JUNHO 2016
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14 Lusitano de Zurique Opinião<br />
Junho <strong>2016</strong><br />
Escravos, do deixa andar quem se<br />
anda a governar…<br />
Sempre que acontece uma desgraça de grandes proporções, verifico que ficamos sempre perplexos,<br />
ou indignados. No caso da perplexidade é um estado de dúvida, de ausência de reacção perante este<br />
impacto com a novidade da tragédia, um sentimento. No caso da indignação é uma forma de acção<br />
à tragédia ou, como acontece muitas vezes, uma forma de manifestação, de revolta, contra os<br />
intervenientes nessa mesma desgraça.<br />
Recordo-me quando foi divulgada a tragédia que aconteceu em França no final de mês de Março, e<br />
depois de conhecer-se os factos, aqui no seio da comunidade, a indignação manifestou-se de forma<br />
Domingos Pereira revoltosa, a qual mereceu a minha atenção. A perplexão de alguns manifestantes de opinião, e a sua<br />
posição de revolta nos meios de comunicação social contra os envolvidos na desgraça posso dizer que<br />
foi tiro no próprio pé.<br />
Foi o caso de proprietários de empresas do ramo de transportes (passageiros e mercadorias) que vieram apelidar os prestadores<br />
de serviços (transportes em carrinhas) “de piratas da estrada, e muitas outras coisas que advém desta actividade. Porem, estes<br />
senhores se esqueceram de referir que a sua actividade, hoje legal, teve as suas origens neste sistema de economia paralela, as<br />
carrinhas.<br />
Portanto, este não é um fenómeno novo, já tem décadas e não só na Suíça. Quem é que nunca os/as viu á porta de casa, nas<br />
estradas, junto ás associações, estações de serviço? E mesmo a concorrência legalizada, nunca as/os viram em serviço? Claro<br />
que sim! Porquê não intervieram, porquê não os denunciam? Porquê tanta demagogia?<br />
Bem, no fundo somos todos culpados que estas e outras coisas aconteçam, porque somo escravos, do deixa andar quem se anda<br />
a governar…<br />
A necessidade<br />
Sabemos que a oferta de transportes adequados, não satisfaz a necessidade dos portugueses na diáspora, seja no local de<br />
onde são provenientes, (aqui não existem) seja onde trabalham, em que muitas vezes são zonas remotas com uma rede de<br />
transportes reduzida. Depois existe o factor comodismo, e o mais importante de todos, o financeiro.<br />
E a TAP (Transportadora Aérea Portuguesa) não é opção para muitas famílias a residir e trabalhar na Suíça. Os preços das passagens<br />
são muitas vezes exorbitantes, para quem deseja visitar até á terra natal. A TAP e seus parceiros, praticam uma política<br />
de especulação de preços das passagens entre a suíça e Portugal, duplicam e muitas vezes triplicam os preços em períodos de<br />
férias escolares e períodos festivos. Porquê?<br />
Porquê a TAP vai laçar a partir do 11 de Junho voos dos Estados Unidos (Boston e Nova Iorque) directos, ao preço de 700 Euros,<br />
e pratica preços elevados dentro da Europa?<br />
Será que não somos todos portugueses? Isto não é novo e, como foi referido em cima, esta necessidade de alguns, se tornou<br />
uma actividade lucrativa para muitos. Como diz o povo, a necessidade aguça o engenho. E quem se lixa é o mexilhão.<br />
Pedido de desculpas<br />
Na edição de Fevereiro da revista Lusitano, no texto - estado das coisas - referi que o Sr. Deputado Carlos Gonçalves tinha<br />
vindo à suíça “(…) para mobilizar a comunidade portuguesa de Genebra a apoiar os seus conterrâneos escritos nas listas do<br />
partido de extrema-direita Suíça deste Cantão. (…).<br />
Desejo aqui e desta forma, repor a verdade assim como, publicamente pedir desculpa aos leitores, ao Senhor deputado<br />
Carlos Gonçalves por esta falsa afirmação. O Sr. Deputado esteve em Genebra, mas não com a pessoa referida. Veio sim,<br />
apoiar e candidatos de um outro partido totalmente distinto ao referido e na região de Lausanne.