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Considerando o período 1991-2004, pode-se afirmar que a Tupy foi capaz de alterar a estrutura de<br />
mercado brasileiro de fundição. Sem o apoio da BNDESPar, ela dificilmente teria conseguido<br />
concretizar esta iniciativa, pois não dispunha dos recursos financeiros necessários. Deve-se sublinhar<br />
que um dos principais objetivos do segundo aporte do BNDESPar foi exatamente a compra da Sofunge,<br />
que pertencia à Mercedes Benz, em 1995. Em sequência, a Tupy adquiriu a planta da Mauá, de<br />
propriedade da Cofap, em 1998. Estas duas transações foram essenciais para que a companhia<br />
apropriasse de maiores economias de escala, embora esse benefício somente seria plenamente<br />
aproveitado anos mais tarde.<br />
Em relação às duas compras mencionadas (Sofunge e Mauá), a Tupy acabou aproveitando a<br />
desverticalização de uma montadora e de uma fabricante de autopeça para aumentar a capacidade<br />
instalada. Por outro lado, ela não adquiriu nenhum concorrente no mercado brasileiro. Isto pode ser<br />
explicado pelo fato de que, apesar de a indústria brasileira de fundição contar com cerca de 1.300<br />
empresas, o segmento voltado à fabricação de blocos e cabeçotes de motores se restringe a poucas<br />
companhias. De fato, apenas Teksid (que é uma subsidiária da Fiat) e, em menor intensidade, WHB<br />
Usinagem, competem diretamente com a Tupy.<br />
A Tupy encontra-se inserida na cadeia automotiva, sendo que o capital de relacionamento,<br />
historicamente, tem sido uma das suas principais competências. O desenvolvimento desta cooperação<br />
com seus clientes antecedeu o aporte da BNDESPar na empresa. Contudo, a partir de meados da<br />
década passada, com a mudança da política comercial da Tupy, buscou-se diversificar mais a base de<br />
clientes, visando a ganhar maior poder de barganha. Seria muito difícil acreditar que a Tupy teria<br />
condições de alterar as condições estruturais da cadeia automotiva, pois esta é capitaneada pelas<br />
montadoras. Neste contexto, a empresa buscou melhorar seu desempenho no âmbito das configurações<br />
já existentes da referida cadeia.<br />
Vale a pena relembrar que a Tupy se engajou no processo de internacionalização a partir de 2012. Com<br />
isto, ela ajudou a alterar a estrutura da indústria mundial de fundição, cujo processo de<br />
internacionalização das empresas líderes ainda não é muito intenso. A compra de duas fundições<br />
mexicanas por parte da Tupy representou um passo importante para superar as restrições ao<br />
crescimento da companhia, uma vez que as possibilidades de aquisição na indústria brasileira são<br />
restritas. Pode-se afirmar que a Tupy ainda não obteve todos os benefícios possíveis decorrentes da sua<br />
incipiente internacionalização. Aliás, esta tende a ser o principal vetor de mudanças, para a empresa,<br />
nos próximos anos.<br />
3.2.3. Impactos da Tupy sobre a sociedade<br />
Um dos principais impactos da Tupy para a sociedade diz respeito à geração de empregos de alta<br />
qualidade. Diante da grave crise financeira no início da década de 1990, a Tupy viu-se obrigada a<br />
reduzir o grau de diversificação e adotar um downsizing, que culminou na redução do número de<br />
empregados de 8.600 (em 1990) para 4.500 (em 1992). A bem da verdade, esse montante chegou a<br />
atingir 4.013, em 1996. Desde então, a trajetória foi predominante positiva, alcançando em média 7.625<br />
empregos no quadriênio 2005-2008. Após uma involução em 2009, como decorrência da crise global,<br />
retomou-se a tendência de aumento, finalizando em 2013 com 8.541 funcionários no Brasil. Ao se<br />
adicionar as fundições mexicanas e outros empregados no exterior, o número total perfez 12.262 em<br />
2013.