PREFÁCIO Quem são eles, de onde vêm, que alegria é essa tão contagiante, que nem os dias tristes abalam o seu canto e o seu viver? Que mundo é esse, feito de sonho e poesia, onde cantar é lei, criar é dote? Quem são esses filhos do povo, irmãos da arte, esses pastores da divina criação, ungidos que se escondiam no anonimato e que agora saem do seu pequeno mundo para a posteridade? Foram por toda sua existência pelotiqueiros e saltimbancos da grande comédia humana – que agora são resgatados para obra e graça dos seus contemporâneos, porque homenagem póstuma é uma visão distorcida da história presente. Alguns deram vida ao barro, outros perpetuaram a imagem. Todos eles honraram a vida e escreveram uma pequena epopeia. Esses homens e essas mulheres que hoje são personagens deste caderno especial <strong>Pernambuco</strong> <strong>Vivo</strong>, essas instituições sacrossantas mais amadas do que conhecidas, são um pedaço vivo do povo de suor e sandálias, da história e do orgulho de <strong>Pernambuco</strong>. Que sejam todos louvados, com licença de Vinicius de Morais. Louvada seja Selma do Coco, preta e sábia, elegante na sua echarpe colorida, faceira nos brincos de ametista – guardiã das melhores tradições do nosso cancioneiro popular: o coco, sob suas mais diversas manifestações. Coco que já rendeu a Selma nove discos, um DVD e cinco filmes, patrimônio tão expressivo que bate o de muitos famosos do showbiz norte-americano. Seja louvada Lia de Itamaracá, cujo nome e cuja fama se espalham por esses brasis tão brasileiros, dado que a ela se credita o resgate da autêntica ciranda. E ciranda, como se sabe, não é coisa para amador. Louvada seja Índia Morena, que mambembou pelos picadeiros dos circos mais famosos aos mais humildes, fazendo da cobertura de lona o teto seu de cada caminhada – e que neste mundo de fantasia corre chão há mais de meio século. Não ganhou dinheiro, não fez fortuna, não tem patrimônio – mas virou Patrimônio e tem o riso largo dos que carregam nas mãos os prazeres da vida. Seja louvada Maria Amélia, rainha do barro e da criação – as imagens moldadas pelas suas mãos talentosas são ornamentos admirados bem para lá do horizonte. E o que dizer de Galo Preto, hoje de barba branca, com seu pandeiro e seu improviso, cortante como o chicote de um feitor – vaidoso sempre com seu chapéu quebrado? Este suplemento especial que hoje estamos entregando aos leitores, com textos de Mateus Araújo, fotos de Heudes Regis, criação gráfica de Ícaro Bione e edição de Diana Moura, tem bem mais no seu rico conteúdo. Ele fala de personagens e instituições que se tornaram, por justiça e merecimento,
Patrimônios <strong>Vivo</strong>s de <strong>Pernambuco</strong>. Perfilam nesta honrosa galeria os grandes ceramistas Zezinho de Tracunhaém e Zé do Carmo, o Mestre Dila da gravura, o cordelista José Costa Leite, o xilogravurista J. Borges, parceiro do não menos famoso Ariano Suassuna, instituições como os Maracatus Leão Coroado e Estrela de Ouro, a Confraria do Rosário e o Caboclinho Sete Flexas. Pioneiro do cinema pernambucano, louvado seja Fernando Spencer, há mais de meio século envolvido coma sétima arte. Dá para ver, portanto, que a leitura deste suplemento será prazerosa e enriquecedora – um diferencial que estamos colocando hoje nas mãos de nossos leitores. IVANILDO SAMPAIO Diretor de Redação
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