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A representação da identidade baiana mestiça, festeira, popular, cordial e com o<br />

famoso “jeitinho brasileiro” da qual um dos criadores é Jorge Amado nada mais é que<br />

um recorte parcial da sociedade e da história dos brasileiros nos anos quarenta do século<br />

XX. O que Jorge Amado fez foi pontuar alguns elementos que, com tanta perspicácia,<br />

observou a sua volta, mostrando “a força do povo”, a “atmosfera da cidade”, “as<br />

revoluções”, os artistas, as mazelas que até hoje acompanham a cidade junto a seu<br />

desenvolvimento. A Bahia apresentada por Jorge é a senhora da mestiçagem, da alegria,<br />

das festas e da sensualidade que representa um conjunto de elementos pinçados dentro<br />

de um repertório histórico e cultural, que revela a identidade expressiva dos baianos.<br />

3 ESTUDO TOPONÍMICO: O OLHAR DE QUEM NOMEIA<br />

A toponímia é a parte da ciência Onomástica que estuda os nomes de lugares e<br />

acidentes geográficos, com o intuito de descobrir as motivações linguísticas e<br />

extralinguísticas que influenciaram no ato de nomear. O estudo toponímico permite<br />

compreender e desmitificar o olhar do denominador, a sua intenção primeira, pois o ato<br />

de nomear não é aleatório, ele surge, muitas vezes, das inspirações humanas ao<br />

visualizar o seu redor ou da necessidade de documentar as paisagens, as personalidades<br />

que por ali passaram, no entanto, essa necessidade acaba aproximando o passado do<br />

presente, principalmente a partir do estudo toponímico.<br />

Nesta assertiva, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1990, p.60) afirma<br />

que “nome e nomeador pertencem a um só conjunto e são elementos de uma mesma<br />

origem, unidos pelo ato de nomeação”. É possível perceber nas palavras da autora que o<br />

homem busca nos aspectos naturais, bem como nas relevâncias históricas, culturais que<br />

traduzem, no ato de nomear, os sentimentos, as ideologias, as crenças e outras formas de<br />

representar as comunidades retratadas. Em relação ao aspecto motivado dos topônimos,<br />

Dick (1990, p.18) afirma:<br />

Muito embora o topônimo seja, em sua estrutura, uma forma de língua, ou<br />

um significante, animado por uma substância de conteúdo, da mesma forma<br />

que todo e qualquer outro elemento do código em questão, a funcionalidade<br />

de seu emprego adquire uma dimensão maior, marcando-o duplamente: o que<br />

era arbitrário, em termos de língua, transforma-se no ato do batismo de um<br />

lugar, em essencialmente motivado, não sendo exagero afirmar ser essa uma<br />

das principais características do topônimo.

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