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LUGARES DE CÁ<br />

Escultura Júlio Dinis<br />

Nas esquinas das ruas,<br />

também há romance, que<br />

pode assumir a forma de<br />

uma escultura, no caso, a escultura<br />

de um dos maiores vultos das letras<br />

portuguesas. Repare-se na escultura<br />

que fica na Rua da Carreira, na<br />

esquina com a Rua de São Francisco,<br />

em frente ao edifício cuja porta<br />

tem o número 90. Pois, era nesta<br />

casa de dois andares que ficava<br />

Júlio Dinis quando vinha ao Funchal<br />

para se curar de uma tuberculose.<br />

Esta casa foi um dos locais na<br />

Madeira onde o conhecido médico<br />

e escritor portuense, residiu temporariamente.<br />

A primeira vez que<br />

esteve na Madeira foi em 1869, de<br />

março a maio; a segunda, em outubro<br />

de 1869; e a terceira, entre<br />

outubro de 1870 e maio de 1871.<br />

Em 1995, foi descerrada a lápide<br />

que se encontra na parede do edifício<br />

e inaugurada a estátua em<br />

bronze, obra do escultor madeirense<br />

Ricardo Velosa. Júlio Dinis era<br />

o pseudónimo de Joaquim Guilherme<br />

Gomes Coelho, nascido na cidade<br />

do Porto em Novembro de 1839<br />

e falecido na mesma cidade, em<br />

Setembro de 1871, com 32 anos,<br />

vitimado pela tuberculose. Apesar<br />

de ter morrido muito cedo, Júlio<br />

Dinis deixou uma série de obras<br />

literárias, onde reflecte num estilo<br />

nostálgico o amor pela vida e pela<br />

natureza - Júlio Dinis foi considerado<br />

o criador do “romance campesino”,<br />

destacando-se obras como «As<br />

Pupilas do Sr. Reitor», «A Morgadinha<br />

dos Canaviais», «Uma Família<br />

Inglesa», «Os Fidalgos da Casa<br />

Mourisca», entre outras. Colaborou<br />

em vários jornais portuenses e<br />

escreveu alguns poemas e novelas,<br />

onde se destaca «Os Serões da Província».<br />

No ano do seu falecimento,<br />

publicou-se o romance «Os Fidalgos<br />

da Casa Mourisca» e depois da<br />

sua morte, os «Inéditos» e «Esparsos»,<br />

em dois volumes, assim como<br />

as suas «Poesias», dadas à estampa<br />

entre 1873 e 1874. Assim, sempre<br />

que passar na rua da Carreira, imaginemo-nos<br />

pois, a cumprimentar<br />

o ilustre médico e escritor que no<br />

princípio do século passado, calcorreava<br />

esta calçada antiga e onde,<br />

quem sabe, nela descobriu a inspiração<br />

para os romances e poemas<br />

que engrandecem a Literatura lusa.<br />

Nas esquinas das ruas, também há<br />

poesia, e Júlio Dinis sabia-o. ><br />

Dulcina Branco<br />

Fonte/Foto: Site Estátuas Madeirenses<br />

e Câmara Municipal do Funchal.<br />

saber | Outubro | 2016 9

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