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MADEIRA<br />
Alimentação: Sem ela não vivemos!<br />
Texto/Foto:<br />
Alison Karina de Jesus<br />
Nutricionista<br />
alisonkjesus@gmail.com<br />
A<br />
alimentação é uma componente<br />
básica da nossa<br />
vida, pelo que sem ela<br />
não podemos sobreviver. Todos os<br />
dias pensamos em alimentos: o que<br />
vou comer para o pequeno-almoço?<br />
O que vou levar na lancheira? Como<br />
vou preparar o almoço? E o jantar?<br />
Vou ao supermercado comprar<br />
quais alimentos? De facto, a nossa<br />
vida depende da alimentação. O<br />
dia 16 de outubro celebra-se precisamente<br />
o Dia Mundial da Alimentação,<br />
uma data para relembrar a<br />
sua importância e para promover<br />
a prática de uma alimentação saudável,<br />
isto é, equilibrada, completa<br />
e diversificada. A célebre frase<br />
“coma o que a sua avó reconhece”<br />
nunca fez tanto sentido! Cada vez<br />
mais estamos a fugir da Alimentação<br />
Mediterrânica, uma forma de<br />
comer com tradição centenária,<br />
promotora de saúde e bem-estar<br />
não só físico mas também mental,<br />
sendo um verdadeiro património<br />
cultural a nível mundial. Quais<br />
são as características principais da<br />
Alimentação Mediterrânica? Abundância<br />
de plantas na alimentação,<br />
como frutos em natureza, frutos<br />
secos, hortícolas, pão (sem adição<br />
de manteiga ou margarinas – a<br />
manteiga era rara na região mediterrânica<br />
e as margarina completamente<br />
desconhecida), massas, cuscuz<br />
e outras formas de ingerir cereais,<br />
batatas, leguminosas, azeitonas,<br />
nozes, amêndoas e pistácios.<br />
Para além disso, havia uma preferência<br />
pelos alimentos frescos, respeitando<br />
a sua sazonalidade (“alimentos<br />
da época”), ou seja, para<br />
além da saúde individual, protegia-se<br />
também a saúde ambiental.<br />
Os frutos frescos eram utilizados<br />
como sobremesa das refeições principais,<br />
enquanto os alimentos açucarados<br />
ou mel eram consumidos<br />
apenas algumas vezes por semana.<br />
Quanto à gordura, havia uma<br />
utilização preferencial pelo azeite<br />
para temperar e cozinhar. Já os<br />
lacticínios eram principalmente o<br />
queijo e o iogurte, consumidos diariamente<br />
mas em quantidades baixas<br />
a moderadas. Havia preferência<br />
por este tipo de lacticínios visto<br />
que não existia a refrigeração.<br />
O peixe e as aves eram consumidos<br />
regularmente e em detrimento das<br />
carnes vermelhas que apenas eram<br />
consumidas em baixas quantidades<br />
e algumas vezes por mês. Na culinária,<br />
havia uma utilização preferencial<br />
pelas ervas aromáticas ao<br />
invés do sal. No que diz respeito<br />
à bebida, o vinho, particularmente<br />
tinto, era consumido em quantidades<br />
baixas a moderadas, normalmente<br />
às refeições principais<br />
e em família. Outra característica<br />
muito pertinente era o apoio social<br />
que existia entre as pessoas, o verdadeiro<br />
sentido de comunidade de<br />
partilha de alimentos com a família<br />
e amigos. A própria duração das<br />
refeições era favorecedora de relaxamento<br />
do dia de tensão e as típicas<br />
sestas após o almoço que também<br />
ajudava a combater o stress.<br />
Portanto valorizemos os aspetos<br />
positivos da Alimentação Mediterrânica,<br />
incentivando desta forma<br />
uma alimentação saudável e um<br />
estilo de vida equilibrado. Siga o<br />
exemplo e comece por esquecer o<br />
tablet, o smartphone e a TV durante<br />
as refeições. ><br />
saber | Outubro | 2016 17