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Desporto&Esport - ed 9

Revista digital Desporto&Esport (www.desportoeesport.com)Faça o Download desta revista em: https://www.magzter.com/PT/Desporto&Esport;/Desporto-&-Esport/Sports/201599 ou se preferir o Paypall https://www.presspadapp.com/digital-magazine/desporto-esport

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em geral, através de diferentes meios (o jogo –<br />

espetáculo; e todo o merchandising associado<br />

ao clube e/ou equipa). Assim, como produto<br />

que é, o futebol possui um ciclo de vida, o<br />

qual é importante determinar (não sendo contudo,<br />

o propósito deste artigo). Nesta linha,<br />

julgamos ser facilmente entendível que a<br />

própria Formação em Futebol, possua o seu<br />

próprio ciclo de vida, em particular, na ótica<br />

do praticante. Ora, um treinador ficará com<br />

o seu trabalho mais facilitado, na m<strong>ed</strong>ida do<br />

conhecimento que tiver sobre o perfil do seu<br />

atleta em termos da sua pr<strong>ed</strong>isposição para a<br />

formação.<br />

De acordo com as teorias da aprendizagem,<br />

suportadas em Piaget (1896 - 1980), sugerindo<br />

que os jovens consolidam as aprendizagens<br />

por volta dos 16 anos, e recorrendo<br />

também à curva da aprendizagem (Hermann<br />

Ebbinghaus: f. 1885), onde a repetição e a<br />

experiência se traduzem em ganhos de tempo<br />

e competências, associada à teoria do ciclo<br />

de vida de um produto (Theodore Levitt,<br />

1966), podemos determinar um ciclo de vida<br />

para a formação, no futebol. Assim, parecenos<br />

possível determinar 6 fases evolutivas<br />

desse processo: pré-iniciação (características<br />

naturais); iniciação (começo da formação<br />

propriamente dita); desenvolvimento (físico e<br />

técnico); crescimento (técnico-tático); maturidade<br />

(interação treino/competição); declínio<br />

(negação da aprendizagem). Ora, a primeira<br />

fase caracteriza-se pelas habilidades, ou “jeito<br />

natural”, que os jovens possuem para a prática<br />

do futebol, que se prende com a coordenação<br />

motora e o equilíbrio, que se observa nas primeiras<br />

brincadeiras da criança com uma bola.<br />

A segunda fase materializa-se no deixar ao<br />

livre arbítrio da criança o desenvolvimento<br />

de práticas e técnicas, em jogos de pequenos<br />

grupos ou no desenvolvimento de habilidades<br />

individuais técnicas de controlo e passe (não<br />

esquecer que há uns anos atrás isto se fazia<br />

nas ruas, coisa que hoje não acontece, mas<br />

que deve ser encorajado, nesta fase inicial da<br />

formação). Na terceira fase, deve-se começar<br />

a introduzir e a desenvolver métodos de<br />

treino controlado de cargas e especificidades<br />

físicas e dos aspetos técnicos. Na quarta fase<br />

devem ser introduzidas as questões técnicotáticas,<br />

que carecem de grande pr<strong>ed</strong>isposição<br />

por parte dos atletas (diríamos que é nesta<br />

fase que se perdem algumas das “promessas”,<br />

precisamente porque nem todos os<br />

jovens possuem essa pr<strong>ed</strong>isposição e disciplina<br />

para o treino). Na quinta fase, são então<br />

desenvolvidos métodos de correção/melhoria,<br />

através da interpolação entre o treino e a<br />

competição (também aqui, a falta de pr<strong>ed</strong>isposição<br />

e a negação do erro, podem inibir<br />

a progressão do atleta). Finalmente, a sexta<br />

fase, o declínio, consiste e materializa-se, na<br />

ótica da formação, na assunção de que “tudo<br />

está aprendido” ou então, de que de ver, tanto<br />

, de que “nada mais há para aprender”. Este<br />

sentimento, como é fácil de ver, tanto pode<br />

surgir nas fases iniciais do processo, como<br />

na fase mais avançada, depois de um longo<br />

caminho percorrido como atleta. Daqui,<br />

podemos observar que há os que depois acabam<br />

por seguir uma carreira de treinador com<br />

mais ou menos êxitos (os que entendem que<br />

ainda estão em condições de aprender mais),<br />

mas também há aqueles que seguindo essa<br />

carreira de treinador, entendem que “já sabem<br />

tudo” e, nestes casos, normalmente os êxitos<br />

não surgem, ou tardam em surgir.<br />

Objetivamente, perceber e fazer perceber isto<br />

aos jovens jogadores, pode contribuir para<br />

uma melhor gestão dos grupos de trabalho,<br />

porque permitirá adotar m<strong>ed</strong>idas adequadas<br />

para cada fase do processo formativo. A cada<br />

uma das fases descritas podemos atribuir um<br />

nome, que facilite a natureza e as características<br />

do praticante. Podemos também associar<br />

uma escala etária que pode servir de orientação<br />

aos visados:<br />

Em síntese, este raciocínio permite-nos compreender<br />

melhor qual ou quais as fases mais<br />

críticas na formação e algumas das razões<br />

da entrada permatura em algumas dessas<br />

fases, em particular, na fase do declínio.<br />

Ou seja, permite-nos observar que é na fase<br />

da maturidade (“o atleta”) que se confirmam<br />

as “promessas”, e que o declínio pode<br />

surgir, prematuramente, em qualquer altura.<br />

Permite-nos também relevar a importância<br />

do “jogo da rua” que foi “escola” para muitos<br />

dos antigos e atuais “craques”.<br />

Um jogador ou treinador com performances<br />

elevadas, não surge por “geração expontânea”,<br />

mas antes resulta de um processo<br />

moroso, duro, humilde e muito paciente.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 61

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