Jornal Cocamar Agosto 2016
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24 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Agosto</strong> <strong>2016</strong><br />
HISTÓRIA<br />
Família recebeu homenagens e visitas ilustres<br />
Pioneiro, Arlindo Pedralli<br />
foi vereador em Mandaguaçu<br />
entre 1956/60, quando<br />
Ourizona era distrito e, claro,<br />
empresário rural, tendo<br />
sido homenageado em várias<br />
ocasiões, como reconhecimento<br />
ao seu trabalho. E,<br />
em 1986, um ano depois de<br />
seu falecimento, passou a<br />
denominar uma rua em Maringá.<br />
Em 2003, Ayres e Arlindo,<br />
representado pelo filho Élcio,<br />
Máquina de Café<br />
também era<br />
salão de festas<br />
foram lembrados entre os<br />
310 pioneiros de Maringá e<br />
região - agricultores, líderes<br />
empresariais, comerciais e<br />
políticos que começaram a<br />
se instalar na cidade no início<br />
da década de 1940 -, homenageados<br />
na comemoração<br />
dos 150 anos da Emancipação<br />
Política do Paraná.<br />
Em sua casa, a família pioneira<br />
recebeu visitas ilustres,<br />
como a de Dom Jaime<br />
Luiz Coelho, primeiro bispo<br />
Na época em que Joíldes era presidente da União dos<br />
Estudantes e Ayres o diretor de esportes de Ourizona,<br />
os dois juntavam forças das entidades que representavam<br />
e promoviam eventos festivos, para arrecadar recursos.<br />
E como não havia um espaço adequado na<br />
cidade, improvisavam na máquina de café da família.<br />
de Maringá, e de Américo<br />
Dias Ferraz, o segundo prefeito<br />
do município. Ambos<br />
participaram da inauguração<br />
da Máquina de Café Pedralli,<br />
em Ourizona, no ano<br />
de 1958. E, no ano de 1966,<br />
em visita à região, o então<br />
governador, Paulo Cruz Pimentel,<br />
também foi recebido<br />
em casa por Arlindo e seus<br />
familiares.<br />
Uma história repleta de desafios<br />
Além de Maringá e Ourizona,<br />
a família Pedralli também<br />
foi pioneira em Japurá,<br />
onde chegar era um desafio<br />
nos primeiros tempos, sobretudo<br />
quando chovia. Diante<br />
das estradas mal-conservadas,<br />
os veículos encalhavam.<br />
Tanto que quando a família<br />
saía de viagem, já levava comida,<br />
água, correntes para<br />
os pneus, cabo de aço, já sabendo<br />
que, se chovesse, ficavam<br />
pelo caminho.<br />
Em foto antiga, Arlindo<br />
e trabalhadores no<br />
terreiro, lidando<br />
com grãos de café<br />
recém-colhidos; várias<br />
geadas prejudicaram<br />
a cultura<br />
Não bastasse tanta precariedade,<br />
a ponte para cruzar<br />
o Rio Ivaí ainda não havia<br />
sido construída e, para cruzálo,<br />
só mesmo usando uma<br />
balsa. “Dava medo. A gente<br />
pensava duas vezes antes de<br />
ir para lá”, conta Ayres.<br />
Como o atracadouro era improvisado,<br />
sempre havia o<br />
risco de o veículo cair no rio.<br />
Só cabia um caminhão por<br />
vez e a balsa cruzava as<br />
águas balançando muito com<br />
a correnteza. “O nosso caminhão<br />
ia carregado com 10 a<br />
12 toneladas de madeira<br />
comprada em Maringá para<br />
revender em Japurá, quando<br />
a cidade estava sendo aberta”,<br />
finaliza.<br />
Como tudo era muito rústico, buscavam o patrocínio<br />
de lojas de tecidos para montar tendas dentro da estrutura,<br />
criando outro ambiente. Os bailes atraíam gente de<br />
toda a região e por lá passaram artistas de renome,<br />
como Altemar Dutra, Francisco Egydio, Peter Thomas e<br />
Orquestra e a Orquestra Cassino de Sevilha.<br />
Élcio com seus dois filhos agrônomos, Elcio e Gabriel