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Pernambuco Vivo 2

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Toda a cidade estava lá para assistir à estreia. Em Timbaúba, Zona da<br />

Mata, o povo se aglomerava na Praça Dona Guiomar (hoje Praça João<br />

Pessoa) para ver a primeira apresentação da banda Filarmônica Euterpina<br />

de Timbaúba. Fundada em fevereiro de 1928, só dez meses depois ela fazia<br />

seu primeiro dobrado, no mesmo lugar em que havia sido criada, como se<br />

fosse um grito de independência dado pelo professor José Mendes da Silva,<br />

na época aos 23 anos. “Existia a Sociedade Musical Primeiro de Novembro,<br />

mas a banda sozinha já não dava conta da demanda dos eventos da cidade.<br />

As apresentações eram muitas e havia muitos músicos por aqui”, lembra o<br />

atual presidente da Euterpina de Timbaúba, Eder Gomes.<br />

Batizada com um nome que faz alusão à deusa da música, Euterpe, a<br />

banda filarmônica é um orgulho de timbaubenses. A sede do grupo fica no<br />

centro da cidade, ao alto, de onde se pode ver parte do comércio e das avenidas<br />

principais. A banda surgiu em nove de fevereiro de 1928. Atualmente<br />

as coisas vão bem para a filarmônica, mas nem sempre foi fácil. Em 1962,<br />

enquanto o Brasil fervilhava por causa dos movimentos político-sociais e<br />

conflitos partidários, a falta de incentivo público<br />

Mudamos o<br />

repertório da<br />

banda, tocamos<br />

músicas mais<br />

jovens .”<br />

Eder Gomes, presidente “da Euterpina Timbaúba<br />

fez com que a Euterpina de Timbaúba fechasse as<br />

portas. “Foram problemas externos, de perseguição<br />

política; e internos, de divergências da própria<br />

diretoria”, diz Eder. Só em 1989 é que o grupo foi remontado,<br />

por decisão de ex-integrantes e com ajuda<br />

de sócios e colaboradores, agora na sede atual.<br />

O prédio de dois galpões, que aos poucos vai<br />

sendo reestruturado, guarda as lembranças e a<br />

história da música de Timbaúba. Aqui 42 músicos com idades de 17 a 65<br />

anos redescobrem todo dia o prazer da arte e lutam para se modernizar.<br />

Desde 1995 à frente da regência da banda, o maestro Josivânio Rique de<br />

Lima, 41 anos, deu uma revirada no repertório das apresentações, incorporou<br />

novos arranjos e canções contemporâneas às retretas, incluindo<br />

uma feliz releitura de Toque de Luanda, criada a partirdas partituras do<br />

Maestro Forró, da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério.“O público<br />

jovem não estava muito interessado nas nossas apresentações. Mudamos<br />

o repertório da banda, tocamos músicas mais jovens e fazemos algumas<br />

coreografias desde que o novo maestro assumiu.”<br />

O resultado é que, além de concertos mais atrativos, o grupo ganhou<br />

mais alunos. A cada mês, graças a um projeto municipal, a Euterpina e<br />

a Primeiro de Novembro circulam pelos bairros mais carentes da região<br />

levando música para todos. A banda de Timbaúba é Patrimônio <strong>Vivo</strong> de<br />

<strong>Pernambuco</strong> desde o final de 2012. Além da filarmônica, o grupo também<br />

tem uma orquestra de frevo, criada em 2010.

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