai regressar<br />

Ana Grácio Pinto (*)<br />

ana.pinto@mundoportugues.pt<br />

Afonso Marques é licenciado<br />

em Engenharia Eletrónica<br />

e Telecomunicações,<br />

tem um MBA e emigrou<br />

para o Reino Unido há<br />

dois anos. “Fui obrigado”,<br />

afirmou no questionário<br />

enviado aos investigadores<br />

que realizaram um<br />

estudo sobre o êxodo de<br />

portugueses altamente<br />

qualificados. «Brain Drain<br />

and Academic Mobility<br />

from Portugal to Europe”<br />

(Êxodo de Competência e<br />

a Mobilidade Académica<br />

de Portugal para a Europa)<br />

foi idealizado e coordenado<br />

por Rui Gomes e reuniu<br />

uma equipa de cientistas<br />

de universidades de Coimbra,<br />

Porto e Lisboa. E pode<br />

dizer-se que as conclusões<br />

são dramáticas. Até 2014,<br />

o país perdeu 185.853 cidadãos<br />

com licenciaturas,<br />

mestrados, doutoramentos,<br />

pós-graduações. Na<br />

maior parte dos casos não<br />

saíram por vontade própria,<br />

mas ‘empurrados’<br />

por vários fatores, principalmente<br />

económicos,<br />

que geraram esta ‘fuga de<br />

cérebros’. E a maioria, não<br />

vai voltar a Portugal...<br />

A maior parte dos emigrantes<br />

portugueses altamente<br />

qualificados (licenciados,<br />

mestrados, doutorados<br />

e pós-graduados)<br />

projeta-se numa emigração<br />

para toda a vida, seja<br />

no país onde atualmente<br />

reside (61,7%) ou noutros<br />

países europeus (68,9%).<br />

Esta é uma das principais<br />

conclusões do estudo<br />

BRADRAMO - Brain Drain<br />

and Academic Mobility<br />

from Portugal to Europe”<br />

(Êxodo de Competência e<br />

a Mobilidade Académica<br />

de Portugal para a Europa),<br />

idealizado e coordenado<br />

por Rui Gomes, investigador<br />

do Centro de<br />

Estudos Sociais (CES) da<br />

Universidade de Coimbra.<br />

Apoiado pela Fundação<br />

para a Ciência e a Tecnologia,<br />

o projeto envolveu um<br />

grupo de investigadores<br />

do Instituto de Sociologia,<br />

Centro de Investigação e<br />

Intervenção Educativas,<br />

Centro de Investigação<br />

do Desporto e da Atividade<br />

Física e da Unidade de<br />

Investigação e Desenvolvimento<br />

em Educação e<br />

Formação.<br />

Os investigadores quiseram<br />

perceber e analisar a<br />

emigração qualificada de<br />

Portugal, a chamada ‘fuga<br />

de cérebros’, que tem aumentado<br />

significativamente<br />

nos últimos anos. “Em<br />

2011, para cada 100 emigrantes,<br />

11 eram qualificados,<br />

o que significa 11%.<br />

Mas se olharmos apenas<br />

para os dois mais importantes<br />

países receptores<br />

da emigração qualificada<br />

portuguesa - Reino Unido<br />

e Alemanha - essa percentagem<br />

sobe para 21% da<br />

totalidade da emigração.<br />

Quando houver o Censo<br />

de 2021, a minha expectativa<br />

é que haja uma enorme<br />

surpresa e que verifiquemos<br />

que, da totalidade<br />

da emigração, estaremos<br />

na faixa dos 20% de emigração<br />

qualificada. É uma<br />

percentagem assustadora<br />

e brutal”, revela Rui Gomes,<br />

numa entrevista ao<br />

Mundo Português.<br />

Para além de uma análise<br />

profunda e de uma investigação<br />

extensa para perceberem<br />

os factores que<br />

levaram à emigração de<br />

‘cérebros’ nacionais, o estudo<br />

baseou-se também<br />

num questionário enviado<br />

entre maio e outubro de<br />

2014, a cerca de 1700 destes<br />

emigrantes, tendo sido<br />

validados 1.011 questionários.<br />

Foram as respostas<br />

recebidas que permitiram<br />

perceber as suas motivações,<br />

o tempo que pretendem<br />

ficar fora, o que os<br />

levou a deixar o país. Uma<br />

decisão que para a grande


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Actualidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

19<br />

maioria, teve uma profunda<br />

carga dramática e emocional.<br />

Afonso Marques foi um<br />

dos entrevistados. É licenciado<br />

em Engenharia<br />

Eletrónica e Telecomunicações,<br />

tem um MBA em<br />

Marketing e Direção Comercial<br />

e emigrou para o<br />

Reino Unido há dois anos.<br />

“Fui obrigado”, afirmou<br />

no questionário. “Adoro o<br />

meu país. Para trás ficaram<br />

a minha filha, a minha<br />

mulher, os meus pais,<br />

a minha família, os meus<br />

amigos, a minha rua, os<br />

cheiros, os sabores, a terra,<br />

o tempo, as pessoas”,<br />

lamentou. Afonso Marques<br />

explica que, em Portugal,<br />

ainda tentou dar formação,<br />

mesmo a recibos<br />

verdes, mas com a crise “lá<br />

se foram as formações”.<br />

“Os empregos eram sempre<br />

qualquer coisa não de<br />

eletrónica mas com alguma<br />

coisa de eletricidade,<br />

por isso realização profissional<br />

é coisa que nunca<br />

tive” contou. Restou-lhe<br />

sair do país para conseguir<br />

trabalhar na área para a<br />

qual se formou. “Arranjei<br />

no Reino Unido (RU) a<br />

posição de Responsável<br />

Técnico de uma empresa<br />

de electrónica e a ganhar<br />

o suficiente para pagar as<br />

minhas contas de Portugal,<br />

as minhas contas no<br />

RU, vir a casa quase todos<br />

os fins-de-semana, e já<br />

pude voltar a fazer férias”,<br />

explicou.<br />

Reino Unido é principal<br />

destino<br />

É no Reino Unido que reside<br />

a maior parte dos<br />

‘cérebros’ portugueses<br />

(26,7%), seguido de Alemanha<br />

(9,6%), França (8,9%)<br />

e Bélgica (5,5%), entre outros<br />

países, como revela<br />

o estudo. Curiosamente,<br />

a maioria é do sexo feminino<br />

(54,2%) e, do ponto<br />

de vista etário, percebe-<br />

-se que entre os emigrantes<br />

qualificados predominam<br />

os que têm entre 30<br />

e 39 anos (54%), enquanto<br />

35,6% têm até 29 anos.<br />

Apenas 10,4% tem mais de<br />

39 anos.<br />

Quanto às habilitações,<br />

um grande número tem<br />

um mestrado (43%). Licenciados<br />

são 25,4% dos inquiridos,<br />

enquanto 22,3%<br />

tem um doutoramento e<br />

9,2% concluiu uma pós-<br />

-graduação. Segundo o estudo,<br />

em Portugal 30,6%<br />

dos inquiridos estavam<br />

desempregados e 10,2%<br />

em situação de subemprego<br />

(a receber apenas até<br />

500 euros de salário), enquanto<br />

32,5% recebia um<br />

salário entre 501 e 1000<br />

euros e 15,8% tinha um<br />

vencimento entre 1001 e<br />

1500 euros. Apenas 6,8%<br />

dos inquiridos auferia entre<br />

1501 e 2000 mil euros.<br />

Uma realidade que mudou<br />

exponencialmente nos<br />

países para onde foram<br />

viver e trabalhar: 26,5% recebe<br />

mais de 3000 euros líquidos,<br />

18,9% entre 1501 e<br />

2000 euros, 17,2% tem um<br />

vencimento entre 2001 e<br />

2500 euros, 14,4% recebe<br />

entre 1001 e 1500 euros e<br />

11,1% tem um salário entre<br />

2501 e 3000 euros.<br />

Mas tão importante quanto<br />

o vencimento salarial, é<br />

a satisfação profissional.<br />

Nos países onde residiam<br />

por altura do questionário,<br />

75,1% exercia uma profissão<br />

compatível com a<br />

sua formação e 9,1% tinha<br />

mesmo um trabalho mais<br />

exigente do que a sua formação.<br />

Na sua maioria, os ‘cérebros’<br />

que Portugal perde<br />

estão concentrados nas<br />

áreas de ciências, matemática<br />

e informática<br />

(35,2%), engenharias, indústria<br />

transformadora e<br />

construção (19,4%), ciências<br />

sociais, comércio e<br />

direito (18,5%). Há ainda<br />

profissionais das áreas de<br />

saúde e proteção social<br />

(10,3%) e artes e humanidades<br />

(8,5%).<br />

A necessidade de realização<br />

profissional e progressão<br />

na carreira (95,4%)<br />

e a procura de melhores<br />

salários e o desemprego<br />

(80,6%) foram as razões<br />

mais apontadas pelos inquiridos<br />

para emigrarem,<br />

e mais de metade teve em<br />

conta a estabilidade dos<br />

sistemas de proteção social<br />

nos países de destino<br />

(61%) e a austeridade vivida<br />

em Portugal (58,5%), ao<br />

decidir emigrar.<br />

Quanto perde Portugal?<br />

8,9 mil milhões<br />

O estudo BRADRAMO<br />

quantificou também quanto<br />

perde o país em euros,<br />

com a emigração destes<br />

portugueses altamente<br />

qualificados. Os 68,9%<br />

que afirmaram ter saído<br />

definitivamente ou por um<br />

prazo muito longo (que<br />

pode corresponder ao período<br />

de trabalho até à reforma)<br />

representam uma<br />

perda definitiva de seis mil<br />

milhões de euros. A esta<br />

verba, juntam-se 2,9 mil<br />

milhões que os investigadores<br />

consideraram “perda<br />

parcial” que depende,<br />

entre outros factores, do<br />

número de anos passados<br />

na emigração.<br />

Valores que se referem<br />

não só ao investimento<br />

feito pelo país na educação<br />

superior destes portugueses,<br />

mas ainda os<br />

impostos não cobrados<br />

pelas Finanças e as contribuições<br />

para a Segurança<br />

Social, que não serão feitas<br />

no seu país de origem<br />

ao longo dos anos de trabalho.<br />

Quem lucra, no fim as contas,<br />

são os países que recebem<br />

estes portugueses<br />

qualificados “a custo zero”,<br />

já que não investiram na<br />

sua formação, como sublinha<br />

Rui Gomes.<br />

Isto sem esquecer que as<br />

competências adquiridas<br />

em Portugal, vão ser desenvolvidas<br />

fora. “Se estes<br />

68,9% que dizem que não<br />

voltarão, realmente não<br />

voltarem, são 68,9% dos<br />

emigrantes qualificados<br />

que não trabalharão durante<br />

40 anos para o desenvolvimento<br />

de Portugal”,<br />

alerta Rui Gomes.<br />

O estudo deu ainda origem<br />

ao livro «Fuga de Cérebros<br />

- Retratos da Emigração<br />

Portuguesa Qualificada»,<br />

que reúne percursos de<br />

emigração vividos por 20<br />

dos 1.011 emigrantes qualificados<br />

que participaram<br />

no estudo. Os restantes<br />

retratos sociológicos podem<br />

ser consultados em<br />

www.bradramo.pt<br />

(*) Mundo Português


20 Lusitano de Zurique<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

FC United Zürich juniores vencem jogo decisivo<br />

FC United Zürich juniores vencem jogo decisivo<br />

“Estou numa equipa em evolução e onde me poderei<br />

evoluir muito“<br />

a experiência no futebol<br />

helvético?<br />

CL:A experiência esta a<br />

correu muito bem. Em 2<br />

anos que aqui estou já foi<br />

3 vezes campeão e tenho<br />

evoluído bastante o meu<br />

futebol.<br />

No dia 8 do mês passado decorreu o jogo entre o FC<br />

United Zürich contra o FC Herrliberg em Buchlern(<br />

Zürich) que decidia o campeão da Junioren B Promotion<br />

- Gruppe 1 juntamente a promoção a B- Junioren<br />

Coca Cola League , a principal liga de juniores b do<br />

cantão de Zürich. Um jogo bastante equilibrado no 1º<br />

tempo onde só houve uma hipótese para cada lado,<br />

juntando o pénalti para o United que deu a vantagem<br />

até ao intervalo. Na segunda parte houve um completo<br />

domínio da equipa da casa que resultou em 4 golos<br />

marcados, onde tiveram oportunidades para uns tantos<br />

mais. Sofreram um único golo marcado pelo Herrliberg<br />

em contra-ataque acabando com um resultado<br />

final de 5-1 para o FC United. De realçar que o United<br />

tive 4 jogadores lusos em campo e também é orientada<br />

por um português, Miguel Loureiro, com o qual<br />

tivemos oportunidade de falar. A nossa revista deseja<br />

as maiores felicitações ao FC United e principalmente<br />

aos portugueses campeões.<br />

“Há que lutar para se realizar os sonhos“<br />

LZ: Fala-me da tua carreira<br />

futebolista?<br />

Carlos da Silva(CL): A minha<br />

carreira começou em<br />

Portugal no Guilhofrei depois<br />

mudei-me para a Suíça.<br />

Era para ir para o Benfica<br />

de Zurique, mas acabei<br />

por ir para o FC United e<br />

ainda bem.<br />

LZ: Como te juntastes ao<br />

United?<br />

CL: Foi através do meu primo<br />

que aconselhou-me no<br />

FC United, uma equipa em<br />

crescimento e onde me<br />

poderia evoluir mais.<br />

LZ: Como está a correu<br />

LZ: Qual a diferença entre<br />

o futebol português e<br />

suíço?<br />

CL: O futebol português<br />

é mais duro, não tantas<br />

faltas e joga-se mais fácil<br />

com mais espaços e menos<br />

pressão, aqui na Suíça<br />

o futebol é com mais falta,<br />

com mais pressão e menos<br />

espaços.<br />

LZ: Qual a tua principal<br />

melhor característica<br />

em campo?<br />

CL: As minhas melhores<br />

caraterísticas para mim é<br />

o meu posicionamento em<br />

campo e o meu remate.<br />

LZ: A quem deixas o teu<br />

agradecimento<br />

CL: Deixo o meu agradecimento<br />

ao meu primo por<br />

ter levado para o FC United<br />

e ao meu treinador<br />

pelo trabalho e empenho<br />

que me ajudam a evoluir<br />

Lusitano Zurique (LZ):<br />

Tivestes carreira futebolística<br />

como jogador?<br />

Miguel Loureiro (ML) : A<br />

minha carreira começou<br />

no FC Glattbrugg aos 13<br />

anos, aos 16 jogava na 2º<br />

liga, depois infelizmente<br />

tive lesões nos dois joelhos<br />

e acabei por abandonar<br />

a carreira.<br />

LZ: Fala-nos da tua carreira<br />

como treinador<br />

ML: Foi para o United com<br />

22 anos através do diretor<br />

desportivo que me conhecia<br />

do tempo do Glattbrugg.<br />

LZ:Como descreves esta<br />

época do United Juniores<br />

B?<br />

ML: Não foi uma época<br />

fácil, foi difícil mas prova<br />

que com esforço e grande<br />

empenho se consegue alcançar<br />

tudo.<br />

LZ:Qual a sensação desta<br />

subida de divisão?<br />

ML: Uma sensação excelente<br />

que disse com trabalho<br />

tudo se consegue<br />

LZ: A qual a mensagem<br />

que deixas aos teus jogadores?<br />

ML:A que lutar e trabalhar<br />

para realizar todos os<br />

seus sonhos.


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Desporto<br />

Lusitano de Zurique<br />

21<br />

Juniores D campeões<br />

No mês de Outubro passado no<br />

dia 31 a jogar em casa a equipa de<br />

juniores D/9 ganhou mais um motivo<br />

para festejar, não só por ser<br />

o dia de Halloween, mas sim por<br />

poderem festejar o título de campeões<br />

do grupo 9 do Junioren D/9.<br />

Bastava um empate ao CLZ para<br />

conseguir garantir o título, resultado<br />

que se veio a confirmar. Começando<br />

o jogo com algum nervosíssimo<br />

sofreram um golo a meio da primeira<br />

parte e outro no fim da segunda<br />

parte num 1 tempo com varias oportunidades<br />

para as duas equipas. A<br />

seguir do intervalo tudo mudou,<br />

com várias oportunidades só para o<br />

CLZ, numa 2 parte completamente<br />

dominado pelo Lusitano, com uma<br />

boa resposta e uma boa recuperação<br />

conseguindo um resultado que<br />

resultou na conquista de mais um<br />

título para o Centro.<br />

Desejamos os mais sinceros parabéns<br />

a toda equipa.<br />

Vamos contar uma história<br />

Os pais de crianças dos 2 aos 6 anos estão convidados a<br />

participar no mundo fantástico das histórias infantis.<br />

Juntos vamos divertir-nos muito...<br />

Entrada<br />

livre!<br />

Sábado dia 5.12.<strong>2015</strong><br />

Das 15.30 às 17:30h<br />

Vamos fazer trabalhos manuais<br />

Cantar e brincar...<br />

Animadoras:<br />

Sandra Alves<br />

Ana Matos<br />

Para confirmar a participação<br />

envie um SMS para o número<br />

079 6470146 e indique o nome<br />

e a idade da criança.<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich


22 Lusitano de Zurique Publicidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

https://www.facebook.com/transportes.fernandes<br />

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Dezembro <strong>2015</strong><br />

Sindicalismo<br />

Lusitano de Zurique<br />

23<br />

A luta pela reforma antecipada continua!<br />

No passado mês de Novembro, mais de 10 mil trabalhadores da construção civil fizeram-se ouvir por toda a suíça<br />

por um novo contrato colectivo de trabalho e pela reforma antecipada, que foi colocada novamente em causa<br />

pelo patronato.<br />

Nos passados dias 9, 10 e 11 de<br />

Novembro, os trabalhadores encheram-se<br />

da falta de respostas<br />

por parte dos patronatos e saíram<br />

para a rua em forma de protesto.<br />

Os protestos começaram em Ticino,<br />

seguindo-se em Zurique e suíça<br />

alemã, e por fim terminou em Genebra,<br />

cada uma delas com 3 mil a<br />

4 mil participantes.<br />

Desde o inicio do ano que os sindicatos<br />

suíços, Unia e Sync, tem<br />

alertado para a necessidade de negociações<br />

para o contrato colectivo<br />

de trabalho que termina este ano,<br />

assim como alertado que o financiamento<br />

da reforma antecipada<br />

não esta assegurada sendo que se<br />

tem de definir soluções para que<br />

esta possa continuar a ser uma realidade<br />

na construção civil. E desde<br />

o ano passado que o patronato se<br />

nega a sentar-se a mesa com os sindicatos,<br />

afirmando que não existe<br />

condições para negociações e que<br />

a parceria social está em causa.<br />

Depois dos protestos o patronato<br />

sempre se decidiu a iniciar as negociações,<br />

contudo os sindicatos<br />

dizem que chegar a um acordo não<br />

será tão fácil, e provavelmente os<br />

trabalhadores iniciarão o ano sem<br />

um contrato colectivo de trabalho.


24 Lusitano de Zurique Actualidade<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

III Guerra Mundial<br />

Carlos Ademar<br />

mcademar@gmail.com<br />

Pois é, estamos em<br />

guerra! Lamento, mas<br />

não o admitir é fechar<br />

os olhos à realidade e<br />

essa atitude nunca ajudou<br />

a resolver problemas.<br />

Não é uma guerra<br />

convencional, em que as<br />

tropas de um e do outro<br />

lado se confrontam uma<br />

e outra vez até o assumir<br />

da derrota por uma das<br />

partes. Podemos dizer<br />

que se ajusta mais ao que<br />

se convencionou chamar<br />

guerra de guerrilha, em<br />

que uma das partes, reconhecendo<br />

não ter força<br />

suficiente para se confrontar<br />

directamente em<br />

campo de batalha com o<br />

inimigo, o vai atacando de<br />

surpresa em variadíssimas<br />

frentes. O objectivo é<br />

produzir o maior número<br />

de vítimas possível, sem<br />

que isso implique meios<br />

humanos e materiais de<br />

elevada monta, provocando,<br />

contudo, um desgaste<br />

generalizado nas<br />

sociedades pela instabilidade<br />

que a ameaça constante<br />

gera.<br />

Nesta perspectiva, esta<br />

guerra mundial é muito<br />

diferente das duas que a<br />

antecederam. Nas primeiras,<br />

sabia-se onde estava<br />

o inimigo, sabia-se onde<br />

lhe ir dar luta. Na guerra<br />

que vivemos o inimigo<br />

não tem um poiso; tem<br />

o mundo ou grande parte<br />

dele à sua disposição.<br />

Em qualquer lugar pode<br />

ser gerada uma célula de<br />

pequenas dimensões, 3,<br />

4 ou 5 pessoas, que pode<br />

atuar uma, duas ou mais<br />

vezes em função da luta<br />

que lhe for dada ou não,<br />

por incúria ou incompetência.<br />

Se esta célula for<br />

eliminada, outras nascerão<br />

noutros locais, prontas<br />

a semear o terror na<br />

sua zona de actuação<br />

e, devido aos meios de<br />

comunicação social, em<br />

qualquer lugar do planeta.<br />

Trata-se, por isso, verdadeiramente,<br />

de uma guerra<br />

mundial, não poupemos<br />

nas palavras, porque<br />

a abrangência é global e<br />

o que move quem actua<br />

maleficamente em Paris,<br />

Mali, Madrid, Londres, ou<br />

em Nova Iorque, é o mesmo.<br />

E o mesmo nada tem<br />

que ver com um conflito<br />

civilizacional, como alguns<br />

defendem. A guerra<br />

não é do mundo contra o<br />

islamismo, a guerra é do<br />

mundo contra o extremismo<br />

islâmico. E é preciso<br />

que este aspecto fique<br />

bem claro e que por todos<br />

seja entendido, porque,<br />

analisando rapidamente<br />

o passado recente, verificamos<br />

que o fundamentalismo<br />

islâmico tem<br />

vindo em crescendo nas<br />

últimas dezenas de anos.<br />

Quem, há dez anos, pensaria<br />

ser possível a existência<br />

de um vasto território<br />

dominado pelos<br />

mais extremistas do fundamentalismo<br />

islâmico, o<br />

autoproclamado «Estado<br />

Islâmico», ou mais propriamente<br />

Daesh? Poucos<br />

iriam tão longe e se o<br />

idealizassem, tal não poderia<br />

ser levado muito a<br />

sério, porque os elementos<br />

existentes na altura<br />

não o deixavam antever.<br />

No entanto, ele existe em<br />

território da Síria e do Iraque,<br />

com a Líbia disponível<br />

ali tão perto; vive da<br />

venda do petróleo que ali<br />

se explora e que alguém<br />

compra, e irradia o fervor<br />

radical, os ensinamentos<br />

e os meios para que as<br />

tais células floresçam nas<br />

grandes capitais do mundo<br />

e em muitos países<br />

africanos e asiáticos.<br />

As intervenções militares<br />

no mundo islâmico,<br />

independentemente das<br />

razões, não cuidaram de<br />

vincar devidamente a diferença<br />

entre crentes islâmicos<br />

e terroristas islâmicos<br />

e deviam tê-lo feito.<br />

Era mesmo fundamental<br />

que o fizessem. De facto,<br />

são quase sempre os<br />

interesses económicos,<br />

embora disfarçados com<br />

valores elevados (a defesa<br />

dos direitos humanos<br />

e alegadamente para im-


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Actualidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

25<br />

porem regimes democráticos tipo<br />

ocidental) que as geraram. Mas na<br />

verdade, a generalidade da população<br />

teve dificuldade em as compreender<br />

e reagiu negativamente.<br />

Se algumas elites locais beneficiaram,<br />

porque foram depostos os ditadores<br />

que não lhes davam o espaço<br />

que elas entendiam ter direito<br />

e fizeram agitar algumas bandeiras<br />

por isso, o povo, uma vez mais,<br />

nada beneficiou. No fim, o Ocidente<br />

foi ganhando ali mais inimigos,<br />

porque os radicais souberam aproveitar<br />

este descontentamento para<br />

engrossarem o grupo dos seus incondicionais<br />

seguidores.<br />

Também os ataques que o Daesh<br />

tem levado a cabo no Ocidente,<br />

têm contribuído para que as populações<br />

muçulmanas aí radicadas sejam<br />

olhadas de lado, acabando por<br />

se marginalizar ou serem marginalizadas<br />

pelos vizinhos, por analogia<br />

com os terroristas. Esta marginalização<br />

leva a que se torne mais fácil<br />

por parte dos extremistas a radicalização,<br />

particularmente de jovens<br />

desenquadrados socialmente,<br />

quase sempre com passado criminal<br />

pela prática de crimes comuns.<br />

Também nesta estratégia o Daesh<br />

tem saído vencedor.<br />

Chegados a esta situação, em que<br />

reina o pânico, em que ninguém<br />

pode dizer convictamente que está<br />

livre de ser apanhado no local errado<br />

à hora errada; em que o chamado<br />

«Estado Islâmico» parece<br />

pujante e continua a ser o sol que<br />

ilumina grande parte dos extremistas<br />

islâmicos do mundo, é absolutamente<br />

necessário dar-lhe combate<br />

sério para o eliminar rapidamente.<br />

Mas os actos militares têm de ser<br />

acompanhados por outro tipo de<br />

intervenção que leve a mensagem,<br />

repetida à exaustão, de que a guerra<br />

não é de civilizações, a guerra<br />

é contra os extremistas que já deram<br />

bastas provas de o ser e não<br />

olham a meios para cumprir o seu<br />

desiderato: incutir o terror em todo<br />

o mundo pelos actos bárbaros que<br />

cometem à frente de câmaras de<br />

vídeo para depois os divulgarem<br />

em termos globais. O mundo não<br />

pode ficar refém destes terroristas,<br />

porém a sua destruição não pode<br />

descurar a sensibilização do mundo<br />

islâmico, marcando uma linha<br />

bem visível de separação entre uns<br />

e outros. Caso contrário, daqui a<br />

dez anos a difusão do radicalismo<br />

será ainda maior, assim como o seu<br />

grau de destruição.<br />

O que tem dividido o Ocidente nesta<br />

matéria, a Síria e o seu presidente,<br />

é neste momento um pormenor<br />

face à gravidade que representa a<br />

existência do Daesh. Razão tem Assad<br />

quando afirma que o Ocidente<br />

é o responsável pelo nascimento<br />

do «Estado Islâmico» porque tem<br />

tido o foco no regime sírio, enquanto<br />

o terrorismo foi ganhando força<br />

e espalhando o terror, a destruição<br />

e a morte. As hesitações e divisões<br />

existentes no seio de quem se devia<br />

unir para levar de vencido o terrorismo;<br />

o finge que faz mas não<br />

faz e os jogos de interesses, sempre<br />

se sobrepuseram à questão vital e<br />

urgente: destruir o Daesh. É nossa<br />

convicção que, com as devidas cautelas<br />

para evitar os danos colaterais<br />

(que têm sido aproveitados pelos<br />

radicais para ganharem apoio das<br />

populações) deixando bem claro<br />

que a acção militar não é contra<br />

o Islão, mas contra os terroristas;<br />

pensando atempadamente no dia<br />

seguinte e não deixando aqueles<br />

povos e terras entregues à lei do<br />

mais forte, a destruição do «Estado<br />

Islâmico» contribuirá fortemente<br />

para a solução do problema em termos<br />

globais. Ao faltar-lhes o sol que<br />

os ilumina, os inúmeros núcleos de<br />

extremistas, disseminados pelos<br />

muitos países em vários continentes,<br />

verão o ânimo esbater-se-á naturalmente.<br />

Poderá não dispensar<br />

uma actuação mais musculada das<br />

respectivas autoridades contra os<br />

mais renitentes, podendo isso, no<br />

caso europeu, implicar a suspensão<br />

temporária dos Acordos de<br />

Schengen para inviabilizar a mobilidade,<br />

dada a condição de cidadãos<br />

europeus dos jihadistas. Não nos<br />

parece, contudo, uma tarefa difícil<br />

de conseguir em cada um dos países,<br />

sendo certo que todas as manifestações<br />

de apelo ao radicalismo,<br />

que tem sido levadas a cabo em<br />

algumas mesquitas no continente<br />

europeu, devem ser duramente<br />

punidas, nunca perdendo de vista<br />

a fundamental linha de separação<br />

entre a liberdade religiosa, inquestionável<br />

nas sociedades europeias,<br />

e o extremismo, esse sim, deve ser<br />

combatido sem tréguas, integrando<br />

nesse combate, sempre que possível,<br />

as comunidades muçulmanas.


26 Lusitano de Zurique Opinião<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

A pilinha do menino Tonecas<br />

(Traquinices, diabruras, e burrices)<br />

Era uma vez<br />

um bairro<br />

de Lisboa<br />

onde havia<br />

a brigada do<br />

reumático.<br />

Agora, há a<br />

Carmindo de brigada da<br />

Carvalho taralhoquice.<br />

Onde antes<br />

do acto<br />

eleitoral um disse que não tinha<br />

dúvidas e que já sabia o que ia<br />

fazer, fosse qual fosse o resultado,<br />

porque já tinha todos os cenários<br />

possíveis estudados. E depois<br />

disse que não ia comparecer<br />

na cerimónia do 5 de Outubro,<br />

porque ia estar em reflexão.<br />

Era uma vez um que disse que<br />

o acordo de agora entre PS e os<br />

outros, era uma geringonça. Sendo<br />

assim, a cena do irrevogável que<br />

ele protagonizou foi uma gincana<br />

tresloucada.<br />

Era uma vez um que acusou outro<br />

de ter fome de poder. Ora então<br />

não é o que todos ( ou quase )<br />

querem? Só isso justifica aqueles<br />

velhos jarretas a ocuparem cargos<br />

de relevo e a botarem palavra e<br />

a quererem actuar e interferir<br />

na política.Fome de poder? Nem<br />

todos digo eu porque me lembro<br />

de um que não saiu ao progenitor<br />

que palrava como papagaio, e ele<br />

parece que degenerou e ali está<br />

caladinho que nem rato, somente<br />

a marcar presença como jarra<br />

decorativa para manter o tacho.<br />

Nem todos saem aos seus, nem<br />

todos filhos de peixe sabem nadar...<br />

Era uma vez um que espetou uma<br />

faca nas costas de um de nome<br />

Seguro que afinal mostrou estar<br />

pouco seguro ou assegurado.<br />

E agora tal como faria a pilinha<br />

do menino Tonecas nas suas<br />

traquinices, diabruras, diatribes e<br />

diabrices, lembrou-se de imitar o<br />

que já tinha sido feito por outros<br />

noutros lugares e cozinhou um<br />

grande caldeirada política.<br />

Agora aguentem ou fujam todos.<br />

Fujam os velhinhos para não<br />

serem comidinhos porque lá<br />

vem o papão. Enfiem-se debaixo<br />

dos trapos ou dos cobertores, se<br />

ainda os tiverem.Fiquem nesse<br />

casulo e deixem-se morrer à<br />

fome, à falta de medicação ou ao<br />

frio. Ou então suicidem-se. ( Se<br />

algum dia forem contabilizados<br />

os milhares que morreram nos<br />

últimos anos, pelo que já disse<br />

acima e pela falta de assistência,<br />

em serviços sobrecarregados<br />

devido à poupança crónica, onde<br />

os mandantes pagam misérias<br />

a profissionais licenciados e<br />

doutorados , porque assim dita a<br />

poupança descarada, talvez rolem<br />

cabeças... )<br />

Fujam as criancinhas e que se<br />

escondam debaixo das saias das<br />

mamãs, porque lá vem o lobo mau.<br />

Era uma vez um povo ( ou parte )<br />

que ficou chocado pelo tal acordo<br />

que muitos chamaram de ilegal<br />

porque foi feito pós o acto eleitoral.<br />

E então aquele acordo feito<br />

pelo PSD, e o CDS/ PP pós o acto<br />

eleitoral de 5 de Junho de 2011, e o<br />

acordo foi acordado a 16 de Junho,<br />

é o quê?<br />

Chocados porque não sabiam que<br />

os votos elegem deputados e não<br />

Primeiros - Ministros.<br />

Agora que aconteceu a vassourada<br />

na cambada, deixem-se de fazer<br />

futurologia e aguentem os cavalos<br />

que a procissão ainda vai no<br />

adro, dêem o benefício da dúvida,<br />

esperem para ver onde o homem<br />

vai arranjar os confeitos para<br />

adoçar tanta boca ... Entretanto<br />

entretenham-se a roer uns sapos<br />

vivos. Porque, meus senhores,<br />

tudo isto não passa disso mesmo:<br />

São só sapos vivos!<br />

Parece-me que os figos Algarvios já<br />

não são o que eram, andam todos<br />

marados! E eu que pensava que<br />

era só coisa de papoilas! ...<br />

Novembro de <strong>2015</strong>


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

27<br />

Os bárbaros estão a chegar<br />

“Um governo de esquerda vai levar-nos a um<br />

novo resgate” - João Salgueiro<br />

“Prefiro mil vezes os credores aos comunistas” -<br />

António Barreto<br />

“Anticomunista, obrigada!” – Clara Ferreira Alves<br />

Carlos de Matos Gomes<br />

Li, não sei onde, nem quando,<br />

talvez a propósito das<br />

invasões francesas, quando<br />

investigava para “A Estrada<br />

dos Silêncios”, uma história<br />

muito interessante sobre a<br />

necessidade do medo. De<br />

ter medo e de transmitir o<br />

medo. De uma sociedade<br />

cujos sacerdotes não sabem,<br />

nem podem viver sem<br />

o medo. Sem pregarem o<br />

medo.<br />

Num local e num tempo<br />

que já não recordo, ao receberem<br />

a notícia de que<br />

um bando de bárbaros estava<br />

a preparar-se para invadir<br />

a sua cidade, ou vila,<br />

os habitantes entraram em<br />

pânico. “Os bárbaros estão<br />

a chegar! E agora? O que faremos?!”<br />

Tocaram os sinos<br />

a rebate. Parou tudo e as<br />

pessoas passaram a viver<br />

desaustinadamente, alimentando-se<br />

desse pânico.<br />

Nada valia a pena, porque<br />

os bárbaros estavam para<br />

chegar e seria um caos. Só<br />

que os anunciados invasores<br />

não apareceram. Era<br />

boato, ou desistiram de invadir<br />

aquela cidade. E o que<br />

antes era pânico tornou-se<br />

perplexidade: “Mas então<br />

CRÉDITOS JFA<br />

Provavelmente o mais rápido da suíça<br />

Apenas falando português não se resolvem as coisas...<br />

0900 25 04 74 (86Rp./min)<br />

Badenerstrasse 406<br />

8004 Zürich<br />

É necessário perceber e a JFA percebe<br />

O contacto directo é muito importante.<br />

071 222 44 72<br />

Kornhausstrasse 3<br />

9000 St. Gallen<br />

os bárbaros não estão a<br />

chegar? E agora? O que<br />

faremos?”<br />

O verdadeiro medo não<br />

está no novo, mas naquilo<br />

que deixamos para trás<br />

quando somos obrigados<br />

a mudar. É este o medo<br />

da direita representada<br />

pela PAF.<br />

E, quando não somos<br />

obrigados a mudar, demoramos<br />

muito a decidir,<br />

ou a aceitar a mudança.<br />

É o caso de Cavaco Silva,<br />

perdido no seu labirinto<br />

de incapacidades e de<br />

congénita mesquinhez,<br />

sem saber o que fazer se<br />

os bárbaros estiverem<br />

a chegar, nem se, afinal,<br />

não houver bárbaros.<br />

O que os textos destes<br />

representantes da intelligentsia<br />

nacional revelam<br />

é que eles vivem do<br />

medo. Nada de extraordinário<br />

numa civilização<br />

em que o poder assenta<br />

no convencimento da<br />

existência de um pecado<br />

original que diferencia ricos<br />

dos pobres, senhores<br />

e servos, no castigo terreno<br />

em nome de Deus<br />

para os recalcitrantes<br />

e no temor do Inferno<br />

após a morte.<br />

061 363 06 85<br />

Dornacherstrasse 119<br />

4053 Basel


28 Lusitano de Zurique Opinião<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Divagando numa tarde solarenga...<br />

Manuel Araújo<br />

Neste final de tarde com<br />

um sol de Outono a desaparecer<br />

no horizonte, olhando<br />

desapaixonadamente à<br />

minha volta o que se passa<br />

no Mundo, tanto no aspecto<br />

político, e social, leva-me<br />

a dizer o que penso sem<br />

medo, o mesmo que algumas<br />

pessoas também pensam<br />

mas evitam dizê-lo por<br />

terem receio de serem insultados<br />

e apontados como<br />

odientos, racistas, nacionalistas,<br />

fascistas, ignorantes<br />

e coisas do género.<br />

Ao fazer uso da liberdade de<br />

expressão que ainda tenho,<br />

sei que irei conquistar mais<br />

um par de inimigos, mas paciência...<br />

quem não gostar,<br />

não use, não gaste, deixe<br />

ficar. E para que não haja<br />

equívocos, confesso que<br />

desde sempre fui de esquerda,<br />

humanista, apartidário,<br />

agnóstico teísta. Não gosto<br />

de ser domesticado politicamente<br />

ou religiosamente,<br />

nem aceito lições de hipócritas<br />

“humanistas de ocasião“,<br />

de “sacristãos” alienados,<br />

nem de democratas de “aviário”<br />

por eu pensar diferente.<br />

Desde o 25 de Abril houve<br />

sempre partidos que por vezes<br />

coincidiram com o meu<br />

pensamento. Tenho pena<br />

que todos eles com o passar<br />

dos anos tenham abandonado<br />

a sua pureza e a matriz<br />

inicial, prostituindo-se conforme<br />

a ocasião e a vontade das<br />

clientelas.<br />

Sempre lutei da forma que<br />

pude e soube contra as injustiças<br />

e a opressão. Ajudei<br />

sempre quem pude sem<br />

esperar retorno, sacrifiquei<br />

muito tempo da minha vida,<br />

o bem-estar, dinheiro, a estabilidade<br />

pessoal e familiar,<br />

para “dar a mão” a quem precisava.<br />

Participei no 25 de Abril e no<br />

fim da guerra em África. Conheci<br />

também (em África) o<br />

que era a fome de adultos e<br />

de crianças. Muitas vezes, tal<br />

como alguns camaradas-de-<br />

-armas ficamos sem comer<br />

para podermos dar o pouco<br />

que tínhamos às crianças<br />

esfomeadas que nos olhavam<br />

com expressões que eu<br />

jamais esquecerei enquanto<br />

viver. Não vou “puxar dos galões”<br />

nem enumerar o que<br />

fiz durante a vida, pois quem<br />

me conhece e aqueles que<br />

ajudei sabem do que falo.<br />

O que referi acima vem a propósito<br />

das críticas que me<br />

têm sido dirigidas, algumas<br />

rudes, violentas e cobardes,<br />

(também em privado) devido<br />

ao meu cepticismo em relação<br />

aos “refugiados” e por dizer<br />

o que penso.<br />

Quero fique claro, TODOS os<br />

refugiados falsos ou verdadeiros<br />

estão a ser usados.<br />

NÃO SOU CONTRA os verdadeiros,<br />

aqueles que são<br />

inequivocamente perseguidos<br />

por motivos políticos ou<br />

religiosos, pois esses devem<br />

ser ajudados na medida das<br />

nossas capacidades. Sim é<br />

verdade SOU CONTRA os falsos,<br />

aqueles que são pagos<br />

para invadir a Europa com<br />

a finalidade de a desestabilizar,<br />

criar o caos e a destruir.<br />

Sou contra aqueles que<br />

fabricaram artificialmente<br />

esta situação de medo com<br />

a única finalidade de instaurar<br />

a “Nova Ordem Mundial”.<br />

Os culpados têm cara e têm<br />

nome. Tudo começou com a<br />

“Cimeira das Lages” apardrinhada<br />

pelo ex-presidente da<br />

UE Durão Barroso.<br />

Sou também CONTRA aqueles<br />

que nos procuram apenas<br />

por necessidades económicas.<br />

Em Portugal também há<br />

muitas famílias inteiras desempregadas<br />

com crianças<br />

e velhos doentes com fome.<br />

Muitos portugueses lutam<br />

diariamente sem ajuda de<br />

ninguém pela sobrevivência<br />

e não entendem, tal como eu<br />

não entendo esta injusta situação.<br />

Portugueses cumpridores<br />

que lutaram uma vida<br />

inteira para terem uma casa,<br />

muitos deles perderam-na a<br />

favor dos bancos e foram atirados<br />

para a rua sem serem<br />

eles os culpados da crise,<br />

nem do desemprego. Muitas<br />

dessas casas, alegadamente<br />

estão à disposição dos “refugiados”.<br />

Não está em causa<br />

saber se quem as ocupa é<br />

ou não refugiado com direito.<br />

O que está em causa é<br />

a injustiça e a dualidade de<br />

critérios, a cegueira e até o<br />

racismo demonstrado pelos<br />

governantes que desprezam<br />

quem contribuiu para construir<br />

o Portugal que hoje<br />

temos, em detrimento de alguém<br />

desconhecido.<br />

É vergonhosa a decisão da<br />

União Europeia, que após ter<br />

sido rejeitada a medida que<br />

impunha que todos os países<br />

fossem obrigados a receber<br />

uma quota de “refugiados”,<br />

decidiram chantagear esses<br />

mesmos países oferecendo-<br />

-lhes dinheiro.<br />

É claro que assim o acordo<br />

entre eles tornou-se mais fácil.<br />

Até há privados a “importar”<br />

“refugiados”. O dinheiro<br />

facilita tudo, abre todas as<br />

portas e até cria “humanistas”.<br />

Com esta chantagem<br />

da UE todos quererem “prostituir-se”<br />

e vão “chegar-se à<br />

frente” para acolher os “refugiados”<br />

enquanto a “torneira”<br />

dos euros da UE não esgotar.<br />

A médio prazo a Europa irá<br />

mergulhar num clima de<br />

mais insegurança e violência,<br />

que já infelizmente é conhecido<br />

em alguns países da<br />

Europa. Muitos focos de agitação<br />

tem sido ocultados sistematicamente<br />

pela comunicação<br />

social, excepto a mais<br />

recente matança na França.<br />

A maioria dessas pessoas<br />

são islamitas e nem todos<br />

são terroristas, mas são pessoas<br />

de culturas diferentes<br />

da nossa e muitos não aceitam<br />

as leis nem as regras<br />

locais dos países que os acolhem.<br />

São contra a igualdade<br />

de género e contra a Democracia.<br />

Eles não querem ser<br />

integrados pois têm leis próprias,<br />

não se adaptam aos<br />

nossos usos e costumes e o<br />

pior é que querem impor os<br />

deles e em alguns países estão<br />

a ser bem sucedidos. Em<br />

suma; os radicais são contra<br />

todos os infiéis que não professam<br />

a sua religião.<br />

O objectivo da invasão em<br />

curso não é novidade porque<br />

já fomos avisados pelos<br />

radicais do Daesh (Estado<br />

Islâmico) grupo terrorista<br />

apoiado pelos EUA, mas não<br />

só. Dizem eles que “dentro de<br />

cinco anos Espanha e Portugal”<br />

estarão debaixo do jugo<br />

islâmico.<br />

Surpreendentemente até<br />

o Papa Francisco, (que não<br />

esconde ser um adepto da<br />

“Nova Ordem Mundial”) veio<br />

afirmar que o Alcorão é um<br />

“livro de paz” e deu a entender<br />

que “o Islão não é religião<br />

violenta”. Só alienados<br />

não entendem, que tanto<br />

a Bíblia como Alcorão são<br />

equivalentes. Ambos citam<br />

situações de destruição, crimes<br />

sangrentos desumanos,<br />

aniquilamento e genocídio.<br />

Mas há algo que separa os<br />

seguidores dos dois livros;<br />

os seguidores da Bíblia evoluíram<br />

e com o passar dos<br />

séculos, deixaram a violência<br />

somente no campo das<br />

representações, enquanto<br />

os seguidores do Alcorão estagnaram<br />

ou até regrediram<br />

e aplicam-no à letra estando<br />

muitos deles ao nível do século<br />

VII.<br />

Espero enganar-me e gostaria<br />

de pedir desculpa aos<br />

ofendidos pela desconfiança<br />

e pelas palavras derrotistas,<br />

mas neste momento de<br />

grande confusão e instabilidade<br />

a nível mundial, acredito<br />

que a Europa e o Mundo<br />

a médio prazo, com a ajuda<br />

dos líderes políticos mundiais<br />

e de alguns religiosos<br />

fanáticos, irão provocar a 3ª<br />

Guerra Mundial para depois,<br />

a partir das cinzas, instaurem<br />

a “Nova Ordem Mundial”.<br />

O tempo o dirá…


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Recantos helvéticos<br />

Lusitano de Zurique<br />

29<br />

Engstilgenal<br />

Engstilgenal, um recanto helvético, situado em Adelboden, na província de Berne.<br />

Maria dos Santos<br />

Conhecida por ser uma<br />

das muitas estancias de<br />

Ski suíças, onde a neve<br />

abunda muito cedo, não<br />

deixa no entanto que nos<br />

deslumbremos, durante<br />

a primavera, verão e outono.<br />

As suas cascatas de água,<br />

embalam-nos, num passeio<br />

mágico, onde o perfume<br />

o silêncio e toda a<br />

sua atmosfera, faz-nos<br />

sentir a vida a cada passado<br />

dado.<br />

Caso não conheçam,<br />

aconselho a todos os<br />

amantes da natureza<br />

que assistam ao descer<br />

das vacas, quando regressam<br />

a casa após finalizar<br />

a temporada na<br />

montanha.<br />

RECANTOS<br />

Um desfile digno destas<br />

misses e misteres, qual<br />

delas a mais bonita, cada<br />

uma elegantemente decorada<br />

com coroas de flores,<br />

regressam ao refúgio,<br />

invernal, felizes de terem<br />

cumprido a sua tarefa<br />

profissional. Os seus guardiões,<br />

tipicamente vestidos<br />

completam o cenário<br />

perfeito da cultura agrícula<br />

suíça.<br />

No passado dia oito de<br />

Novembro, o meu passeio<br />

começou primeiro<br />

pela bela ponte de Hängebrücke.<br />

Com 38 metros de<br />

altitude e 153 metros de<br />

comprimento. Caracteriza-<br />

-se por ser uma das mais<br />

longas da Europa. A maior<br />

curiosidade é que se trata<br />

de uma ponte privada.<br />

Depois de a atravessar<br />

chego ao meu destino.<br />

Pernas a caminho, escalei<br />

a subida, deleitando-me<br />

com paisagem, que o Outono<br />

vestira. Cores pastel,<br />

a contrastar com um céu<br />

azul e uma temperatura<br />

acima da média. Em pelo<br />

mês de Outubro, jamais<br />

me passaria pela cabeça<br />

passear de manga curta a<br />

1964 metros de altitude.<br />

O topo da montanha estava<br />

todo ele revestido de<br />

uma cor de mel. Os restaurante<br />

estavam todos eles<br />

fechados, em pausa, para<br />

prepararem os próximos<br />

meses nos quais irão receber<br />

os amigos dos desportos<br />

de inverno. A paz que a<br />

natureza ali nos demonstrava,<br />

fez-me sentir algo<br />

diferente do habitual.<br />

O aquecimento global de<br />

que o mundo se lamenta,<br />

estava ali patente. Em condições<br />

climatéricas normais,<br />

deveria estar tudo<br />

vestido, com um lindo<br />

manto branco de neve.<br />

Resta ter a esperança de<br />

que a “vingança” da Natureza<br />

não seja cruel e nos<br />

dê um inverno sereno, que<br />

está preste a chegar.<br />

Ensinem os vossos filhos,<br />

amigos e familiares a brincar<br />

e passear por estes<br />

recantos, para que assim<br />

todos possamos proteger<br />

estes espaços, que fazem<br />

parte dos mais belos cenários<br />

do mundo. A Natureza<br />

agradece e nós somos os<br />

responsáveis de a manter.


30 Lusitano de Zurique Culinária<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Consoada do Natal<br />

Consoada da ceia de Natal, com bacalhau<br />

às postas, cozido com batatas,<br />

ovos e couve. É servido com um<br />

molho de azeite quente com alhos e<br />

vinagre servido à parte. É um prato típico<br />

da região do Minho, come-se no<br />

dia Ceia da Consoada no dia de 24 de<br />

Dezembro.<br />

Luís Machado<br />

www.chefluismachado.com<br />

Aos leitores<br />

e direcção do CLZ<br />

BOAS<br />

FESTAS!<br />

Preparação:<br />

• Descasque as batatas e corte-as<br />

ao meio. Escolha e lave bem as folhas e<br />

olhos das couves.<br />

• Coloque água temperada com<br />

sal (pouco) numa panela e leve a cozer<br />

as batatas com os ovos e metade do<br />

bacalhau.Noutra panela ponha água e<br />

quando ferver junte as couves e o resto<br />

do bacalhau e deixe cozer.<br />

• Prepare o molho: leve ao lume<br />

o azeite com os dentes de alho esmagados,<br />

o louro e deixe ferver. Junte depois<br />

vinagre, a gosto, e mantenha quente.<br />

• Depois de tudo cozido, disponha<br />

numa travessa e sirva de imediato.<br />

Acompanhe com o molho à parte.<br />

Ingredientes:<br />

• 5 postas bacalhau grosso<br />

• 2 kg batatas<br />

• 2 und. couves pencas<br />

• 4 und. ovos<br />

• 4 dentes alho<br />

• 3 dl azeite<br />

• 1 folha de louro<br />

• q.b. sal e vinagre<br />

Sonhos<br />

Para 8 pessoas<br />

Ingredientes:<br />

• 5 dl de água<br />

• 80 gr de manteiga<br />

• 1 pitada de sal<br />

• 8. ovos<br />

• 350 gr de farinha<br />

• Açucar amarelo q.b.<br />

• 1 folha de louro<br />

• óleo q.b. para fritar<br />

Preparação:<br />

• Junte num tacho<br />

a água com a manteiga<br />

e uma pitada de<br />

sal.<br />

• Leve ao lume e<br />

deixe ferver.<br />

• Junte depois a<br />

farinha em forma de<br />

chuva, mexendo sempre<br />

até que fique uma<br />

massa homogénea.<br />

• Retire do lume,<br />

coloque numa tigela e<br />

deixe arrefecer.<br />

• Junte depois os<br />

ovos um a um, amassando<br />

sempre muito<br />

bem com a mão, num<br />

movimento de abrir e<br />

fechar.<br />

• Leve depois a<br />

fritar pequenas porções<br />

de massa em óleo<br />

não muito quente e<br />

espete com um espeto<br />

para que fritem melhor.<br />

• Retire, escorra<br />

em papel absorvente e<br />

depois passe pelo açúcar<br />

misturado com a<br />

canela.<br />

• Decore a gosto<br />

e sirva.


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Rancho de Wetzikon em livro<br />

Lusitano de Zurique<br />

31<br />

Rancho de Wetzikon em livro<br />

Maria dos Santos<br />

Decidi passar para o papel<br />

alguns dos muitos bons momentos<br />

vividos a nível do folclore,<br />

pelo Rancho de Wetzikon.<br />

Fi-lo em livro por saber que<br />

este ficará imortalizado e<br />

que, desta forma, todos o poderão<br />

ver e rever, sempre que<br />

assim o desejarem.<br />

Fica um breve, mas importante,<br />

registo da nossa cultura<br />

secular: dos seus trajes, das<br />

suas danças e os seus cantares.<br />

Retrata igualmente o elo<br />

de amizade e de amor por<br />

esta cultura que decidimos<br />

abraçar, proteger, glorificar e,<br />

sobretudo, preservar.<br />

Neste livro estão reunidas várias<br />

festas, das quais destaco<br />

o vigésimo quinto aniversário<br />

do Centro Lusitano de Zurich,<br />

o qual, com o seu árduo trabalho<br />

e dedicação, consegue<br />

sempre fazer além do expectável,<br />

contribuindo assim<br />

para mostrar que nós, portugueses,<br />

somos uma comunidade<br />

integrada, mas com<br />

muito respeito pelos nossos<br />

valores.<br />

Gostaria ainda de realçar a<br />

viagem a Roma, organizada<br />

pela F.P.F.E.S e com o apoio<br />

do nosso Consulado e a ida<br />

ao Mónaco, com o apadrinhamento<br />

deste rancho ao rancho<br />

de Amigos de Locarno.<br />

Acredito que este livro irá<br />

fazer-vos rir, emocionar e recordar<br />

como é bom estar presente<br />

nesta família, que une<br />

folcloristas, na maior parte<br />

do norte de Portugal, mas<br />

sempre com as portas abertas<br />

a todas as regiões da Península<br />

Ibérica.<br />

Têm em mãos um registo único<br />

das viagens efectuadas na<br />

Suíça e além-fronteiras.<br />

Poderão vê-lo e apreciá-lo,<br />

uma vez que este foi entregue<br />

no passado dia 28 Novembro,<br />

num solene aniversário,<br />

imortalizado pela primeira<br />

Tertúlia organizada pelo rancho<br />

de Wetziokn. Na próxima<br />

edição desta revista terão a<br />

oportunidade de ler uma descrição<br />

mais pormenorizada<br />

desta noite inesquecível, em<br />

que se celebrou o Vigésimo<br />

Aniversário do grupo de folclore<br />

de Wetzikon.<br />

Quero agradecer publicamente<br />

ao rancho de Wetzikon<br />

por me terem acolhido de<br />

braços abertos. Pela sua positividade,<br />

humildade e pelo<br />

carinho com que sempre me<br />

aceitaram e ao meu trabalho.<br />

Obrigada pela partilha da<br />

nossa cultura, entre muitas<br />

brincadeiras e, naturalmente,<br />

momentos sérios. Sem vocês,<br />

tudo o que tenho feito, não<br />

seria possível. Os protagonistas<br />

são todos vocês, todos os<br />

ranchos, federados ou não.<br />

Obrigada pelo respeito e carinho<br />

que sempre me concederam.<br />

Ofereço-vos então este livro,<br />

testemunho de fortes emoções<br />

vividas e, certamente,<br />

relembradas com saudade.<br />

Um livro que entre recortes<br />

de sorrisos genuínos e abraços<br />

calorosos, ficará para<br />

sempre gravado um pedaço<br />

de mim.


32 Lusitano de Zurique Tecnologia<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

Adeus Wi-Fi. Bem-vindo Li-Fi (*)<br />

Joana Araújo (*)<br />

Boas<br />

Festas<br />

O Li-Fi já é uma realidade.<br />

Para comunicar, em vez de<br />

usarmos as ondas potencialmente<br />

nocivas do Wi-Fi, já é<br />

possível usar um novo método<br />

que usa LEDs. O Li-Fi consiste<br />

em luzes a piscar extremamente<br />

rápido que emitem<br />

um código binário imperceptível<br />

ao olho humano. O Li-<br />

-Fi é pelo menos 100 vezes<br />

mais rápido do que o Wi-Fi e<br />

é capaz de transmitir vários<br />

gigabytes de informação por<br />

segundo!<br />

Este novo método é basicamente<br />

uma fonte de luz visível,<br />

que transmite os dados.<br />

É um método seguro porque<br />

a luz não atravessa as paredes,<br />

por isso há pouco ou<br />

nenhum risco de segurança.<br />

Qualquer um que pretenda<br />

aceder à rede terá que estar<br />

na mesma sala que a luz está<br />

a emitir.<br />

(*) Wi-Fi é uma abreviação de<br />

“Wireless Fidelity”, que significa<br />

fidelidade sem fio, em português.<br />

Wi-fi, ou wireless é uma tecnologia<br />

de comunicação que não faz<br />

uso de cabos, e geralmente é<br />

em muitos equipamentos.<br />

(*) Li-Fi, do inglês "Light Fidelity"<br />

(Luz, Fidelidade, tradução individual<br />

de cada palavra) refere-se<br />

a sistemas de comunicação com<br />

luz visível 5G[ que empregam<br />

luz LEDs para transmitir comunicações<br />

em alta velocidade, de<br />

forma similar como acontece no<br />

Wi-Fi.<br />

Uma máquina para<br />

fazer cerveja em<br />

casa<br />

A próxima feira de Electrónica de Consumo<br />

de Las Vegas está agendada para Janeiro.<br />

Entre muitas novidades que serão apresentadas<br />

no início do ano, um dos destaques<br />

da feira vai para uma máquina para fabricar<br />

cerveja em casa. O utilizador pode escolher<br />

vários parâmetros incluindo a quantidade de<br />

álcool.<br />

Com esta máquina podermos fazer cervejas<br />

únicas que não se encontram facilmente. Algumas<br />

cervejas podem que podem custar<br />

até 15 dólares, com esta máquina, uma garrafa<br />

fica por cerca de um dólar.<br />

Você está a ser vigiado<br />

Aplicações Android enviam dados ocultos<br />

Investigadores do MIT analisaram<br />

analisadas. Outros “espiões”<br />

500 aplicações mais popu-<br />

são com.gameloft (jogos), com.<br />

lares para Android e descobriram<br />

unity3d ( jogos), com.facebook<br />

que 63% dessas aplicações (redes sociais) e uma série de<br />

enviam os seus dados pessoais SDKs de publicidade.<br />

para servidores remotos. Atenção às “letras pequeninas”.<br />

Na quase totalidade dos casos Sempre que instale qualquer<br />

registados, a maioria das comunicações<br />

aplicativo deve ler com muita<br />

secretas foram inicia-<br />

atenção as letras pequeninas,<br />

das pelos mesmos aplicativos para saber exactamente o que<br />

sendo o maior “intruso” o com. está a autorizar que o aplicativo<br />

google.android, utilizado em “espie”.<br />

76,4% de todas as aplicações<br />

(*) [Joana Araújo com agências]


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Carneiro<br />

O mês de Dezembro irá trazer<br />

importantes demandas<br />

materiais, afectivas e<br />

financeiras aos arianos. É<br />

um momento de conscientização<br />

de padrões anteriores<br />

que estavam ocultos<br />

ou inconscientes. É um<br />

mês em que você deverá<br />

olhar mais para a sua vida<br />

emocional para a vivência<br />

da intimidade e da entrega.<br />

Dezembro pede transformação<br />

e desapego ao<br />

signo Carneiro.<br />

Touro<br />

Relacionamento é o tema<br />

mais importante de Dezembro<br />

ao signo Touro. É<br />

a oportunidade de reflectir<br />

se você está feliz em<br />

suas relações e o que falta<br />

transformar e curar nos<br />

relacionamentos. É um<br />

mês oportuno para parcerias<br />

de carácter pessoal<br />

e profissional. É também<br />

a oportunidade de você<br />

perceber tudo aquilo que<br />

precisa ser eliminado e<br />

transmudado.<br />

Gémeos<br />

Horóscopo<br />

O mês de Dezembro traz<br />

ao signo Gémeos a necessidade<br />

de reflectirem sobre<br />

como estão vivenciando<br />

o trabalho e a saúde. É<br />

hora de modificar padrões<br />

e hábitos estagnados, que<br />

não contribuem a uma<br />

vida saudável. É um momento<br />

muito importante<br />

para se questionar sobre o<br />

que você faz com paixão e<br />

criatividade.<br />

Caranguejo<br />

Amor, criatividade e família<br />

são os temas mais<br />

importantes no mês de<br />

Dezembro ao signo Caranguejo.<br />

Na maior parte do<br />

mês, o Sol transitará no<br />

sector afectivo e criativo,<br />

promovendo a renovação<br />

das energias em relação<br />

a esses temas. É um momento<br />

muito interessante<br />

para tudo o que você faz<br />

com paixão e com o coração.<br />

Leão<br />

Dezembro representa ao<br />

signo Leão um importante<br />

momento de conscientização<br />

e de autoconhecimento.<br />

A vida doméstica,<br />

familiar e a privacidade<br />

são temas relevantes ao<br />

longo do mês. É hora de<br />

se conhecer mais a fundo,<br />

para transformar padrões<br />

obsoletos de comportamento.<br />

Virgem<br />

É hora de aprofundar temas<br />

de seu interesse. Frequentar<br />

cursos, ler mais,<br />

estudar sobre comportamento<br />

humano. Dezembro<br />

estimula o autoconhecimento<br />

e a evolução<br />

emocional e mental, sendo<br />

uma bela oportunidade<br />

de ampliar os seus horizontes.<br />

Balança<br />

A primeira quinzena de<br />

Dezembro se caracteriza<br />

como um período mais<br />

contemplativo, introspectivo<br />

e de reflexões, em que<br />

é importante avaliar como<br />

você tem se comportado<br />

emocionalmente e nos relacionamentos.<br />

Novembro<br />

é um mês muito interessante<br />

para você desenvolver<br />

os seus potenciais e<br />

também para as questões<br />

financeiras.<br />

Escorpião<br />

O Sol inicia, no mês de<br />

Dezembro, se movimentando<br />

em seu signo. Neste<br />

mês de Dezembro haverá<br />

um novo ciclo de desenvolvimento<br />

na sua vida.<br />

Um momento oportuno<br />

para novas atitudes e projectos.<br />

Sagitário<br />

Você já sabe que o período<br />

que antecede o seu aniversário<br />

é caracterizado<br />

por um balanço, um momento<br />

de reflexões sobre<br />

o que ocorreu desde o ano<br />

passado. É o seu período<br />

anual de limpeza, de eliminação<br />

de velhas pautas,<br />

para que se prepare para<br />

um novo ciclo evolutivo.<br />

Lusitano de Zurique<br />

Capricórnio<br />

33<br />

Dezembro tem a característica<br />

de ser um período<br />

no qual você reflecte sobre<br />

o valor da amizade, questiona<br />

o seu papel na humanidade<br />

e também em<br />

que pode colher alguns<br />

resultados interessantes<br />

relacionados ao trabalho.<br />

Um momento de profundo<br />

autoconhecimento<br />

para o signo Capricórnio.<br />

Aquário<br />

É hora do signo Aquário se<br />

questionar sobre os seus<br />

propósitos mais relevantes<br />

de vida, sobre o que<br />

é perene e o que é transitório,<br />

sobre o que é necessário<br />

eliminar e o que<br />

você vai dar continuidade.<br />

A carreira, as emoções e<br />

a saúde são temas importantes<br />

ao longo do mês.<br />

Peixes<br />

Espiritualidade, desenvolvimento<br />

emocional, conhecimentos<br />

e viagens são<br />

temas relevantes ao longo<br />

de Dezembro para o signo<br />

Peixes. É um momento<br />

em que há um profundo<br />

questionamento sobre o<br />

que você acredita e quais<br />

são as leis e princípios que<br />

regem a sua vida. É hora<br />

de se dedicar mais a desenvolver<br />

a sensibilidade e<br />

ouvir a intuição.<br />

Boas<br />

Festas<br />

Coordenação:Joana Araújo


34 Lusitano de Zurique Humor/Passatempo (*)<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

“Quem não sabe rir, não sabe viver...”<br />

Viagem de avião<br />

Duas amigas idosas foram viajar<br />

pela primeira vez de avião. Já sentadas,<br />

uma delas pergunta a uma<br />

assistente de bordo que passava no<br />

corredor:<br />

- Menina, diga-nos uma coisa. Garante-nos<br />

que nos trazem outra vez<br />

para baixo?<br />

A assistente:<br />

- O que lhe garanto, minha senhora,<br />

é que nunca ficou ninguém lá em<br />

cima…<br />

Marido sempre em casa<br />

Conversa casual de duas utentes do<br />

Metro. Diz uma:<br />

- O meu marido está sempre fora de<br />

casa.<br />

A outra:<br />

- Pois o meu nunca sai.<br />

A primeira:<br />

- Maridos desses há poucos!<br />

A outra:<br />

- Felizmente… O meu é paralítico!<br />

Prenda de Natal para a<br />

sogra<br />

No Natal, a mãe foi visitar a sua única<br />

filha casada. Ao chegar a casa da<br />

filha, abraçaram-se mas a filha estranhou<br />

ao ver a mãe com uma bala<br />

colada na testa, curiosa pergunta:<br />

- Mãe, porque tens uma bala colada<br />

na testa?<br />

A mãe logo respondeu:<br />

- Ah minha querida filha, o seu marido<br />

disse-me que ele passaria o Natal<br />

bem melhor se eu levasse uma<br />

bala na testa…<br />

Crise em Portugal<br />

Uma mulher entra na peixaria e pergunta:<br />

- Bom dia, tem jaquinzinhos?<br />

E responde o peixeiro:<br />

- Tenho sim minha senhora.<br />

Pede a mulher:<br />

- Dê-me então duas postinhas do<br />

meio por favor…<br />

Una whisky<br />

Um turista inglês entra num snack-<br />

-bar e, no seu melhor português,<br />

pede:<br />

- Una whisky.<br />

O empregado de mesa que o atende,<br />

virando-se para o balcão, diz em<br />

voz alta:<br />

- Sai uma isca!<br />

Bife ao preço do cabedal<br />

Num restaurante, um cliente chama<br />

o empregado de mesa e diz-lhe, um<br />

pouco exaltado:<br />

- Este bife é uma autêntica tira de<br />

sola!<br />

O empregado de mesa:<br />

- Tchiuu! O senhor não diga isso<br />

muito alto, senão o gerente faz-lho<br />

pagar pelo preço da cabedal…<br />

Bocage apanha ladrão<br />

Conta-se que Bocage, ao chegar a<br />

casa um certo dia, ouviu um barulho<br />

estranho vindo do quintal. Chegando<br />

lá, constatou que um ladrão tentava<br />

levar os seus patos de criação.<br />

Aproximou-se vagarosamente do indivíduo<br />

e, surpreendendo-o ao tentar<br />

saltar o muro com os seus amados<br />

patos, disse-lhe:<br />

- Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo<br />

pelo valor intrínseco dos<br />

bípedes palmípedes, mas sim pelo<br />

acto vil e sorrateiro de profanares<br />

o recôndito da minha habitação,<br />

levando os meus ovíparos à sorrelfa<br />

e à socapa. Se fazes isso por necessidade,<br />

transijo… mas se é para<br />

zombares da minha elevada prosopopeia<br />

de cidadão digno e honrado,<br />

dar-te-ei com a minha bengala fosfórica<br />

bem no alto da tua sinagoga, e o<br />

farei com tal ímpeto que te reduzirei<br />

à quinquagésima potência que o vulgo<br />

denomina nada.<br />

E o ladrão, confuso, diz:<br />

- Doutor, afinal levo ou deixo os patos?<br />

O velhinho e duas atiradiças<br />

Duas gajas boas, atiradiças resolveram<br />

brincar com um velhinho com<br />

mais de 80 anos. Aproximaram-se e<br />

disseram-lhe:<br />

- Ó velhinho, diz-nos uma coisa,<br />

o que fazias com duas brasas tão<br />

boas como nós?<br />

E o velhinho:<br />

- Com as duas? Com as duas não fazia<br />

nada, mas com mais quatro ou<br />

cinco abria um bordel…<br />

Boas<br />

Festas!<br />

(*) O humor é um estado de ânimo cuja intensidade representa o grau de disposição e de bem-estar psicológico e emocional de cada indivíduo a cada momento.


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Júnior<br />

Lusitano de Zurique<br />

35<br />

A Lenda de São Nicolau<br />

(St. Nicolas, Santa Claus, Pai Natal, Papai Noel)<br />

Nicolau, filho de cristãos abastados,<br />

nasceu na segunda metade<br />

do século III, em Patara, uma cidade<br />

portuária muito movimentada.<br />

Conta-se que foi desde muito<br />

cedo que Nicolau se mostrou generoso.<br />

Uma das histórias mais<br />

conhecidas relata a de um comerciante<br />

falido que tinha três<br />

filhas e que, perante a sua precária<br />

situação, não tendo dote para<br />

casar bem as suas filhas, estava<br />

tentado a prostituí-las. Quando<br />

Nicolau soube disso, passou<br />

junto da casa do comerciante e<br />

atirou um saco de ouro e prata<br />

pela janela aberta, que caiu junto<br />

da lareira, perto de umas meias<br />

que estavam a secar. Assim, o<br />

comerciante pôde preparar o enxoval<br />

da filha mais velha e casá-<br />

-la. Nicolau fez o mesmo para as<br />

outras duas filhas do comerciante,<br />

assim que estas atingiram a<br />

maturidade.<br />

Quando os pais de Nicolau morreram,<br />

o tio aconselhou-o a viajar<br />

até à Terra Santa. Durante<br />

a viagem, deu-se uma violenta<br />

tempestade que acalmou rapidamente<br />

assim que Nicolau começou<br />

a rezar (foi por isso que<br />

tornou também o padroeiro dos<br />

marinheiros e dos mercadores).<br />

Ao voltar de viagem, decidiu ir<br />

morar para Myra (sudoeste da<br />

Ásia menor), doando todos os<br />

seus bens e vivendo na pobreza.<br />

Quando o bispo de Myra da altura<br />

morreu, os anciões da cidade<br />

não sabiam quem nomear<br />

para bispo, colocando a decisão<br />

na vontade de Deus. Na noite<br />

seguinte, o ancião mais velho<br />

sonhou com Deus que lhe disse<br />

que o primeiro homem a entrar<br />

na igreja no dia seguinte, seria o<br />

novo bispo de Myra. Nicolau costumava<br />

levantar-se cedo para lá<br />

rezar e foi assim que, sendo o primeiro<br />

homem a entrar na igreja<br />

naquele dia, se tornou bispo de<br />

Myra.<br />

S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro<br />

de 342 (meados do século IV)<br />

e os seus restos mortais foram<br />

levados, em 1807, para a cidade<br />

de Bari, em Itália. É actualmente<br />

um dos santos mais populares<br />

entre os cristãos.<br />

S. Nicolau tornou-se numa tradição<br />

em toda a Europa. É conhecido<br />

como figura lendária<br />

que distribui prendas na época<br />

do Natal. Originalmente, a festa<br />

de S. Nicolau era celebrada a 6<br />

de Dezembro, com a entrega de<br />

presentes. Quando a tradição de<br />

S. Nicolau prevaleceu, apesar de<br />

ser retirada pela igreja católica<br />

do calendário oficial em 1969, ficou<br />

associado pelos cristãos ao<br />

dia de Natal (25 de Dezembro)<br />

A imagem que temos, hoje em<br />

dia, do Pai Natal é a de um homem<br />

velhinho e simpático, de aspecto<br />

gorducho, barba branca e<br />

vestido de vermelho, que conduz<br />

um trenó puxado por renas, que<br />

esta carregado de prendas e voa,<br />

através dos céus, na véspera de<br />

Natal, para distribuir as prendas<br />

de natal. O Pai Natal passa por<br />

cada uma das casas de todas as<br />

crianças bem comportadas, entrando<br />

pela chaminé, e depositando<br />

os presentes nas árvores<br />

de Natal ou meias penduradas<br />

na lareira. Esta imagem, tal como<br />

hoje a vemos, teve origem num<br />

poema de Clement Clark More,<br />

um ministro episcopal, intitulado<br />

de “Um relato da visita de S. Nicolau”,<br />

que este escreveu para as<br />

suas filhas. Este poema foi publicado<br />

por uma senhora chamada<br />

Harriet Butler, que tomou conhecimento<br />

do poema através dos<br />

filhos de More e o levou ao editor<br />

do Jornal Troy Sentinel, em Nova<br />

Iorque, publicando-o no Natal de<br />

1823, sem fazer referência ao seu<br />

autor. Só em 1844 é que Clement<br />

C. More reclamou a autoria desse<br />

poema.<br />

Hoje em dia, na época do Natal,<br />

é costume as crianças, de vários<br />

pontos do mundo, escreverem<br />

uma carta ao S. Nicolau, agora<br />

conhecido como Pai natal, onde<br />

registam as suas prendas preferidas.<br />

Nesta época, também<br />

se decora a árvore de Natal e se<br />

enfeita a casa com outras decorações<br />

natalícias. Também são<br />

enviados postais desejando Boas<br />

Festas aos amigos e familiares.<br />

Actualmente, Há quem atribuía<br />

à época de Natal um significado<br />

meramente consumista. Outros,<br />

vêem o Pai Natal como o espírito<br />

da bondade, da oferta. Os<br />

cristãos associam-no à lenda do<br />

antigo santo, representando a<br />

generosidade para com o outro.<br />

natal.com<br />

Coordenação: Joana Araújo


36 Lusitano de Zurique Literatura<br />

Dezembro <strong>2015</strong><br />

DIVAGANDO...<br />

Carmindo de<br />

Carvalho<br />

Ser ou não ser<br />

É verdade que a albarda<br />

enfeita o burro . É por isso<br />

que para os olhos de muitos<br />

ceguetas um qualquer<br />

engravatado todo empinocado<br />

, passa por sr. dr. !<br />

Um dr. de calças de ganga<br />

e uns chinelos, passa a ser<br />

visto como um qualquer<br />

borra botas! Avaliam-nos<br />

pelo invólucro e não pelo<br />

conteúdo.<br />

Recado<br />

Sob o teu olhar vesgo de<br />

troglodita serôdio, oscila o<br />

valor que me atribuis, entre<br />

o floreado da gravata<br />

que em mim não vês e a<br />

pálida brancura da minha<br />

nudez ... E assim, valho,<br />

não pelo que sou, mas sim<br />

pelo que em mim vês.<br />

Prenhe de felicidade<br />

Feliz. Hoje estou muito feliz!<br />

Cheio, prenhe de felicidade<br />

porque o povo do meu país<br />

, o meu querido Portugal,<br />

também está feliz.<br />

Ontem aconteceram eleições<br />

e para espanto de<br />

muitos ganhou a coligação<br />

que durante quatro anos<br />

tantos os torturou.<br />

Se os preferiram é porque<br />

estão felizes.<br />

Felizes com a dor, a tesura,<br />

a corda na garganta etc.<br />

Até parece que sofrem de<br />

masoquismo crónico e colectivo.<br />

Ou então será que tudo<br />

de que se queixavam era<br />

mentira?<br />

Tu que vinhas prá Tv. pedinchar<br />

coisas, gritar misérias,<br />

chorar , derramar<br />

baba e ranho ! Que dizias<br />

que ias à sopa dos pobres,<br />

afinal andavas de pança<br />

cheia? Ou gostas das cócegas<br />

do jugo no cachaço<br />

? De seres chupado até ao<br />

tutano ? Pois claro às vezes<br />

também eu gosto , mas só<br />

às vezes ! ...<br />

Tu que te queixavas de teres<br />

perdido a casa, afinal<br />

passaste a morar em algum<br />

palacete ?<br />

Tu que gritavas que não<br />

havia trabalho, ou que tinhas<br />

perdido o teu, afinal<br />

não querias trabalhar?<br />

Tu que lastimavas a abalada<br />

dos teus filhos para<br />

a “estranja”, afinal estavas<br />

contente? Será que já havia<br />

muito tempo que tu mesmo<br />

lhes vinhas a atazanar<br />

o juízo com isto:” Ide, ide<br />

que lá é que é bom! Vede<br />

o exemplo do filho do<br />

Manel, a filha da Maria, e<br />

aquele do _ ti Tonho __ que<br />

já fez um casarão!<br />

Confusão<br />

Reinou a confusão gerada<br />

por um falso messias que<br />

se apresentou como sendo<br />

o salvador. Mas afinal<br />

revelou-se um falso , um<br />

espeta facas nas costas.<br />

Ele que noutros lugares<br />

já tinha mostrado ser um<br />

troca tintas. E nesta campanha<br />

apenas falava do<br />

seu caderninho de intenções<br />

que ele dizia serem<br />

certezas e quando questionado<br />

em coisas para<br />

além da sua cartilha espalhava-se<br />

ao comprido ou<br />

remetia-se a um mutismo<br />

cortante...<br />

Confusão nas cabeças que<br />

assinam de cruz, nas cabeças<br />

que nem os lideres<br />

conhecem muito menos as<br />

suas intenções ou o conteúdo<br />

dos programas.<br />

Confusão na cabeça de<br />

uma líder que noutras eleições<br />

defendeu a inclusão<br />

do Surfe no currículo do<br />

ensino como se isso fosse<br />

primordial , e deixando outras<br />

modalidades de fora ,<br />

quiçá mais importantes.<br />

confusão noutra lidere<br />

que apresentou a ideia<br />

do alargamento da idade<br />

do poder votar para os 16<br />

anos , quando se sabe que<br />

muitos nem aos 32 que é<br />

o dobro estão capazes .<br />

Veja-se aquele pai que na<br />

coisa das praxes , não se<br />

manifestou contra elas ,<br />

mas sim na sua perigosidade<br />

porque se tratava de<br />

crianças ! Crianças ? Indivíduos<br />

com dezoito ou dezanove<br />

anos , já com direito a<br />

tirar a carta de condução e<br />

já a entrarem para o ensino<br />

superior?<br />

Culpas<br />

Apresentaram-se a sufrágio<br />

15 partidos e 3 coligações.<br />

Enquanto a direita<br />

concorreu concentrada<br />

em 2 partidos, a esquerda<br />

dispersou-se numa dúzia<br />

de partidos e assim desperdiçou<br />

cerca de 370 mil<br />

votos, em grupos que obtiveram<br />

percentagem entre<br />

0.05% e 1.39% ( valores<br />

ainda provisórios ).<br />

A falta dos votos daquelas<br />

centenas de milhar, desses<br />

tais que emigraram e<br />

teoricamente seriam os<br />

mais zangados e que iriam<br />

acentuar as perdas da coligação<br />

de direita.<br />

Abstenção<br />

Parecia que ia ficar abaixo<br />

do habitual, todos elogiavam<br />

esse facto, contentes<br />

por o povo ter participado<br />

mais que nunca, e afinal<br />

segundo os dados de hoje<br />

atingiu o maior resultado<br />

de sempre nas legislativas.<br />

Mau tempo<br />

Agora foi a chuva e o vento<br />

e antes era o sol que convidava<br />

à praia para molhar<br />

o grelo e a votação que se<br />

lixasse.<br />

Até parece que o povo<br />

português considerado<br />

de bons costumes, adora<br />

barafustar, empunhando<br />

bandeirinhas e cartazes<br />

com algumas frases bonitinhas<br />

( outras não ) aos<br />

bandos, gritando palavrões<br />

e na hora da verdade<br />

cobardemente se cortam,<br />

se encolhem como<br />

minhocas rastejantes!<br />

Antes, muitas vozes diziam-se<br />

enganadas por<br />

lhes terem prometido o<br />

paraíso e terem sido levados<br />

até ao inferno. Agora<br />

não se podem queixar<br />

disso, porque já os conhecem,<br />

já sabem do que<br />

são capazes. Agora é de<br />

aguentar. Porque eles agora<br />

estão legitimados para<br />

descarregarem bordoada<br />

no vosso lombo. E isso dá<br />

razão ao tal que dizia : “Ai<br />

eles aguentam, aguentam!<br />

“ Lembro-me daquilo que<br />

se ouve dizer : “ Quanto<br />

mais me bates, mais gosto<br />

de ti . “<br />

Solto uma gargalhada e<br />

penso : “ se calhar é isso ! “<br />

Outubro de <strong>2015</strong>


Dezembro <strong>2015</strong><br />

Poesia<br />

Lusitano de Zurique<br />

37<br />

Natal da<br />

Minha Terra<br />

Abraço de<br />

Natal<br />

Euclides Cavaco<br />

www.euclidescavaco.com<br />

BOAS FESTAS!<br />

Natal do<br />

Ausente<br />

No coração dum ausente<br />

Está sempre bem presente<br />

O seu velho Portugal<br />

Que recorda com saudade<br />

E mais emotividade<br />

Nesta altura de Natal...<br />

O Natal traz-lhe à lembrança<br />

Os seus tempos de criança<br />

Que não voltarão jamais<br />

Da sua terra afastado<br />

Recorda emocionado<br />

Memórias dos seus Natais.<br />

Lembra a família e amigos<br />

Revive os tempos antigos<br />

Onde tudo era diferente<br />

Mais pobre no seu país<br />

Mas contudo mais feliz<br />

Que o seu Natal hoje ausente.<br />

Sente imensa nostalgia<br />

Ao recordar este dia<br />

Que dentro da alma chora...<br />

A quanto a saudade obriga<br />

Calado ausente mitiga<br />

Os seus Natais de outrora !...<br />

Conservo em meu coração<br />

Uma aldeia de Portugal<br />

Que foi meu berço de infância<br />

E tem tão grande importância<br />

Nas tradições do Natal.<br />

Eu recordo com saudade<br />

A Terra por mim amada<br />

Hoje de mim tão distante<br />

Onde era significante<br />

A noite da consoada .<br />

Nesta aldeia bela e simples<br />

Como é diferente este dia<br />

Nele se esquecem ofensas<br />

Congraçam-se as indif’renças<br />

Voltando à doce harmonia.<br />

Ai que saudades que eu sinto<br />

Do Natal na minha aldeia<br />

Onde ao redor da lareira<br />

Se unia a família inteira<br />

À luz tosca da candeia.<br />

Como é terno alimentar<br />

Esta suave lembrança<br />

Como era o dia de ceia<br />

E o Natal na minha aldeia<br />

Nos meus tempos de criança !…<br />

Euclides Cavaco<br />

Como será o Natal<br />

De quem vive em solidão<br />

Com mágoa sentimental<br />

E quem está na prisão?...<br />

Como será o Natal<br />

Dos tristes e sem abrigo<br />

E quem tem a infernal<br />

Desdita de ser mendigo?...<br />

Como será o Natal<br />

Dos sem família e ausentes<br />

Dos que estão no hospital<br />

Sem alegria e doentes?...<br />

Como será o Natal<br />

De quem perdeu o emprego<br />

Seu bem mais essencial<br />

Sem esp’rança nem sossego?<br />

Como será o Natal<br />

Dos que o passam sem amor<br />

E de quantos afinal<br />

O sofrem em luto e dor?...<br />

Tentemos dar-lhes este ano<br />

Em partilha fraternal<br />

Com todo o calor humano<br />

Nosso abraço de Natal.<br />

Euclides Cavaco<br />

Euclides Cavaco


38 Lusitano de Zurique Diversos<br />

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Coimbrachamava-se: Emínio<br />

Chaves chamava-se: Aquae Flaviae<br />

Póvoa de Varzimchamava-se: Villa Euracini<br />

Viseuchamava-se: Verúrio<br />

E Olisippo era o nome de Lisboa no tempo dos romanos.<br />

?


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