er223

António Cruz
acruz.funchal@abreu.pt
Texto e fotos
António Cruz escreve de acordo
com a antiga ortografia.
Já tinha estado no Japão, em Tóquio, mais precisa e
unicamente. E já na altura o meu fascínio tinha ficado bem
patente e cravado na memória. Passaram treze anos e eis
que surgiu nova oportunidade de por lá ir. No encalço de
1
A primeira coisa importante a saber acerca de Kyoto, entre tantas
outras, é que possui mais de 1600 templos budistas e xintoístas. A segunda
coisa a saber sobre Kyoto, é que na altura do lançamento das bombas
atómicas era uma das cidades visadas, mas foi poupada graças a sua riqueza
e beleza histórica e arquitectónica. O que, desde logo, é sintomático.
2
Mas como qualquer cidade japonesa de grande dimensão que se preze,
não é de todo alheia ao avançar dos tempos e à modernidade que a eles vem
agarrada. Sendo que, para mim, o mais emblemático deste acompanhamento
temporal é a sua estação de comboios. Um grito de beleza e design
no centro da cidade e que funciona, de alguma forma, como astro à volta
do qual gravita a vida desta agitada urbe.
3 4
Kyoto preserva uma política urbana que diria quase de “low profile”.
Conferida, é certo, pela imensidade de templos xintoístas que nos aparecem
a cada esquina, nas ruas menos movimentadas, nos recantos dos jardins
mais recatados. É uma cidade pacífica e que respira uma atmosfera
tranquila.
Assim como possui lugares icónicos, como os de Ninenzaka e Sannenkaza,
onde prolifera um quotidiano local que se mistura com a passagem
dos que chegam de fora na sua descoberta. Ruelas simpáticas com
comércio de bom gosto e construções antigas que encaixam bem no nosso
olhar e nos sorrisos que nos arrancam.
26
saber | Outubro | 2016