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Jornal Cocamar Agosto 2016

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80 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Agosto</strong> <strong>2016</strong><br />

COMÉRCIO JUSTO<br />

Boas práticas<br />

recompensam<br />

Os citricultores do Sistema Fair trade, na região da <strong>Cocamar</strong>, recebem uma série de benefícios por<br />

atenderem a um segmento de mercado em que o consumo ético está em primeiro lugar. POR MARLY AIRES<br />

Adotar práticas socioambientais<br />

sustentáveis<br />

na produção de<br />

laranja têm trazido<br />

benefícios aos citricultores ligados<br />

à <strong>Cocamar</strong>. Além de se<br />

adequar à legislação trabalhista<br />

e cuidar do meio ambiente,<br />

eles melhoram a produção<br />

e recebem prêmios pela<br />

exportação do suco obtido<br />

com as suas frutas, de acordo<br />

com o Projeto de Desenvolvimento<br />

do Comércio Justo, gerenciado<br />

pela Fairtrade Labelling<br />

Organization International<br />

(Flo). A cooperativa é certificada<br />

desde 1999 pela Flo,<br />

sendo que o programa foi reestruturado<br />

há alguns anos.<br />

Comércio justo (em inglês<br />

fair trade) é um dos pilares da<br />

sustentabilidade econômica e<br />

ecológica. Trata-se de um movimento<br />

social e uma modalidade<br />

de comércio internacional<br />

que busca o estabelecimento<br />

de preços justos, bem<br />

como de padrões sociais e ambientais<br />

equilibrados nas cadeias<br />

produtivas, promovendo<br />

o encontro de produtores responsáveis<br />

com consumidores<br />

éticos.<br />

TODOS GANHAM - “Não só o<br />

produtor de laranja é beneficiado,<br />

mas também quem<br />

trabalha na colheita”, pontua<br />

o produtor Luiz Antonio Genovês,<br />

de Floraí. Ele e o irmão,<br />

Geraldo Aparecido, possuem<br />

12 mil plantas em 34<br />

hectares, onde obtiveram<br />

uma média nos últimos anos<br />

de 3,2 caixas de 40,8 kg por<br />

planta. Neste ano, devido a<br />

problemas climáticos no período<br />

de florada, com calor<br />

excessivo e chuva de granizo,<br />

a produtividade será<br />

menor e, segundo eles, devem<br />

fechar ao redor de 2,5<br />

caixas/planta.<br />

Não só o produtor de laranja<br />

é beneficiado, mas também<br />

quem trabalha na colheita”<br />

LUIZ ANTONIO GENOVÊS, produtor de Floraí<br />

Em 2013, uma reportagem<br />

publicada no <strong>Jornal</strong> de Serviço<br />

<strong>Cocamar</strong> com Luiz Antônio,<br />

um dos primeiros citricultores<br />

da <strong>Cocamar</strong> a cumprir<br />

às exigências do Comércio<br />

Justo, foi divulgada em todo o<br />

mundo pelo Sistema.<br />

RECOMPENSA - O suco é exportado<br />

para o mercado europeu<br />

e comercializado, no varejo,<br />

com o selo Fair trade,<br />

sendo que os consumidores<br />

não se importam em pagar<br />

um pouco mais por um produto<br />

de qualidade cujo processo<br />

de elaboração não causou<br />

danos ao meio ambiente<br />

e não explorou mão de obra<br />

infantil.<br />

Os produtores da fruta recebem<br />

um prêmio de US$ 200<br />

por tonelada de suco de laranja<br />

exportado. Este recurso<br />

retorna para ser investido em<br />

melhorias na produção e das<br />

condições da propriedade,<br />

meio ambiente e questões trabalhistas.<br />

Os recursos são administrados<br />

pelo Instituto<br />

Constâncio Pereira Dias<br />

(ICPD), da própria <strong>Cocamar</strong>, e<br />

são aplicados conforme planejamento<br />

aprovado em assembleia<br />

geral pelos produtores.<br />

Benefícios e incentivo<br />

Os irmãos Genovês, de<br />

Floraí, assim como os demais<br />

produtores, já foram<br />

beneficiados com cursos de<br />

capacitação, viagens técnicas,<br />

receberam equipamentos<br />

de proteção individual,<br />

maletas de primeiros socorros<br />

e mudas de laranja<br />

para replantio em substituição<br />

às doentes, além de terem<br />

à disposição um técnico<br />

ambiental e de segurança,<br />

para orientação e assistência.<br />

Ambos receberam dois<br />

depósitos de insumos feitos<br />

de estrutura pré-moldada,<br />

de 3m x 2m cada. Isso possibilitou<br />

a eles atender a legislação<br />

na armazenagem<br />

de produtos químicos. “Foi<br />

uma ajuda e tanto. O que<br />

Luiz Antônio é<br />

produtor de laranja<br />

no município<br />

de Floraí<br />

tínhamos não era o ideal”,<br />

conta Luiz.<br />

AJUDA DE CUSTO - Também<br />

através do Comércio<br />

Justo, os irmãos receberam<br />

este ano uma ajuda de custo<br />

na colheita de R$ 0,10 por<br />

caixa de 40,8 kg. É uma<br />

forma de incentivo aos produtores<br />

para que se adequem<br />

às exigências da<br />

legislação, de maneira a assegurar<br />

os direitos dos trabalhadores<br />

envolvidos na<br />

colheita. Um total de R$ 550<br />

mil vai ser distribuído este<br />

ano entre os citricultores que<br />

comprovarem a utilização de<br />

mão de obra formal. São,<br />

atualmente, cerca de 400,<br />

distribuídos pelas regiões<br />

norte e noroeste<br />

do Paraná.

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