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6. Para retomarmos...<br />

Chegamos ao ponto final das discussões, ou melhor, um ponto de retorno, pois<br />

este trabalho não se esgota por aqui, é um dos que fazem parte da prolongada jornada<br />

que queremos percorrer. Pode ser fonte para diversas áreas do conhecimento humano<br />

como a literatura, a história, a antropologia e outros.<br />

Muito além das teorias e métodos, se faz necessário a um pesquisador estar<br />

informado da importância do estudo de manuscritos, assim como autógrafos de<br />

mulheres afro-descendentes para revelar aspectos da sociedade em que a língua era<br />

utilizada como instrumento de comunicação.<br />

Este estudo nos faz conhecer o passado desse período para balizar estudos<br />

presentes, bem como conhecer o processo de transferência da língua em uso, que era<br />

falada, para matéria escrita, cuja documentação se torna base empírica para observar o<br />

que seria a língua em uso.<br />

Conhecer manuscritos afrodescendentes é se colocar frente a um legado, ou seja,<br />

conhecê-los enquanto percalços da história do tempo até os dias presentes.<br />

Alguns foram os objetivos a serem alcançados com este estudo, saber como se<br />

chegou a esses documentos, quem foi o responsável por sua preservação, quando e onde<br />

foram escritos, quem são os autores e de que trata cada um, estes foram aqui traçados e<br />

reforçados com o auxilio dos manuscritos e de memórias familiares das mulheres que<br />

constituíram esse pequeno acervo.<br />

Vale ressaltar a importância da Igreja no processo de aquisição da leitura e<br />

escrita dessas mulheres afro-descendentes, pois ofereceu às mesmas a possibilidade de<br />

se encontrarem num “estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas<br />

cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita” Soares (2010).<br />

Admite-se que não apenas Senhorinha Rocha e Enervina Almeida, mulheres<br />

afrodescendentes, no século XIX, dominavam as práticas de leitura e escrita, muitas<br />

outras certamente se apropriaram desses prazeres, e dessa maneira a discussão não se<br />

encerra aqui, pretendemos continuar garimpando para que novas autoras e novos

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