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Digital realizado para os textos da imprensa baiana, por se revelarem documentos<br />

auxiliares à atividade filológica, ao reproduzirem em um contexto de repressão, os<br />

posicionamentos adotados no que concerne às tensões causadas pelo Regime Militar na<br />

produção dramatúrgica baiana. Esses documentos referentes à produção dos textos<br />

teatrais baianos, ao serem tomados como documentação paratextual, são de suma<br />

importância para a atividade editorial.<br />

A filologia é uma “[...]ciencia que estudia el languaje, la literatura y todos los<br />

fenómenos de cultura de un pueblo o de un grupo de pueblos por medio de textos<br />

escritos” 1 (CANO AGUILAR, 2000, p.16). A partir do conceito apresentado, inscrevese<br />

o filólogo, ao realizar o processo investigativo, que toma para estudo os textos de<br />

imprensa que fazem referência ao teatro e à censura na Bahia e no Brasil, possibilitando,<br />

desse modo, narrar à história e memória do teatro baiano e brasileiro. A pesquisa<br />

realizada configura-se como um meio para apresentar ideias e valores circulantes em<br />

uma dada sociedade, em um dado contexto histórico, tornando-se possível, por<br />

intermédio desta atividade, a ampliação da compreensão do texto como indivíduo<br />

histórico e mediador sociocultural por serem veículos informativos “que evidenciam<br />

uma opinião pública capaz de manipular discursos e disseminar ideologias, modismos e<br />

costumes” (SOUZA; CORÔA, 2012, p.139).<br />

Ao se destacarem “as críticas e notas de estreias e matérias especiais [...] era<br />

nítida a importância como porta-voz dos desmandos da repressão nas palavras daqueles<br />

que não só escreviam aos periódicos, mas também viviam de fazer teatro” (SOUZA;<br />

CORÔA, 2012, p.139). Desse modo, os textos de imprensa podem ser tomados, aqui,<br />

como uma comunicação marginal em relação à edição do texto teatral, que fornece ao<br />

filólogo subsídios no que se refere ao processo de produção, recepção e circulação da<br />

obra, por se proporem, justamente, a esclarecerem-se fatos circunstanciais e<br />

colaborarem para ao exercício da prática editorial. Souza e Corôa (2012, p.139)<br />

afirmam que<br />

[...] essas fontes – textos de imprensa, entrevistas de pessoas que vivenciaram<br />

a ditadura e seus arquivos pessoais etc. – oferecem pistas da sociedade do<br />

período militar e mostram-se como de grande utilidade para esclarecer as<br />

mais diferentes situações textuais encontradas.<br />

Evidencia-se, portanto, que os textos de imprensa se destacam por serem<br />

“eficientes estratégias textuais integradas à estrutura literária” (SOUZA; CÔROA, 2012,<br />

1 Tradução nossa: “ciência, que estuda a língua, a literatura e todos os fenômenos de cultura de um povo<br />

ou grupo de pessoas através dos seus textos escritos”

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