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Segundo Wynner (1970), a povoação de Rozario do Catete, desde o seu surgimento, foi<br />
se desenvolvendo economicamente com o plantio da cana-de-açúcar, fato relevante para a<br />
história desse município, pois diversos senhores que habitavam as vilas ou povoações mais<br />
próximas, como é o caso de Santo Amaro, mantinham negociações em Rozario, e isso<br />
contribuiu significativamente para o seu crescimento. Mas, em 1828, a Câmara da Vila de Santo<br />
Amaro resolveu transferir a sede de Maruim para Rozario, causando uma guerra entre os<br />
habitantes de Santo Amaro e Maruim. Com isso, o Governo provincial decretou que a povoação<br />
de Rozario fosse elevada à categoria de freguesia, vila e sede. Porém, a povoação de Maruim,<br />
descontente, reagiu ferozmente e, em 1831, Rozario do Catete voltou a pertencer à Vila de Santo<br />
Amaro, agora como freguesia de Nossa Senhora do Rozario, sendo elevada ao status de cidade<br />
no ano seguinte.<br />
Pelo contexto histórico, percebe-se que essas mudanças de sede interferiram em<br />
diversos setores civis na freguesia de Nossa Senhora do Rozario. Nesse período, o padre Manoel<br />
já exercia suas atividades paroquiais nessa freguesia, mas, para sua permanência, foi necessário<br />
que o arcebispo enviasse carta ao governador de Sergipe Joaquim Marcelino de Brito, apenas<br />
para seguir os protocolos.<br />
2. O Corpus: edição paleográfica<br />
Para a investigação proposta neste trabalho, utilizou-se o método da edição<br />
paleográfica, observando que um texto antigo necessita de um tratamento que auxilie na sua<br />
reconstrução em linguagem atualizada, possibilitando a compreensão de fatos históricos,<br />
culturais, fenômenos linguísticos em determinada época, além de facilitar a interpretação do<br />
conteúdo neles contidos. Sobre a importância da leitura paleográfica, Mesquita (2005) manifesta<br />
sua posição quando diz:<br />
(...) implica a capacidade de compreensão e identificação dos caracteres escritos e na<br />
sua transcrição da forma mais fiel possível à escrita original, para que possa ser evitada<br />
a adulteração do sentido de passagens dos documentos. (MESQUITA, 2005, P.19).<br />
A Edição semidiplomática é um dos tipos da edição paleográfica e tem por objetivo<br />
possibilitar a transmissão das informações presentes nos documentos, preservando a memória e<br />
a história de uma determinada sociedade, além de contribuir como fonte de informação. Nesse<br />
tipo de edição “o editor atua de forma mais interventiva” (CAMBRAIA, 2005, p. 95). Ela se dá<br />
por duas maneiras: primeiramente, a descrição do documento, apresentando elementos externos